Introdução
A memória é uma capacidade que o ser humano tem de armazenar informações e, mais tarde, poder recuperá-las, assim podendo lembrarse de fatos vividos e, principalmente, lembrar quem somos. Enfatizamos, ainda, a importância que a memória tem em relação à identidade de cada um: sem memória não é possível saber o que se faz, com quem convive e, principalmente, quem é. Sem a memória não é possível compreender seu próprio mundo e interagir com aqueles que coexistem connosco. O trabalho ampliou nosso conhecimento e, assim, é possível colocar em prática alguns aspectos citados, como a prática da memória para aperfeiçoá-la, com exercícios mentais que a estimulem, pois a memória, também, precisa ser treinada. Enfim, concluímos e compreendemos que a memória que é pouco falada, mas muito usada, é essencial para vida de todos, pois é ela, também, que nos recorda de tudo aquilo que aprendemos durante nossa existência.
O presente trabalho aborda um tema bastante importante para todos, tema este que diz respeito á memória, onde serão desenvolvidos os aspectos básicos, como a definição e alguns dos tipos de memórias, seu funcionamento (incluindo algumas partes do corpo humano que actuam para que a memória seja possível) e, a importância desta capacidade.
Memória
Definição
A memória
A memória é a capacidade que o ser humano possui de adquirir (codificar), armazenar e recuperar as informações mentalmente aprendidas e/ou vividas como, por exemplo, fatos ocorridos no passado ou emoções vivenciadas em determinadas situações.
Para a psicologia, “memória é qualquer indicação que a aprendizagem persistiu através do tempo”, ou seja, é como se fosse uma base para o conhecimento de cada indivíduo.
Tipos de Memória
A memória ultra-rápida - a retenção não dura mais que segundos. Por exemplo, ouvir alguém ditando um número de telefone, na hora você lembra, mas quando passa uns segundos é incapaz de recordar.
A memória de curta duração (ou memória de trabalho e de curto prazo) - tem acesso rápido e limitado, nesta área a informação não dura mais que segundos. Nesta memória temos a memória operacional que servirá para organizar a realidade percebida pelo cérebro. Através dela, armazenamos informações essenciais para a resolução de problemas, para uso do raciocínio rápido ou elaboração de comportamentos (que podem ser esquecidos a seguir). Ex.: Lugar onde estacionamos o carro.
A memória de longa duração (ou permanente) - é responsável por armazenar todo o conhecimento de uma pessoa. O tempo de acesso para recuperação de informações em comparação aos outros tipos de memória é muito maior. Podendo durar dias, semanas ou até mesmo anos. Consolidação é o processo de armazenar novas informações nessa memória.
Assim, o nosso cérebro é capaz de armazenar diversas informações diferentes e como disse anteriormente, ele usa várias partes para executar o processo de memorização. Uma das estratégias é utilizar outros tipos de memórias que de acordo com os conteúdos existem:
- Memória declarativa (ou explícita) - faz parte da memória permanente e é aquela que pode ser declarada, como fatos, nomes, acontecimentos e pode ser episódica (eventos com data) ou semântica (significado de palavras).
- Memória não declarativa (ou implícita) - é aquela que evoca habilidades, dicas de palavras, objectos, associações, a aprendizagem baseada em não-associações e as aprendidas de modo mecânico. Aprender a dirigir é um bom exemplo do uso dessa memória.
- Memória adquirida por dicas (Priming ou memória de representação perceptual), caracterizada por uma imagem que relembra eventos, ao ver a imagem já identificamos antes da compreensão do evento o que ela significa.
- Memória de procedimentos - é a memória de habilidades e hábitos. (Aprender a dar nó em gravata ou andar de moto).
- Memória associativa e Memória não associativa - estão ligadas a alguma resposta ou comportamento. A associativa é usada, por exemplo, quando ao olharmos para um alimento saboroso começamos a salivar associado a lembrança do cheiro, sabor ou aspecto do alimento. Já a memória não associativa aprendemos sem perceber. Ex.: O latido de um cão não traz riscos, fato que nos faz ignorá-lo.
Para que possamos fixar e guardar uma informação importante precisaremos decorar ou aguçar os nossos sentidos. Um exemplo disso acontece quando repetimos um texto várias vezes. Esta informação que estava na memória de curta duração passa para a memória de trabalho e em seguida para a memória de longa duração.
Com o volume de dados que recebemos de todos os meios de comunicação é necessário que a memória possua um recurso que identifique o que precisaremos (ou seja, personalizar algo de acordo com as necessidades). Este recurso é chamado de customização.
Em síntese, possuímos dois tipos de memória: a memória curta e a memória longa. Estas, por sua vez, também se ramificam. A memória curta (curto prazo) envolve a memória de trabalho e a memória longa (longo prazo) inclui a memória declarativa ou explícita, episódica e semântica (entre outras).
A memória de trabalho consiste no armazenamento rápido de uma informação, como decorar um número de telefone, sendo considerada uma memória de curto prazo. É essa memória responsável por enviar as informações julgadas necessárias (consideradas mais importantes) para a memória de longo prazo.
Na memória de longo prazo, a memória declarativa ou explícita envolve o armazenamento e o reconhecimento (recordação) conscientemente de fatos e acontecimentos (guarda fatos, nomes, conceitos). Na memória episódica possibilita~que o indivíduo lembre-se de fatos nos quais participou como lembranças na infância. Já a semântica é responsável pela associação de objectos com os seus 6 respectivos nomes, por exemplo, quando se fala em papel (significado) lembramos da figura branca e rectangular (signo).
Também existem as memórias sensoriais que são as olfativas, que ocorrem quando nos lembramos de algo, alguém ou alguma situação após sentir o mesmo(ou parecido) cheiro. As táteis apresentam recordações através do toque. Asgustativas, que através do gosto (paladar) é que se recorda. As visuais, que ocorrem após ver uma situação, um objecto e/ou uma pessoa semelhante, logo nos lembramos e, por fim, as auditivas, após escutarmos algo que nos lembra de algo passado.
Vale ressaltar que temos, também, no processo de memorização o pensamento com esforço e o automático. O pensamento com esforço é a informação que entra, é armazenada e é repetida através do uso da atenção selectiva. Já o pensamento automático é adquirido com o treinamento (repetição) dos mesmos movimentos, como exemplos os actos de andar, falar, vestir-se. Ambos os processos passam por um período de interacção, pois a primeira informação adquirida pela pessoa é com esforço, ou seja, a informação é transmitida, codificada pelo receptor e armazenada, para depois poder ser repetida (como o andar); consequentemente a acção passa a ser automática.
Processo da memória
- Codificação
- Armazenamento
- Recuperação
- Processo de memorização
Codificação
Codificar uma informação significa interpretar por um critério específico a forma como ela será armazenada. Ao sermos constantemente alvejados por estímulos sensoriais focaremos num determinado estímulo para reter esta informação.
A informação pode ser codificada pelo seu sentido (semântica), pela visualização (visual) e pela acústica (som) e, assim, pela forma que as organizamos mentalmente. A codificação visual consiste, basicamente, em imagens mentais criadas de um evento, seja um fato ocorrido ou não. Ao lermos um livro normalmente criaremos imagens relativas ao texto e com frequência o associaremos as imagens inventadas. Pode ser causada, a imagem mental, de uma emoção positiva ou negativa, sendo influenciada na maneira em que recordamos como exemplo: “aquele acidente sofrido quando dirigia um carro na cor vermelha”, sempre que o indivíduo que sofreu tal acidente deparar-se com um carro na cor vermelha semelhante sua memória assimilará o fato.
A codificação acústica define-se pelo som, ou seja, quando algum aspecto sonoro prevalece, como o barulho do motor de um carro ou o timbre da voz de uma pessoa. Também nos permite a codificação acústica associar música às pessoas que conhecemos ou a eventos, dando um critério semelhante a do cinema ao inserir trilha sonora aos filmes.
Por fim, a codificação semântica baseia-se em associar um objecto ao nome, pode-se citar o exemplo da assimilação do nome “mesa” com o objecto quanto à sua função, por ser mesa aquilo que utilizamos para apoiar nossos diversos materiais.~Conseguimos codificar melhor quando organizamos as informações em unidades com sentido ou agrupamentos, como por exemplo, ao decorarmos um número de telefone, o dividimos em dois grupos, o início e o fim do telefone. Para recuperar as informações de modo eficiente podemos hierarquizar os conceitos de um capítulo separando ele por tópicos de acordo com suas respectivas prioridade e importância.
Armazenamento
Localiza-se na memória de longo prazo, permanecendo adormecida esperando um estímulo para ser acordada, ou seja, quando o indivíduo recorda de algo, significa que houve armazenamento e resgate dessas informações naquele exacto momento.
No processo de armazenamento podem ocorrer alguns tipos de memória, como a icónica e a ecóica.
A memória fotográfica (icónica) trata-se da visualização exacta de uma cena lembrando-se de qualquer parte dela com detalhamentos impressionantes, por décimos de segundos, tal qual estivesse a vivenciando novamente.
Já a memória ecóica se associa aos aspectos sensoriais sonoros. É quando ouvimos, por exemplo, a mesma música que ouvimos em um baile de formatura, evocando na memória lembranças sobre a ocasião. Mesmo que sejam estas lembranças visuais, táteis, gustativas... O que as resgata imediatamente é a sensação sonora, da música em questão. O critério para o armazenamento é variável, porém sempre estará associado à importância dada aquele estimulo. Uma vez que uma memória tenha sido codificada e armazenada, poderá ser resgatada com precisão e eficiência.
Recuperação
Esse processo é chamado de activação, ou seja, é a recuperação de uma memória específica onde é identificada, primeiramente, uma abertura que leva à informação desejada. Por regra, o meio de activação é o mesmo meio pelo qual foi armazenada a informação, ou seja, através dos critérios utilizados para o arquivamento, de forma que a lembrança seja resgatada rapidamente usando-os. Porém uma mesma informação possui uma serie de detalhes associados a ela, e pode ser recuperada por factores considerados inicialmente menos importantes, mas também relevantes. Pode-se citar a associação visual a uma pessoa, ao nos depararmos com outra de aspecto semelhante, mas também em menor escala pode-se lembrar da mesma ao sentirmos a fragrância de determinado perfume numa loja.
Para resgatarmos rapidamente uma determinada informação é comum recorrer a pequenos truques que auxiliam a memória, dentre eles as memônicas. Uma mnemônica é tipicamente verbal, e comummente utilizada para lembrar listas ou fórmulas. Fundamenta-se em configurações simples de maiores construções, se firmado no princípio da facilidade da mente humana para memorizar informações quando estas são conexas a um carácter pessoal, ou de importância relativa, do que aqueles que são organizados de configuração não sugestiva (para o indivíduo) ou sem critério aparente. Contudo, estas sequências devem seguir alguma lógica, ou serão igualmente difíceis de lembrar.
Amplamente difundida é a mnemônica utilizada para apurar quantos dias tem cada mês do ano, utilizando os nós superiores dos dedos e seus intervalos. A cada nó atribuir-se-á que seja um mês de 31 dias, intercalado com o intervalo do próximo nó que significará um mês com 30 dias ou menos (o caso do mês de Fevereiro que terá 28 ou 29 dias, num ano bissexto). Iniciando-se sempre no nó do dedo indicador, em sequência até ao nó do dedo mínimo e continuando para a outra mão da mesma forma. Por serem doze meses, a contagem terminará no nó do dedo anelar da segunda mão. (vide anexo).
Para que ocorra a recuperação da informação, antes, é preciso que tenha codificado e armazenado, para assim, conseguir recuperá-la. Depois de codificada as informações são incluídas e auxiliadas por pistas associadas aos acontecimentos processados pelo indivíduo.
Pensamento e Linguagem
Linguagem
A linguagem refere-se à capacidade de receber, interpretar e emitir informações para o ambiente. Dentre os temas estudados pela psicologia cognitiva, a linguagem é um dos mais pesquisados, junto com a memória e a inteligência, porque é área de interesse de várias ciências, como a antropologia, a sociologia, a filosofia e a comunicação.
Dentre as habilidades que caracterizam a espécie humana, a linguagem tem sido aquela mais apontada pela maioria dos autores. Através da linguagem, conseguimos manipular de forma abstracta os símbolos linguísticos, permitindo desta forma a troca de informações entre as pessoas. A linguagem reflecte, em boa medida, a capacidade de pensamento e abstracção, embora seja uma função mental distinta do pensamento: uma pessoa pode ter transtornos na linguagem (por exemplo, uma afasia) e manter a função do pensamento preservada, mas se tiver um transtorno de pensamento (como pode ocorrer, por exemplo na esquizofrenia), a linguagem será mais ou menos prejudicada.
A habilidade linguística é desenvolvida de forma integrada com os processos cognitivos. À medida que as funções mentais vão se desenvolvendo e tornando-se mais complexas, a linguagem vai ampliando seus recursos.
- Gramática e Linguística
- Fonética e fonologia
- Aquisição de linguagem
Pensamento
O pensamento é a capacidade de compreender, formar e organizar conceitos, representando-os na mente. Diz respeito à habilidade em manipular conceitos mentalmente, estabelecendo relações entre eles ligando-os e confrontando-os com elementos oriundos de outras funções mentais (percepção, memória, linguagem, afeto, atenção, etc.) e criando outras representações (novos pensamentos).
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o pensamento não é uma habilidade cognitiva exclusiva da espécie humana. Pode-se dizer que os animais, como um todo (exceção feita aos que não possuem sistema nervoso como as esponjas e, talvez, dos cnidários), possuem algum tipo de estruturação de pensamento (compreendido no sentido lato, ou seja, a capacidade de processar informação através de um sistema nervoso organizado), mas obviamente sem ter o nível de complexidade alcançado pelos seres humanos.
O pensamento está geralmente associado com a resolução de problemas, tomadas de decisões e julgamentos.
- Lógica e raciocínio formal ou natural
- Formação de conceitos
- Resolução de problemas
- Julgamento e tomada de decisão
Processos Psíquicos: Consciente e Inconsciente
No nosso psiquismo sentimos emoções e todos os sentimentos que experimentamos quando acontece alguma coisa que nos agrada ou que nos desagrada: podemos sentir tristeza ou alegria, amor ou ódio, medo ou coragem, simpatia ou cólera, ansiedade ou tranquilidade.
Além disso, podemos querer ou não querer alguma coisa: podemos agir voluntariamente, contrariando nossos desejos e conseguimos assim forçar nosso corpo a ir trabalhar quando o desejo que sentimos é, por exemplo, o de ir ao cinema. Isso quer dizer que além de emoções e sentimentos, existe em nosso psiquismo uma coisa chamada vontade e outra coisa chamada desejo. Às vezes, a vontade e o desejo podem estar de acordo, outras vezes estão em desacordo e aí entram em luta um contra o outro.
Em nosso psiquismo existe também algo chamado memória, em que conseguimos recordar coisas que estavam esquecidas e, que chamamos lembranças. A memória e as lembranças dizem respeito aos fatos que já aconteceram e que reproduzimos em nosso psiquismo.
As partes fundamentais do aparelho psíquico, que são os processos psíquicos e que formam
O psiquismo, são: - Consciente e Inconsciente. É consciente todo processo psíquico de que tomamos conhecimento num dado momento.
Para exemplificar: A consciência é como se fosse uma pequena lanterna em um quarto escuro: o objecto que ela está iluminando torna-se consciente, pode ser visto por mim, e os outros objectos que ela não está iluminando tornam-se pré-conscientes, ficam mergulhados na obscuridade e não podem ser vistos, naquele momento. O pré-consciente está constituído pelos processos psíquicos que momentaneamente desapareceram do campo iluminado pela consciência. E o inconsciente, é justamente ao contrário (GARCIA-ROZA, 1988).
São inconscientes os processos psíquicos que não podem ser evocados voluntariamente. Quando algo se torna inconsciente não adianta apenas querer que ele deixe de ser inconsciente para tornar-se consciente. Para conseguir isso é preciso usar técnicas especiais, técnicas mais poderosas do que a força de vontade, como, o hipnotismo, a sugestão ou a psicanálise.
Conclusão
A memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos possibilita aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento).
Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a informação que aprendemos.
A memória é a função mental que permite reter a informação, ou seja, aprender;
É um sistema de armazenamento que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa mesma informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a sua representação na memória não é uma reprodução fiel.
Sem memória como já disse é impossível aprender.
Acima de tudo a memória é extremamente importante pois é o que nos dá a continuidade do presente e que nos permite manter uma conversa e dar continuidade ao presente.
No nosso dia-a-dia, somos bombardeados com milhões de informações que se traduz em estímulos. Segundo M. Gazzaniga, cerca de 99% da informação que entra no cérebro é posta de parte. Imagine o que seria se você se lembrasse de todas as sensações que recebeu durante o dia… (sensações como as provocadas pelas peças de roupa, comida, etc) Cabe ao nosso cérebro seleccionar a informação importante, para garantir a própria sobrevivência do indivíduo e da espécie, chama-se a este processo processamento de informação.
Bibliografia
- www.semnegativa.blogspot.com
- Introdução à Psicologia: Charles G. Morris, Albert A. Maisto: tradução, Ludimila lima, Marina SobreiraDuarte Baptista - 6ª edição, São Paulo: Prentice Hall, 2004;
- Livro: “Processos Psicológicos Básicos” de DAVIS G.MYERS