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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Teoria de Harry Stack Sullivan


Introdução 
No presente trabalho visa debruçar-se sobre a Teoria Neo-Frediana de Harry Stack Sullivan. O trabalho tem como objectivo geral explicar o desenvolvimento da personalidade segundo a Teoria Interpessoal de Sullivan.
Harry Stack Sullivan é psicanalista, mas difere de Freud em muitos pontos significativos. Ele dá maior ênfase aos factores sociais da personalidade do que Freud. A sua teoria baseia-se na importância das relações interpessoais como fundamento das estruturas da personalidade.
Ainda considera que uma personalidade nunca pode ser isolada do complexo das relações interpessoais nas quais a pessoa vive e tem o seu ser, pois a natureza humana só pode ser realizada no relacionamento, na interacção e na participação com os outros.
Para a elaboração deste trabalho fez-se primeiro a recolha do material bibliográfico, sua crítica e finalmente fez se uma leitura analítica.
Tratando se de um trabalho académico, para a sua melhor compreensão usou se uma linguagem afirmativa clara e precisa.

Biografia do Harry Stack Sullivan 
Harry Stack Sullivan, foi um psiquiatra americano, nasceu em Nova York em 21 de Fevereiro de 1892 e morreu a 14 de Janeiro de 1949 em París (França), a caminho de casa depois de um encontro do conselho executivo da Federação Mundial de Saúde Mental em Amsterdam.
 Foi o criador de um novo ponto de vista, conhecido como a Teoria Interpessoal da Psiquiatria, onde dá maior ênfase as relações interpessoais dos indivíduos como factor determinante da sua personalidade. 
As principais influências no desenvolvimento intelectual de Sullivan foram de, William White e Freud.
Sullivan começou a formular a sua teoria das relações interpessoais em 1929 e em meados da década 30 já tinha consolidado o seu pensamento e durante a sua vida, publicou apenas um livro apresentando a sua teoria em 1947 "The Interpersonal Theory of Psychiatry".

Teoria Interpessoal de Harry Stack Sullivan
A teoria de Sullivan se baseia na importância das relações interpessoais como fundamento das estruturas da personalidade, ele defende que desde o primeiro ano de vida, o bebé é parte de uma situação interpessoal, e pelo resto da sua vida ele continua sendo membro de um campo social. Considerava que os comportamentos desviantes ou aceitáveis moldam-se através da interacção com os pais durante a fase da socialização da criança. Considerou que o comportamento das pessoas era impelido por dois tipos de necessidades: as de segurança e as biológicas. 
Sullivan é psicanalista mais difere de Freud em muitos pontos significativos. Por exemplo, as zonas erógenas oral e anal, são interpretados por Sullivan como áreas de interacção do indivíduo com o mundo, não como fonte de prazer de acordo com Freud.

Segundo Sullivan citado por (HALL 2000:138), considera a importância da hereditariedade e da maturação para formar e moldar o organismo, mas enfatiza que é produto de interacções sociais. Além disso, as experiências interpessoais de uma pessoa podem alterar o seu funcionamento fisiológico, de modo que mesmo o organismo perca seu status como entidade biológica e tornar-se num organismo social, com suas maneiras socializadas próprias de respiração, digestão, circulação e assim por diante.
Segundo Sullivan citado por (HALL, 2000:138), o que pode ser estudado é o padrão de processos que caracteriza a interacção de personalidade em determinadas situações ou campos recorrentes que incluem o observador.   

Estrutura da Personalidade
A personalidade é o padrão relativamente duradouro de situações interpessoais recorrentes que caracteriza uma vida humana, Sullivan, citado por (HALL, 2000:138). Significa que a unidade de estudo é a situação interpessoal, e não a pessoa. A organização da personalidade consiste em eventos interpessoais, ao invés de intrapsíquicos. A personalidade só se manifesta quando a pessoa está se comportando em relação a um ou mais indivíduos. De acordo com a teoria de Sullivan, essas pessoas não precisam estar presentes, elas podem ser inclusive figuras ilusórias ou inexistentes. Os processos psicológicos: Perceber, lembrar, pensar, imaginar e todos os outros têm um carácter interpessoal. Mesmo os sonhos nocturnos são interpessoais, uma vez que normalmente reflectem os relacionamentos do sonhador com outras pessoas.

Principais processos da estrutura da personalidade
Os principais processos são: 
  • Os dinamismos; 
  • as personificações e os; 
  • processos cognitivos.  
Os dinamismos
Um dinamismo é a menor unidade que pode ser empregado no estudo do indivíduo. É definido como padrão relativamente duradouro de transformações de energia, que recorrentemente caracteriza o organismo em sua duração como um organismo vivo, Sullivan, citado por (HALL, 2000:141).
Uma transformação de energia é qualquer forma de comportamento. 

Os dinamismos com carácter distintivamente humano são aqueles que caracterizam as relações interpessoais. Por exemplo, uma criança que tem medo de estranhos tem um dinamismo de medo. Qualquer reacção habitual em relação a uma ou mais pessoas, seja na forma de um sentimento, uma atitude, ou seja uma acção manifesta, constitui um dinamismo.
Um dinamismo normalmente emprega uma determinada zona do corpo, como a boca, as mãos, o ânus e os genitais para interagirem com o ambiente. A maioria dos dinamismos tem o propósito de satisfazer as necessidades básicas do organismo. Entretanto, existe um dinamismo importante que desenvolve resultado da ansiedade, é o dinamismo de self ou de auto-sistema.

Personificações     
Uma personificação é a imagem que o indivíduo tem de si mesmo ou de outra pessoa. É um complexo de sentimentos, atitudes e concepções que decorrem de experiências de satisfação de necessidades e de ansiedade. Por exemplo, o bebé desenvolve uma personificação de uma boa mãe ao ser amamentado e cuidado por ela. Por outro lado a personificação do bebé de uma mãe má resulta de experiências com ela envolvendo ansiedade. Finalmente, essas duas personificações da mãe juntamente com quaisquer outras existentes tais como, a mãe sedutora ou a mãe super protectora, fundem se para formar uma personificação complexa, (HALL, 2000:142).
A personificação eu-bom resulta de experiências interpessoais recompensadoras e a personificação eu-mau, de situações ansiogênicas. 

Processos cognitivos 
HALL (2000:143), considera que a contribuição notável de Sullivan relativa ao lugar da cognição nas questões da personalidade, é sua classificação tripla da experiência. Essa experiência pode ocorrer em três modos: prototáxico, paratáxico e sintáxico.
O modo prototáxico pode ser considerado como a séria descontínua de estados momentâneos do organismo sensível, ou à maneira mais simples e elementar do conhecimento e que se relaciona com os aspectos sensoriais da experiência.

As sensações, as imagens e os sentimentos brutos que fluem através da mente de um ser sensível. 
O modo prototáxico de experiência é encontrado em sua forma mais pura nos primeiros meses de vida e é a pré-condição necessária para o aparecimento dos outros dois modos.  
O modo paratáxico de pensamento consiste em ver as relações causais entre os eventos que ocorrem aproximadamente no mesmo momento, mas que não estão logicamente relacionados. Por exemplo, um cachorro que vivia em um canil cercado por cerca alta estava urinando certo dia quando um osso foi atirado por cima da cerca. O cachorro pensou: "Meu acto de urinar fez esse osso aparecer". A partir daí sempre que ele queria algo para comer, erguia a perna.

O modo sintáxico é terceiro e mais elevado modo de pensamento, que consiste na actividade simbólica consensualmente validada, especialmente de natureza verbal. O modo sintáxico produz ordem lógica entre as experiências e permite que as pessoas se comuniquem umas com as outras.
Além dessa formulação dos modos de experiências, Sullivan enfatizou a importância da previsão no funcionamento cognitivo. Essa previsão depende da nossa memória do passado e da interpretação do presente. 
De um modo geral, os dinamismos, as personificações e os processos cognitivos não completam a lista dos constituintes da personalidade mais eles são os principais aspectos estruturais distintivos do sistema de Sullivan.   

Estágios de desenvolvimento
Segundo a teoria interpessoal de Sullivan, o desenvolvimento humano compreende seis estágios antes do estágio final da maturidade, a saber: Infância, Meninice, Idade Juvenil, Pré-adolescência, Adolescência Inicial e Adolescência Final. 

Primeiro estágio: Infância (0 a 2 anos de idade). 
Este período vai do nascimento até à aquisição dos elementos fundamentais da linguagem. Desde o nascimento, a criança deve ser considerada como pessoa interagente.
A zona erógena oral é de grande importância pois dela depende a própria sobrevivência do indivíduo. A importância aqui não é tanto que ela representa uma fonte de prazer para o indivíduo, mas porque ela gere vários aspectos das relações interpessoais do indivíduo com o seu mundo significativo.
A primeira e fundamental experiência do infante é o medo ou ansiedade. Essa ansiedade é produzida pelo não atendimento adequado das necessidades básicas do infante com o respeito ao ar, ao alimento à água, ao sono e outras necessidades fundamentais do ser humano. 

O cuidado materno que a criança recebe, é a ralação interpessoal que determina as estruturas fundamentais de sua personalidade. Para Sullivan, essa relação interpessoal é primeiramente estabelecida através da experiência que a criança tem com o seio materno. Essa experiência pode ser de vários tipos, cada um deles deixando diferentes marcas no psiquismo humano.
Conforme a teoria interpessoal de Sullivan, mais para o fim deste período de vida, a criança forma de si mesma três diferentes auto-imagens: O “bom-eu”, o “mau-eu”, e o não-eu”.

O “bom-eu” resulta da adequada interacção pessoal com a figura materna. Quando a criança emite respostas correctas e que são recompensadas pela figura materna, ela incorpora a ideia do “bom-eu”. Por outro lado. O “mau-eu” resulta da condição de ansiedade com relação à figura materna. O “não-eu”, seria o caso da rejeição de significantes aspectos do próprio eu do indivíduo. 

Sullivan atribui grande significação aos aspectos cognitivos do desenvolvimento da personalidade e acha que a linguagem revela três níveis de cognição, como foi dito acima.

Segundo estágio: Meninice (3 a 5 anos de idade). 
Neste período, as personificações da criança podem conter tanto o elemento “bom” como o elemento “mau”, visto que um não exclui o outro.
Neste período da vida, diz Sullivan, aparecem vários processos dinâmicos da personalidade. Um desses processos dinâmicos é self ou auto-sistema. O self é um mecanismo de defesa usado pela criança para proteger-se contra ameaças do seu eu. Por esse mecanismo a criança ignora ou esquece rapidamente as experiências desagradáveis que teve.

Outro processo dinâmico da personalidade que aparece nesse período da vida é a sublimação. Para Sullivan, o conceito de sublimação não é o mesmo que encontramos nos escritos psicanalíticos de Freud. A sublimação é a substituição de comportamento que potencialmente é capaz de produzir ansiedade por outro comportamento - o sistema motivacional que causou o problema, (ROSA, 1996:123).

Neste período, surge também o que Sullivan chama de dramatização. A dramatização consiste em pretender ser outra pessoa ou desempenhar o papel de outra pessoa que a criança considera importante. Os modelos mais comuns para a criança nessa idade são os pais, a mãe, a professora ou qualquer outro adulto que, por qualquer motivo ela considera um modelo digno de imitação, (ROSA, 1996:124).

Com relação ao desenvolvimento da personalidade, o ponto dramático nessa fase do processo evolutivo é o possível aparecimento da chamada transformação malevolente. Essa transformação ocorre quando a criança não encontra o senso de apoio emocional que procura nos adultos, que considera importantes e poderosos.

Terceiro estágio: Idade juvenil (6 a 9 anos de idade).
É um período para socializar-se, adquirir experiências de subordinação social a figuras de autoridade fora da família, torna-se competitivo e cooperativo, aprende o significado do ostracismo, desprezo e sentimento grupal. A criança aprende a não prestar atenção às circunstâncias externas que não a interessam, a supervisionar seu comportamento por meio de controles internos, a formar estereótipos em atitudes, a desenvolver modos novos e mais efectivos de sublimação e a distinguir mais claramente entre a fantasia e a realidade.

ROSA (1996:126), considera que o facto mais importante nesse período da vida é o aparecimento daquilo que Sullivan chama de "O conceito de orientação na vida". Onde se afirma que o indivíduo é orientado para a vida na medida que:
  • Entende as características que caracteriza as suas relações interpessoais;
  • Encontra maneira de satisfazer essas necessidades, bem como de expressá-las sem excessiva ansiedade e;
  • Adquire objectivos e valores que lhe asseguram satisfação a curto prazo.
Quarto estágio: Pré-adolescência (10 a 12 anos de idade)
A característica principal desta fase é a necessidade de companheirismo com indivíduo do mesmo sexo. Essa busca de um amigo íntimo fornece a base para relações significativas que ocorrerão mais tarde na vida do indivíduo.
A importância do companheirismo desenvolvido nesta fase é tão grande que pode até contribuir para a reversão de uma transformação malevolente. Ao sentir-se ternamente aceite por outra pessoa, o indivíduo pode desenvolver a capacidade de confiar nas suas relações sociais.

Quinto estágio: Adolescência inicial (13 a 17 anos de idade) 
Este período se estende do aparecimento do verdadeiro interesse genital, ou seja, desde a fase em que o indivíduo desenvolve o sentimento de paixão, até à época da padronização do comportamento social que marca o começo da segunda adolescência.
O adolescente começa a sentir determinado conflito entre a lealdade ao companheirismo do mesmo sexo e a atracção ao elemento do sexo oposto. Segundo Sullivan, essa mudança ocorre por conta de dois factores. Em primeiro lugar, ela resulta da paixão ou da necessidade de experimentar orgasmo sexual, outra razão muito importante é que a validação do mérito pessoal que acompanha a intimidade ou que dela resulta é mais forte quando procede de uma pessoa do sexo oposto, ROSA (1996:127).
Neste período de desenvolvimento humano, as três maiores necessidades começam a tomar forma mais definida. Essas necessidades são: a paixão ou gratificação sexual, a intimidade e a segurança pessoal ou a redução da ansiedade.
A adolescência inicial persiste até que a pessoa encontre algum padrão estável de desempenho que satisfaça suas pulsões genitais.

Sexto estágio: Adolescência final (18 a 20 anos de idade) 
Esta fase começa quando o indivíduo alcança o ajustamento sexual satisfatório e se estende até o ponto em que a pessoa chega a estabelecer um repertório de relações interpessoais adultas e plenamente amadurecidas. Durante a adolescência final, o modo sintáxico se amplia consideravelmente. O sistema se estabiliza, são aprendidas sublimações de tensões mais efectivas, e instituídas medidas de segurança mais energéticas contra a ansiedade.  

Adultícia ou estágio final da maturidade (20 a 30 anos de idade)
Nesta fase do desenvolvimento humano, se tudo correu bem, encontramos o indivíduo normal e emocionalmente amadurecido. Seu eu se mostra estável e sua experiência cognitiva é da modalidade sintáxica e caracterizada por elevada capacidade simbólica. As relações interpessoais são autónomas no sentido de ser independente do controle dos pais. Quanto ao processo de socialização pode se dizer que a sociedade transformou o organismo humano em pessoa humana.   

Conclusão
Com a dissertação feita durante a realização deste trabalho, o grupo concluiu que o Harry Stack Sullivan, foi um psiquiatra americano que se interessou em explicar o desenvolvimento da personalidade baseada nas relações interpessoais.
Sullivan, fundamentalmente foi um psicanalista, mas se difere do Freud em pontos significativos, dá maior ênfase aos factores sociais da personalidade do que Freud.
Sullivan considerou que o comportamento das pessoas era impelido por dois tipos de necessidade: as de segurança e as biológicas, ambas são relacionais, operam no campo interpessoal e estão ligadas às relações entre o self e os outros.

A personalidade só se manifesta quando a pessoa se comporta em relação a um ou mais indivíduos.
 Existem três principais processos da personalidade que são: Os dinamismos, as personificações e os processos cognitivos, por sua vez, nos dinamismos encontramos o Auto-sistema ou self, a sublimação e a dramatização como mecanismos de defesa e nos processos cognitivos encontramos três modos de pensamento: O prototáxico, o paratáxico e o sintáxico. Sullivan dá muita importância aos aspectos cognitivos da evolução da personalidade.
Na teoria interpessoal de Sullivan o desenvolvimento humano compreende seis estágios antes da maturidade, respectivamente: Infância, Meninice, Idade Juvenil, Pré – adolescência, Adolescência Inicial e Adolescência Final.

Bibliografia 
  • www.semnegativa.blogspot.com
  • HALL, Calvins, at. all., Teorias da Personalidade, 4ª edição, Porto Alegre, Artmede Editora, 2000. 
  • ROSA, Merval, Psicologia Evolutiva - Problemática do desenvolvimento, 8ª edição, Petrópolis, Vozes Editora, 1996, Vol. I.
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