Tecido Sanguíneo
Introdução
O tecido sanguíneo pode ser considerado um tecido conjuntivo em que a substância intercelular, o plasma, é líquida, formada principalmente por água e proteínas, e que serve de meio de transporte de nutrientes, hormônios, anticorpos e excretas. Por outro lado o tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de receber, interpretar e responder aos estímulos. E por fim, o tecido muscular é um tecido dos animais caracterizado pela sua contratilidade, ou seja, pela capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros de energia nas suas ligações químicas e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de responder a um estímulo nervoso. É acerca destes três componentes do corpo humano que este trabalho visa abordar.
Tecido Sanguíneo
O sangue, ou tecido sanguíneo, é formado no tecido hemocitopoético. Mais conhecido como medula óssea vermelha, ele está localizado no interior de alguns ossos, como os localizados na região pélvica, esterno, clavícula e costelas.
As funções do tecido sanguíneo incluem o transporte de hormônios até seu local de atuação; transporte de gás oxigênio e nutrientes às células; captura de gás carbônico e excreções celulares; e defesa a agentes estranhos. Uma pessoa adulta tem, em média, cinco litros dessa substância em seu corpo.
Composição do sangue
O sangue é composto basicamente por:
- 45% de elementos figurados (células): Hemácias, leucócitos e plaquetas.
- 55% de plasma (Matriz extracelular).
Hemácias
Função: realizar a respiração celular, ao transportar oxigênio e parte de gás carbônico pela hemoglobina. São estocadas no baço, que por sua vez tem duas funções: liberar hemácias sadias (por ex., ao se fazer esforço físico) e destruir hemácias velhas, reciclando a hemoglobina. Têm importante papel na regulação do PH sanguíneo, agindo como tampão. Em casos de redução do PH ela libera o íon de O² e absorve um íon de H, alcalinizando a solução. Caso o PH esteja elevado, a hemácia captura um íon de O² e libera um íon de H, acidificando o meio. Este mecanismo ocorre de forma fisiológica no organismo, onde, no músculo, normalmente há um PH levemente ácido, o O² é mobilizado e um íon de H é capturado. O inverso ocorre no pulmão, onde o meio encontra-se levemente básico, então a hemoglobina libera o íon de H e captura um íon de O².
As hemácias dos mamíferos são arredondadas, anucleadas, com formato bicôncavo, semelhante a balas soft. Nos humanos possuem um tempo médio de vida, de cerca de 120 dias.
O hematócrito serve para medir a porcentagem de células em relação ao plasma. Valores normais, em geral, variam de 25 a 55% valores abaixo indicam uma anemia, valores aumentados indicam uma desidratação. As proteínas plasmáticas totais servem para indicar se a anemia é por perda de sangue total, onde seu valor estará reduzido, ou em deficiências de produção, onde o valor das proteínas estará normal.
Leucócitos ou glóbulos brancos
Os leucócitos formam verdadeiros exércitos contra os micro-organismos causadores de doenças e qualquer partícula estranha que penetre no organismo: vírus, bactérias, parasitas ou proteínas diferentes das do corpo. Eles também "limpam" o corpo destruindo células mortas e restos de tecidos.
Função: imunológica ou de defesa do organismo.
São classificados em neutrófilos, monócitos, basófilos, eosinófilos, linfócitos. Cada qual tem uma função específica e um mecanismo diferente de combater um agente patogênico (bactérias, vírus etc)
Se uma pessoa tiver:
- (+) Doenças Auto-Imunes
- (–) Aids
Trombócitos ou Plaquetas
São fragmentos de células da medula óssea chamadas megacariócitos.
Função: realizar a coagulação sanguínea.
Se uma pessoa tiver:
- (-) Hemofilia: pessoa que não consegue coagular o sangue.
- (+) Trombo: Coágulo interno.(AVC, infarto)
Plasma
Função: transporte de hemácias, leucócitos, plaquetas e outras substâncias dissolvidas, como proteínas (albumina, responsável pela manutenção da pressão osmótico sanguínea; anticorpos; fibrinogênio); nutrientes (glicose, aminoácidos, ácidos graxos); excretas (ureia, ácidos úricos, amônia); hormônios (testosterona, adrenalina); hemoglobinas (ou anticorpos); sais/íons (sódio, potássio); gases (na forma de ácido carbônico ou H2CO3). O plasma transporta essas substâncias por todo organismo, permitindo às células a receber nutrientes e excretar e/ou secretar substâncias geradas no metabolismo.
Composição: cerca de 90% de água; 10% outras substâncias
Características da circulação sanguíneas
- Fechada: O sangue circula somente no interior dos vasos (artérias, veias e capilares).
- Completa: Não ocorre mistura do sangue arterial com o sangue venoso.
- Dupla: O sangue passa duas vezes pelo coração (com sangue arterial e com sangue venoso)
Tecidos Musculares
O tecido muscular é um tecido dos animais caracterizado pela sua contratilidade, ou seja, pela capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros de energia nas suas ligações químicas e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de responder a um estímulo nervoso. As células musculares contêm filamentos protéicos que deslizam entre si, produzindo a contração que altera tanto o comprimento quanto a forma da célula.
A função dos músculos é produzir força e causar movimento. Eles são primariamente responsáveis pela manutenção e mudanças na postura, pela própria locomoção do organismo, assim como pela movimentação dos órgãos internos, como por exemplo a contração do coração e os movimentos peristálticos, que permitem a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo. Ele pode ser classificado em estriado esquelético, estriado cardíaco ou liso.
As contrações da musculatura lisa e da cardíaca ocorrem involuntariamente e são necessárias para a sobrevivência. A contração voluntária do músculo esquelético é utilizada para mover o corpo e pode ser precisamente controlada. Exemplos desses movimentos são os movimentos oculares e de músculos como o quadríceps da coxa.
Os tecidos musculares são de origem mesodérmica e relacionam-se com a locomoção e outros movimentos do corpo, como a contração dos órgãos do tubo digestório, do coração e das artérias.
As células dos tecidos musculares são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos. Em seu citoplasma, são ricas em dois tipos de filamento protéico: os de actina e os de miosina, responsáveis pela grande capacidade de contração e distensão dessas células.
Quando um músculo é estimulado a se contrair, os filamentos de actina deslizam entre os filamentos de miosina. A célula diminui em tamanho, caracterizando a contração.
Tipos de Tecido Muscular
Há três tipos de tecido muscular: Tecido muscular estriado, Tecido muscular cardíaco e Tecido muscular liso. Cada um deles tem características próprias, adequadas ao papel que desempenham no organismo.
Tecido Muscular Estriado
Esse tecido é formado por células cilíndricas multinucleadas muito longas dispostas em feixes que apresentam estriações transversais. Suas fibras possuem entre 5-100µm de diâmetro, e vários centímetros de comprimento. Os múltiplos núcleos de cada célula se localizam na periferia das fibras desse tipo de tecido muscular. Isso ajuda a diferenciá-lo do tecido muscular cardíaco, cujos núcleos celulares se encontram na região central das células.
Os músculos esqueléticos são voluntários e de contração rápida e vigorosa. Suas miofibrinas se mantêm unidas através de tecido conjuntivo, o que permite que a força de contração gerada por cada fibra atue sobre o músculo inteiro. Essa força de contração pode ser regulada alterando-se o número de fibras estimuladas pelos nervos. O grau de contração muscular segue a princípio dois fatores: o primeiro relacionado à intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas. Dessa forma, somente ocorrerá contração quando o estímulo nervoso tiver intensidade suficiente para desencadear em um número significativo de fibras, uma ação de contração mediada por substâncias neurotransmissoras, emitidas nas sinapses neuromusculares (contato neurônio músculo), sinalizando o deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos.
Tecido muscular cardíaco
O tecido estriado cardíaco está na constituição do coração, a bomba propulsora do sistema circulatório humano. Esse tecido tem contração rápida, involuntária e rítmica, possuindo células ramificadas que se associam em discos intercalares proporcionando uma forte adesão celular e comunicação/propagação do impulso elétrico.
É constituído por células alongadas e ramificadas, com aproximadamente 15mm de diâmetro e 85-100 micrômetros de comprimento. Elas se prendem por meio de junções intercelulares complexas, e apresentam estriações transversais semelhantes às do músculo esquelético; porém, ao contrário destes, as células apresentam apenas um ou dois núcleos (a musculatura esquelética é multinucleada). As fibras cardíacas estão envoltas em uma camada fina de tecido conjuntivo, que contém uma rede abundante de capilares sanguíneos.
Tecido muscular liso
O músculo liso está principalmente presente nas vísceras e contrai-se lenta e involuntariamente. Ele pode ser encontrado nas paredes de órgãos internos e estruturas como o estômago, o intestino, os pulmões e os vasos sanguíneos.
O tecido muscular liso é formado pela associação de células longas, espessas no centro e finas nas extremidades, com apenas um núcleo central. O tamanho destas células pode variar muito, mas todos são revestidos por uma lâmina basal e mantidas juntas por uma rede de fibras reticulares; quando ocorre a contração de apenas algumas células, estas fibras fazem com que ocorra a contração de todo o músculo.
Tecido Nervoso
O tecido nervoso trata-se de um dos tecidos mais especializados do organismo animal e é o principal tecido responsável pela troca rápida de informações dentro do corpo. Esse tecido é sensível aos vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Aos estímulos externos o tecido nervoso permite que animais percebam em seu organismo mudanças ambientais como calor, frio e choque e reagem adotando posturas a partir de determinado estímulo. O tecido nervoso tem origem na ectoderme e é composto principalmente por neurônio e neuróglia.
O tecido nervoso tem origem ectodérmica, nele a substância intercelular praticamente não existe. Os principais componentes celulares são os neurônios e as células da glia.
As células da glia ou neuroglia são vários tipos celulares relacionados com a sustentação e a nutrição dos neurônios, com a produção de mielina e com a fagocitose.
Os neurônios, ou células nervosas, têm a propriedade de receber e transmitir estímulos nervosos, permitindo ao organismo responder a alteração do meio. Os neurônios são alongados, podendo atingir, em alguns casos, cerca de 1 metro de comprimento, como nos neurônios que se estendem desde nossas costas até o pé. São células formadas por um corpo celular ou pericário, de onde partem dois tipos de prolongamento: dendritos e axônio.
Os dentritos são prolongamentos ramificados da célula especializados em receber estímulos, que também podem ser recebidos pelo corpo celular. O impulso nervoso é sempre transmitido no sentido dendrito – corpo – axônio.
O axônio é uma expansão celular fina, alongada e de diâmetro constante, com ramificações em sua porção final, de modo que o impulso pode ser transmitido simultaneamente a vários destinos. É uma estrutura especializada na transmissão de impulsos nervosos para outros neurônios ou para outros tipos celulares, como as células de órgãos efetores (musculares e glandulares).
Conclusão
Terminado o trabalho, pôde concluir-se que fisiologicamente o sangue, através das mais diversas funções, faz com que a vida continue. A circulação distribui as substâncias nutritivas e o oxigénio a todas as células do organismo transportando aos órgãos excretores, tais como rins e pulmões, os resíduos dos processos metabólicos que recebe dos tecidos. O sangue tem um papel extremamente importante nas defesas imunitárias do organismo.
Constatou-se também que os músculos muitas vezes são chamados de “carne” e constituem cerca de 40% da nossa massa corporal, sendo eles os responsáveis pelos mais diversos tipos de movimentos do nosso corpo. É através da contração muscular que nós conseguimos nos locomover, que o nosso coração consegue bater, que ocorre a impulsão do bolo alimentar no tubo digestório e a eliminação de secreções por glândulas, entre tantos outros tipos de movimentos.
É importante também destacar que é graças ao tecido nervoso que os seres vivos reagem aos estímulos ambientais. Mudanças nas condições do ambiente, tais como sons, choques, calor e frio, são percebidas pelo organismo, que reage adotando uma postura correspondente ao estímulo.
Bibliografia
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- AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das Células 1. 4ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2015.
- Junqueira, L. C. & Carneiro, J. Histologia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 11. ed.
- www.escolademoz.com
- www.semnegativa.blogspot.com
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