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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

As Resistências na África do Norte - Egipto, Sudão e na Argélia


Introdução
Os sistemas coloniais apresentavam se diversos quanto a forma a intensidade com que utilizavam seus mecanismos e instrumentos de dominação diante da rica variedade de cultura pré-colonial.
De todo modo, o processo de colonização foi sempre marcado pela violência, pelo despropósito, não raro, pela irracionalidade da dominação.
O confisco das terras, as formas com pulsarias de trabalho, a cobrança abusiva de impostos e a violência simbólica constitutiva do racismo, feriram o demonismo histórico dos africanos. Estas foram algumas causas das resistências em particular no norte de África. Assim sendo, de uma forma bem detalhada e explicada o desenvolvimento deste trabalho irá abordar as Resistências no Norte de África.

As Resistências na África do Norte
NO EGIPTO
A Revolta Urabi ocorreu no Egipto, entre 1881 e 1882, e tinha como objectivo colocar em prática princípios liberais e constitucionais que dessem representação política à população egípcia. Iniciada como um levante militar, a Revolta Urabi conseguiu amplo apoio da população nativa do Egipto, tendo como principal líder Ahmadi Urabi, cujo sobrenome inspirou a denominação da revolta.

No final do século XIX, o Egipto encontrava-se sob domínio administrativo do Império Turco-Otomano. Os oficiais turcocircassianos ocupavam os altos postos do exército, relegando aos egípcios posições de subordinação. Os estrangeiros também gozavam de privilégios em relação à população civil do país, sendo que a maioria não estava sujeita às leis egípcias.

Ao mesmo tempo, pesados impostos eram exigidos da população nativa, conhecida como os fellahin. Quando não eram capazes de pagar os tributos determinados, os fellahin eram duramente castigados.
Por outro lado, o Egipto encontrava-se em enormes dificuldades financeiras em decorrência das desastrosas políticas do quediva Ismail (1863-1879), que havia contraído enorme dívida com países europeus. Essa situação levou o controle das finanças egípcias às potências europeias, principalmente França e Inglaterra. O governo do quediva Tawfiq (1879-1892) continuou a subserviência aos governos europeus, que, somada à sua corrupção, causava grande insatisfação entre a população egípcia.

É necessário ao leitor ter em mente o contexto em que estava inserido o Egipto à época. Todo o continente africano estava sofrendo intervenções de países europeus, no processo histórico do Imperialismo. A imposição de novas formas de trabalho e de organiza-ção social estava dilacerando as antigas práticas económicas, políticas e sociais que vigoravam entre a população do continente. No caso egípcio, tal situação era firmada principalmente através da utilização de terras cultiváveis para a plantação de algodão, que alimentava as máquinas das indústrias têxteis europeias.

Politicamente, ideias liberais e constitucionais haviam entrado no país desde a metade do século XIX, influenciando principalmente sectores letrados da população e algumas camadas do exército. Havia a divulgação desses ideais através de jornais, além da própria religião islâmica servir como ponto de aglutinação da oposição política, que se desenvolveu em torno de um constitucionalismo nacionalista.
O estopim da revolta foi a insatisfação dentro do exército, principalmente com a impossibilidade de os egípcios ocuparem os postos de mais alta patente. Além disso, soldos muito baixos eram pagos aos soldados egípcios. O resultado político foi uma intervenção dos militares a partir de Fevereiro de 1881, que resultou na revolta contra o colonialismo europeu e o quediva Tawfiq.

A revolta foi liderada principalmente pelo coronel Ahmad Urabi, um militar de origem fellah, cuja capacidade oratória era admirada, principalmente por intercalar em seus dis-cursos trechos do Corão. Participou da formação do Partido Nacionalista, o al-Hizb al-Watani, e conseguiu com seus apoiadores importantes realizações no início da revolta. Turcos-circassianos foram substituídos por egípcios em postos-chave da administração. A pressão levou o quediva Tawfiq a instituir uma assembleia popular, promulgando ainda uma constituição liberal em 07 de Fevereiro de 1882.

Mas os revoltosos queriam ainda a derrubada de Tawfiq, sendo que alguns sectores tinham por interesse a formação da República Egípcia. Essa oposição levou Tawfiq a or-ganizar junto aos ingleses uma forma de derrubar os revoltosos do poder. Alguns historiadores propõem que um massacre na cidade de Alexandria contra os estrangeiros, em 12 de Junho de 1882, teria sido organizado pelos ingleses para justificar uma intervenção militar.

A intervenção militar havia mesmo sido solicitada por Tawfiq e ocorreu tanto no ataque à cidade de Alexandria quanto na ocupação do Canal de Suez pelos ingleses, que ser-viram como ponto de partida para esmagar a revolta. Mesmo com o apoio popular à causa constitucionalista – financeira e de composição das forças militares revoltosas, principalmente depois da declaração do Jihad contra os europeus –, as forças inglesas saíram vitoriosas.

O esmagamento da revolta ocorreu em 13 de Setembro de 1882, durante a Batalha de Tell al-Kebir. Os ingleses ocuparam o Egipto por 72 anos, mantendo ainda o país dominado pelo Império Turco-Otomano. Ahmad Urabi foi preso e deportado para o Ceilão, colónia inglesa cujo nome actual é Sri Lanka. Porém, os anseios nacionalistas permanece-riam entre a população egípcia, garantindo diversas formas de resistência à ocupação estrangeira.

NO SUDÃO
A Guerra Mahdista foi uma Guerra Colonial travada no final do Século XIX. O confronto foi inicialmente travado entre sudaneses Mahdistas e egípcios e mais tarde com as forças britânicas. Também foi chamado o Guerra Anglo-Sudanesa ou Revolta do Sudão Mahdista. Os britânicos chamam a sua participaão no conflito da Campanha do Sudão. Foi vividamente descrita por Winston Churchill (que participou da fase final da guerra), em A Guerra do Rio.

A Revolta Mahdista
Na sequência da invasão de Mehmet Ali, em 1819, o Sudão era governado por administração egípcia. Este sistema colonial era sentido pelo povo do Sudão, devido aos pesa-dos impostos e pelas tentativas egípcias de acabar com o tráfico de escravos. Em 1870, um clérigo muçulmano chamado Muhammad Ahmad pregou a renovação da fé e da libertação da terra, e começou a atrair seguidores. Logo em seguida houve uma revolta aberta contra os egípcios, Muhammad Ahmad se auto-proclamou o Mahdi, o redentor prometido do mundo islâmico. O então governador do Sudão, Raouf Paşa, enviou duas companhias de infantaria, com uma metralhadora para prendê-lo. Os capitães das duas companhias tiveram promoções prometidas se os seus soldados fossem os únicos a de-volver o Mahdi para o governador. Ambas as companhias desembarcaram do navio que os trouxera do Rio Nilo até Abba e se aproximaram da vila do Mahdi em direcções dis-tintas. Chegando em simultaneamente, as duas forças começaram a disparar às cegas, permitindo que os seguidores do Mahdi atacassem e destruíssem as forças, uma em cada turno.

O Mahdi, em seguida, começou uma retirada estratégica para Kordofan, onde estava a uma maior distância da sede do governo de Cartum. Este movimento, que se escondia como uma marcha triunfal, incitou muitas das tribos árabes a se levantar em apoio da Jihad que Mahdi tinha declarado contra os "Turcos Opressores". Outra expedição egíp-cia expedidos em Kodok havia sido emboscada e abatida na noite de 9 de Dezembro.

O governo egípcio do Sudão, agora profundamente preocupado com a dimensão da revolta, reuniu uma força de quatro mil soldados sob o comando de Yusef Paşa. Esta força aproximou-se do recolhimento Mahdista, cujos membros eram mal vestidos, tinham fome, e eram armados apenas com paus e pedras. No entanto, o excesso de confiança suprema levou o exército egípcio em campo dentro da vista do exército do Mahdista sem postar sentinelas. O Mahdi comandou um ataque na madrugada de 7 de Junho que massacrou um exército. Os rebeldes ganharam vastos estoques de armas, munições, roupas militares e outros suprimentos.

Resultado
Após a sua vitória os britânicos criaram um novo sistema colonial, a administração angloegípcio, que efectivamente foi estabelecida junto com a dominação britânica no Sudão. Esta só terminou com a Independência do Sudão em 1956.

NA ARGÉLIA
No século XIX, a onda neocolonialista impeliu os franceses a empreenderem a dominação do território argelino. Valendo-se de débeis justificativas ligadas à acção de piratas na região e o respeito às suas autoridades, o governo francês desenvolveu a invasão da Argélia em 1830. Já nesse momento, a resistência da população local impôs uma delicada situação de conflito que só veio a ser estabilizada a partir de 1848.

Ao longo do processo de colonização, observamos que colonos de várias nações europeias ocuparam a região norte da Argélia à procura das terras férteis disponíveis naquele espaço. O processo de desapropriação dos nativos impôs a primeira diferenciação entre os argelinos e europeus, que eram costumeiramente chamados de “pés pretos” por conta da qualidade das terras que conquistaram.

Durante sua estada no controle da Argélia, os franceses cooptavam as elites locais oferecendo importantes cargos de chefia e abrindo a porta de suas instituições de ensino aos filhos dessa elite. Com o passar do tempo, essa elite educada sob os moldes europeus organizou um discurso político contrário à presença francesa em território argelino. Foi daí que o processo de independência conquistava seus primeiros passos.

Resistindo ao fortalecimento desse movimento autonomista, a França resolveu conceder, em 1947, a extensão da cidadania francesa a todos os argelinos e permitir que muçulmanos também ocupassem cargos públicos. Apesar da acção, esse mesmo ano foi marcado pela fundação da Frente de Libertação Nacional (FLN), que alimentava a realização de uma luta pela independência do povo argelino.

Entre os anos de 1954 e 1955, o movimento de independência acabou alimentando diversas situações de conflito que aproveitavam da derrota francesa na guerra do Vietnã e o apoio da opinião internacional. Inicialmente, o governo francês tentou resistir à situação realizando prisões arbitrárias, torturas e acções de natureza terrorista. Contudo, me-diante a resistência, o presidente Charles de Gaulle aceitou a independência argelina ao assinar um termo que reconhecia a soberania política da Argélia, em 1962.

A partir de então, a Argélia se transformou na República Popular Democrática da Argélia e tem como presidente eleito Ahmed Bem Bella. Fundado em princípios socialistas, o novo governo conta com a participação única da Frente de Libertação Nacional como partido político. Ainda hoje, as disputas políticas e a miséria impedem o desenvolvimento desta nação norte-africana.

Conclusão
Terminado o trabalho temos como conclusão o seguinte, os Espanhóis ocupavam territó-rios, os franceses tomaram tuati na parte sul de Marrocos, em 1899, aqui a ocupação Francesa enfrentou uma forte resistência dos líderes locais. Porém, a força militar dos Franceses era enorme para derrotar a resistência em 1901.
Na tentativa de manter a sua independência o jovem sultão de Marrocos Abel al-Aziz pediu apoio britânico e Alemães. Estes aconselharam-no a aceitar submeter-se aos Fran-ceses.
Mais a sul a resistência contra a dominação dos franceses foi liderada por MULAY  IDRISSE, um governador do sultão al-Aziz.
Outro líder de resistência importante foi o xeique americano que, entre 1909 e 1926 de-cretou a Jihad (guerra santa) contra penetração espanhola em Rif-no norte Marrocos. 

Bibliografia 
  • www.semnegativa.blogspot.com
  • NHAMPURO, Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª classe, Plural Editores, Maputo, 2016
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