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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Produção Animal em Moçambique e no mundo

INTRODUÇÃO
A geografia é uma ciência que actua em várias áreas, incluindo estudo das actividades económicas, quando tem como foco as actividades rurais é conhecida como Geografia agrária, essa especificidade volta sua atenção para os fenómenos ocorridos no campo (conflitos, tipos de produção, reforma agrária, tecnologias empregadas, as culturas desenvolvidas entre outros).
Entretanto, este tópico destaca a produção animal, que é definida como conjunto de técnicas utilizadas e destinadas à criação e reprodução de animais domésticos com fins económicos, esses animais são comercializados e abastecem o mercado consumidor. Neste âmbito, visa-se nesta abordagem caracterizar a produção animal em moçambique e no mundo. Durante a abordagem, será inevitável mencionar, tipos de gados e as regiões produtoras de animais, as formas de criação, sistemas de criação e muitos outros pontos que abordaremos, conforme indicado nos objectivos deste trabalho.
 
PRODUÇÃO ANIMAL EM MOÇAMBIQUE E NO MUNDO
Produção Animal Em Moçambique
Definição da produção animal
A produção animal é uma atividade ligada à criação de gado e outros animais, esse ramo produz importantes matérias-primas que abastecem as agroindústrias, como carnes para frigoríficos, peles na indústria de couro, leite para laticínios e muitos outros. (NÃÃS, I. A. 1989)
A produção pecuária corresponde ao conjunto de técnicas utilizadas e destinadas à criação e reprodução de animais domésticos com fins econômicos, esses animais são comercializados e abastecem o mercado consumidor. (SALOZÁBAL, 1985)
O gado em Moçambique está distribuído de forma irregular, no entanto na zona sul, é onde há maior concentração devido a existência de planícies, pastos doces, espécies arbustivas e arbórea com alto valor forrageiro embora haja um número insignificante da mosca tsé-tsé (esta provoca a doença de sono).

Tipos e províncias com maior produção animal
  1. Gado bovino é composto por bois e algumas espécies de búfalo ou elevado grau de valor económico devido a produção de carne, leite e couro. As províncias com maiores densidades são: Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala e Zambézia.
  2. Gado suíno é composto por porcos domésticos, é uma espécie da pecuária muito rentável que não precisa de muitos cuidados. Este gado é reduzido na região Norte do país porque a maioria da população é muçulmana. As províncias com maiores densidades são: Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica e Tete.
  3. Gado ovino é composto por ovelhas e carneiros e têm uma importância significativa na produção de carne, leite e lã. As províncias com maiores densidades são: Inhambane, Nampula, Tete e Maputo.
  4. Gado caprino é composto por cabras para a produção de carne. As províncias com maiores densidades são: Tete, Manica, Gaza, Inhambane, Sofala e Nampula.
  5. Para além desses tipos de gados, atrás mencionadas, nas cidades e vilas, produz-se frangos para a produção de carne, pintos e ovos.




A produção animal na época colonial
Na época colonial, a produção animal não fugia a regra e era feita em duas formas:Forma empresarial e moldes tradicionais (campesinato).
  • Na forma empresarial: era praticada por pequenos e grandes criadores, cujo objectivo era a comercialização e obtenção de grandes rendimentos, pois era um gado criado em estábulos e recebia cuidados intensivos veterinários e dos criadores;
  • Na forma tradicional (campesinato) era praticada pelo sector familiar, cujoobjectivo era a subsistência das famílias e dos pequenos grupos de criadores. Na sua maioria, a produção era feita em condições muito rudimentares e o gado recebia menos cuidados por parte dos criadores por isso tinha baixos rendimentos.

No presente (após a independência)
A partir da década de 1980, os efectivos pecuários reduziram-se significadamente, devido as seguintes causas:
  • O abandono do país por parte dos grandes criadores pecuários;
  • Ausência de uma política para o fomento da pecuária;
  • As calamidades naturais cíclicas (cheias, secas prolongadas e tempestades);
  • Contrabando do gado para os países vizinhos;
  • Abate indiscriminado do gado;
  • As guerras que fustigaram o país;
  • A destruição e deterioração de infra-estruturas pecuárias;
  • Existência de mosca tsé-tsé, sobretudo no centro e norte onde há maior incidência.

Para garantir o repovoamento pecuário, o governo adoptou as seguintes medidas:
  • Introdução de técnicas apropriadas;
  • Criação de sistemas de comercialização adequadas;
  • Aquisição de animais reprodutores para o repovoamento pecuário;
  • A concessão de créditos bancários;
  • A garantia de assistência técnico-sanitária;
  • Incentivar a produção nacional.
Nível de Produção Animal na Província do Maputo
Na área de produção bovina está-se a trabalhar no melhoramento da condição genética dos animais de uma forma mais rápida. Está-se neste momento (2017) com um efectivo de 225 mil bovinos, 216 mil pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) e 35 mil suínos, mas embora tenha-se registado crescimento acima de 10 porcento sente-se que ainda está-se muito abaixo daquilo que pode-se exercer.
Começou-se timidamente com a produção das vacas leiteiras e alocaram-se recentemente 30 animais a três criadores privados numa perspectiva de multiplicar e passar para outros produtores do sector familiar, mas sente-se que ainda é pouco. Relativamente à avicultura tem-se uma capacidade instalada de 30 mil frangos, 1500 mil ovos de consumo e nesta área tem-se um projecto que financia a produção avícola através do BCI com uma taxa de juros reduzida de dez porcento, neste momento com 40 mutuários. Tem-se também o Standard Bank que financia a agricultura num contexto global e acredita-se que o crédito ainda é caro mas já foi bom baixar de 23 para dez porcento a taxa de juros que constitui um caminho longo por trilhar. “Gostaríamos de produzir mais e estamos a trabalhar nesse sentido. O Ministério da Agricultura traçou uma nova linha de orientação no nosso funcionamento com enfoque para os próximos dois anos.” (Portal do Governo da Província de Maputo, 2017).


Novas Estratégias Para a Produção Animal em Maputo
A estratégia é que todos os extensionistas tenham pelo menos um aviário com capacidade de produzir dois mil frangos, onde possam fazer uma média de sete ciclos num ano, o que perfaz 14 mil frangos para cada um. Com 67 extensionistas acredita-se que pode-se produzir perto de um milhão de frangos por ano com um efeito multiplicador e de formação dos criadores. O objectivo é de eles fazerem assistência produzindo, para além de uma área de um hectare para a produção agrícola.
Haverá financiamento através do Fundo de Desenvolvimento Agrário e o ministério já está a trabalhar nesse sentido e pretende-se que se arranque já na próxima época (2018). Acredita-se que haverá sucesso porque os extensionistas vão poder ensinar aos produtores desde a produção até à gestão de negócios. (Portal do Governo da Província de Maputo, 2017).



Produção Animal no Mundo
Principais Sectores

Em Portugal, a produção animal representa cerca de 37% da produção agrícola. De um modo agregado, a produção animal representa uma dinâmica de crescimento, contudo está muito dependente de consumos intermédios de bens (cereais, outros alimentos para animais e energia) que são maioritariamente importados.
Os principais sectores da produção animal são, em volume de negócios, a produção de leite, aves e os suínos, seguidos dos bovinos de carne, os ovinos e os caprinos.
Por outro lado, Portugal é um importante reservatório de Recursos Genéticos Autóctones, estando oficialmente reconhecidas 47 Raças Autóctones, sendo 15 raças da espécie Bovina, 15 raças de Ovinos, 6 raças de Caprinos, 3 raças de Suínos, 4 raças de Equídeos e 4 raças de Galináceos.
Dados sobre os principais setores de produção animal são publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no âmbito das Estatísticas Agrícolas. Também o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas do INE, divulga um conjunto de informação conjuntural relativa ao sector primário.
A legislação europeia apoia a produção e a comercialização dos produtos de produção animal, tendo simultaneamente em conta a especificidade de cada produto.
A Organização Comum de Mercados Agrícolas(OCM) no setor agrícola rege 21 setores que, até 2007, estavam organizados em OCM’s individuais, e oferece um quadro jurídico único que comanda o mercado interno, o comércio com os países terceiros e as regras de concorrência.
A OCM abrange cerca de 90% da produção agrícola final comunitária. Os principais setores da OCM são: carne de bovino, leite e produtos lácteos, carne de suíno, carne de ovino e caprino, carne de aves de capoeira.

Saúde e Procteção Animal
As normas de Bem-Estar Animal(BEA) são um conjunto de regras sobre as condições em que podem ser mantidos os animais nas explorações, nos transportes e nos locais de comercialização e são determinantes para o seu bem-estar e saúde, bem como para a qualidade e valorização dos produtos alimentares de origem animal.
Neste âmbito foram criados diplomas legais que regulam a produção de animais com vista ao abate, respeitando-os enquanto seres vivos e respeitando os consumidores enquanto receptores finais dos produtos zootécnicos.
Grandes são, também, as preocupações com as doenças animais transmissíveis ao Homem quer no maneio destes quer pela ingestão dos produtos alimentares resultantes de animais doentes.
Os animais podem sofrer de um conjunto alargado de doenças infeciosas ou não infeciosas. Muitas doenças têm impacto só nos animais afetados e não afeta outros animais ou os humanos.
As doenças que afetam os animais e os humanos são ditas zoonoses e na sua maioria são reguladas por programas de controlo oficial / obrigatórios como é por exemplo da tuberculose e da brucelose.
Outras doenças, porque podem ter um impacto muito significativo na economia das atividades pecuárias, apesar de não serem transmissíveis ao homem, são também sujeitas a programas oficiais e obrigatórios de vigilância, controlo ou erradicação (por exemplo a febre aftosa ou a língua azul) e se observadas numaexploração, são consideradas de Declaração Obrigatória.
O proprietário ou detentor de animais está obrigado a um conjunto de normas, em função das espécies que são detidas, que tem por objetivo o controlo oficial das doenças dos animais, que têm de ser respeitadas, não só para defesa dos seus animais, como dos animais da região, ou a defesa da saúde pública. De facto, se por um lado, ao proteger os animais consegue-se obter um produto de boa qualidade evitando questões de Saúde Pública, por outro, ao identificar e manter registos dos animais e ao obedecer a rotulagem prevista na lei são dadas as informações e garantias ao consumidor da origem dos produtos.
O detentor dos animais deve tomar todas as medidas para assegurar a saúde e o bem-estar dos animais, nomeadamente no que diz respeito ao alojamento, à qualidade e quantidade do alimento, ao maneio animal e ao transporte.
O sucesso da exploração pecuária passa pela qualidade do maneio animal nas suas mais variadas vertentes.

Medicamentos Veterinários e Produtos e Biocidas de Uso Veterinário
Os medicamentos veterinários são um recurso crucial para a defesa da saúde e do bem – estar dos animais e para a protecção da saúde pública, sendo igualmente um instrumento de salvaguarda da produção animal, com impacto considerável na economia das explorações agro -pecuárias.
A defesa da saúde pública, animal, do bem-estar e da produção animal e os interesses dos agentes económicos e do país em geral, justificam as medidas constantes na legislação vigente para os medicamentos veterinários. Neste sentido, é também prevista a aplicação de um plano internacional de controlo de utilização de medicamentos destinados a animais de exploração, o qual, em articulação com o plano nacional de controlo de resíduos e com o controlo da alimentação animal, garante a verificação das condições de utilização dos medicamentos, designadamente a utilização indevida ou ilegal.
Por seu lado, os Produto de Uso Veterinário (PUV) são a substância ou mistura de substâncias, sem indicações terapêuticas ou profilácticas, destinada aos animais, para promoção do bem-estar e estado hígio-sanitária, coadjuvando ações de tratamento, de profilaxia ou de maneio zootécnico, designadamente o da reprodução; poderão igualmente ser utilizados nos instrumentos de diagnóstico médico – veterinário e ainda aplicados ao ambiente que rodeia os animais, designadamente às suas instalações;
Ainda numa perspectiva de defesa da saúde pública, é igualmente necessário assegurar o controlo dos resíduos de produtos de uso veterinário nos alimentos de origem animal. Deste modo, o decreto-lei vigente para os produtos de uso veterinário estabelece as normas a que devem obedecer o fabrico, a autorização de venda, a importação, a exportação, a comercialização e a publicidade de produtos de uso veterinário.
Os biocidas de uso veterinário compreendem uma vasta gama de substâncias activas e preparações que as contêm, de características muito diferenciadas do ponto de vista da sua composição, e cobrem um amplo leque de utilizações, já que constituem uma arma muito eficaz no combate aos organismos nocivos, actuando designadamente ao nível de superfícies, equipamentos, utensílios, pele intacta dos animais e suas instalações com nítido benefício para a protecção da saúde humana e animal e para a salvaguarda do ambiente.

Alimentação Animal
A produção animal ocupa um lugar de destaque no sector agrícola da Comunidade.
A obtenção de resultados satisfatórios nesta actividade depende, em grande medida, da utilização de alimentos para animais adequados com o objectivo de satisfazer as necessidades dos animais, quer sejam as energéticas ou em nutrientes, assegurando o seu crescimento, engorda, manutenção e/ou produção, buscando igualmente um elevado nível de proteção da saúde e bem-estar dos animais e do próprio meio ambiente, salvaguardando ainda a saúde do consumidor pela obtenção de géneros alimentícios de origem animal inócuos e de reconhecida qualidade.
Mais importa garantir que todas as empresas do sector dos alimentos para animais funcionem de acordo com requisitos harmonizados na perspectiva de padrões apropriados de segurança e salubridade dos produtos em todas as fases de produção, transformação, distribuição, colocação no mercado e utilização dos alimentos para animais, asseverar o normal funcionamento do mercado e proteger o interesse e restabelecer a confiança dos consumidores.
Para a persecução destes objectivos foram adoptadas medidas regulamentares a nível da União Europeia que, prevendo uma abordagem global e integrada baseada em análise de risco ao longo de toda a cadeia alimentar, incluindo a alimentação animal, conduzem a uma política alimentar eficaz, coerente e dinâmica, baseada no lema: “Do prado ao prato”.
Complementarmente, a legislação em matéria de rotulagem e de colocação no mercado dos alimentos para animais, foi completada de maneira a conferir um maior relevo aos princípios e normas gerais da legislação alimentar, permitindo ainda a desejada informação, transparência, competitividade e gestão dos riscos associados aos alimentos para animais.
O papel vital que o sector dos alimentos para animais desempenha, não só em termos da economia nacional, comunitária, e até mundial, bem como a necessidade em garantir que todas as empresas do sector dos alimentos para animais funcionem de acordo com requisitos de segurança harmonizados na perspetiva de garantir um elevado nível de proteção da saúde animal e humana em matéria de segurança dos alimentos para animais e para consumo humano, levou ao estabelecimento adicional de requisitos de higiene dos alimentos para animais, garantindo a segurança dos alimentos para animais ao longo de toda a cadeia, desde a produção primária até à alimentação de animais produtores de géneros alimentícios, incluindo a importação e exportação de alimentos para animais de e para países terceiros.
Igualmente a colocação no mercado e utilização de alimentos para animais, incluindo os requisitos aplicáveis à rotulagem, à embalagem e à apresentação, assegurando o desejado nível de segurança dos alimentos para animais e, de proteção da saúde pública, de fornecer uma informação adequada aos utilizadores e consumidores, para além de reforçar o bom funcionamento do mercado interno e gerir riscos associados aos alimentos para animais.
Na sequência do cumprimento das disposições legais em vigor, não poderão ser fornecidos a animais de exploração alimentos que não sejam consideradas sãos, genuínos, não adulterados e adequados à utilização pretendida. Só podem ser fornecidos e utilizados alimentos que provenientes de estabelecimentos registados e/ou aprovados pela autoridade competente nacional, nomeadamente a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV)
Constituindo-se a alimentação animal como o principal encargo das explorações pecuárias, representando em alguns casos custos de produção elevados, a sua competitividade futura, sobretudo ao nível da pecuária intensiva, depende em muito dos alimentos a utilizar e dos requisitos de higiene a considerar.


Domesticação Dos Animais
Domesticação é a operação de tornar domésticos animais selvagens e vem do latim, domus que significa casa. Assim animal doméstico é aquele que vive em casa (sentido lato), sob o domínio total ou parcial do homem. Assim animal doméstico é definido como aquele que é criado e reproduzido pelo homem, em estado de cativeiro e de mansidão natural, com o fim de se obter uma utilidade ou serviço.
A diferença entre animais amansados e domésticos é que os domésticos vive sob o domínio do homem de geração em geração, interessando à espécie toda, havendo uma perpetuidade dessa condição através das gerações, hereditariamente. No caso do animal não-doméstico, esse domínio é restrito, individual, não passando de alguns poucos animais aprisionados e/ou amansados, mas a espécie continua sua vida livre e selvagem.
Atributos dos Animais Domésticos
Para que haja domesticidade, os animais devem transmitam hereditariamente seus atributos, enquanto viverem sob o domínio do homem, os quais podem ser agrupados em:
  • Sociabilidade - é a conduta associativa nota que leva os animais a procurarem viver em conjunto, em grupos vivem sociáveis.
  • Mansidão - tendência que deve ser transmitida por hereditariedade, e que se expressa pela ausência do instinto selvagem.
  • Fecundidade em Cativeiro - os animais devem se reproduzir normalmente em cativeiro, sendo esta fecundidade superior ao dos animais selvagens.
  • Função Especializada - o animal deve apresentar uma utilidade ou um serviço para o homem.
  • Adaptação Ambiental - o animal deve ser capaz de se adaptar aos mais diversos ambientes, sem maior prejuízo de suas funções.

Fases/Formas da DomesticaçãoOs animais para atingirem a domesticidade, estágio final do processo de domesticação, passam por três fases distintas, sob o domínio do homem, que são a de cativeiro, amansamento e a domesticidade propriamente dita.
  • Cativeiro - fase mais inferior de domínio, onde o homem mantém o animal preso e dele não aufere lucro ou serviço. É o caso de animais selvagens mantidos engaiolados, tanto para estudos como para embelezamento;
  • Amansamento - também chamada de mansidão ou domação, é a fase ou estado de convivência pacífica entre o animal e o homem, podendo prestar algum tipo de serviço;
  • Domesticidade - estado de simbiose na qual se acham os animais domésticos e o homem, onde os animais vivem voluntariamente presos ou quase, são naturalmente mansos e prestam serviço ao homem.

Fases/Épocas da Domesticação
Algumas espécies foram domesticadas em épocas mais remotas, enquanto algumas só foram recentemente. Assim consideram-se três fases históricas de domesticação.
  • Remota - No fim do Paleolítico Superior (15.000 A.C) o homem poderia ter começado a domesticar o lobo.
  • Primária– é a fase correspondente ao Neolítico. A domesticação do cão prossegue e há 10.000 anos a.C. são domesticados a ovelha, a cabra, o zebu, o jumento, o cavalo e o gato. Achados arqueológicos são comprobátorios desta hipótese.
  • Secundária - Fase dos tempos históricos em que são citados nominalmente vários animais, como porco, a galinha, o coelho, o dromedário, o camelo, a abelha, a lhama e a alpaca.
  • Actual - Animais bem mais recentemente domesticados, como o avestruz, a galinhola, a cobaia, o peru, assim como grande número de animais criados para laboratórios, para produção de peles, ou mesmo de alimentos, que estão em processo de domesticação.

Zootecnia como Ciência
A definição de Zootecnia tem sido tentada por vários autores, como Sanson, que a descreveu como “ciência da produção e da exploração das máquinas vivas”, ou Dechambre, que a considerou “encarregada de utilizar processos que permitem obter dos animais a melhor utilização e o rendimento mais elevado”, bem como o próprio Baudement, seu fundador, que a exprimiu como “o estudo da exploração dos animais domésticos pela indústria agrícola”, só para exemplificar definições de autores classicamente conhecidos.
Em consequência da importância do animal doméstico, é estabelecida a Zootecnia, a qual pode ser conceituada como uma ciência do ramo biológico, encarregada de estudar os métodos de criação de animais, o aumento da sua produtividade e do seu rendimento econômico. Como ficou visto, a arte de criar animais é antiga, sendo, todavia, a ciência relativamente nova.

Sistemas de Produção Animal
Basicamente, existem três tipos de sistemas de produção de carne bovina: extensivo,semi-intensivo e o intensivo. 
  • Sistema Extensivo
O sistema extensivo caracteriza-se por: utilização maciça de recursos naturais (algumas vezes de forma extractivista); a maioria das propriedades rurais situa-se longe dos centros consumidores; gado a campo; animais mestiços (azebuados); produção e/ou produtividade baixa; sem ou com diminutos planejamentos alimentar, profilático e ou sanitário; controles de produção e reprodutivos inadequados ou inexistentes; instalações inadequadas, muitas vezes somente o curral de manejo; pastos constituídos de plantas nativas e/ou exóticas, mas com os manejos da pastagem e do pastejo inapropriados; a utilização de suplementação alimentar quase inexistente (OLIVEIRA, Ronaldo Lopes 2008).
  • Sistema Semi-Intensivo
O sistema semi-intensivo caracteriza-se por: propriedades rurais especializadas, ditas empresas rurais, podem ou não estar próximos a grandes centros; alimentação com base em pastos, mas com utilização de suplementos minerais e concentrados; técnicas de conservação de forragens (silagens) e ou capineiras; quando utilizado o sistema de confinamento geralmente está vinculado à fase de engorda; controle zootécnico, profilático e reprodutivo; processos modernos de criação, em que utiliza gerenciamento agropecuário, de biotécnicas de reprodução; de maquinarias e de insumos; emprego de maiores investimentos por unidade de terra, quando comparado com o extensivo; contabilização do trabalho/ha; os funcionários são mais capacitados; as pastagens são exóticas e, algumas vezes, com manejos apropriados do pastejo e da pastagem e em alguns casos utiliza a integração lavoura pecuária; a suplementação alimentar concentrada pode ocorrer ao longo do ano, ou em partes do ano (estacionalidade de produção forrageira), no entanto a suplementação mineral ocorre ao longo do ano; quanto ao material genético o zebu ainda permanece predominante, em especial no rebanho de matrizes, utilizando técnicas de inseminação artificial e/ou no mínimo touros puros de origem; não é rara a utilização de animais de origem europeia nos cruzamentos, principalmente aqueles destinados ao abate; controle de outras enfermidades e de parasitos; as instalações de maneira geral são mais apropriadas e não se restringem ao curral de manejo. (OLIVEIRA, Ronaldo Lopes 2008).
  • Sistema Intensivo
O sistema intensivo caracteriza-se por: propriedades rurais altamente especializadas, ditas empresas rurais, geralmente estão próximos a grandes centros, onde o preço da terra é alto e os conhecimentos mercadológicos são a chave para a manutenção; necessidade de planejamento dos recursos alimentares, sanitários, produtivos e reprodutivos, administrativos, entre outros; os pastos são explorados intensivamente, principalmente para rebanho de matrizes, quando utilizados para a fase de engorda podem estar associados à irrigação e/ou suplementação (semiconfinamentos) e/ou integração lavoura-pecuária; há adoção do sistema de confinamento, que pode ocorrer logo após a desmama; devido ao alto grau de especialização dos animais, é característica a alta produção animal e alta produtividade; há emprego de alimentos concentrados e minerais; o manejo geral dos animais é mais detalhado e laborioso; o manejo sanitário é mais complexo; de maneira geral os custos de produção são mais elevados; ocorre exploração ao máximo do potencial genético dos animais; mão-de-obra especializada, com a necessidade de especialistas nas áreas que circundam o sistema de produção de carne; quanto às características genéticas dos bovinos, esta pode ter base zebuína, mas também pode ocorrer maior utilização de animais de origem europeia, essa variação é dependente do objetivo da produção, que geralmente estão associados ao mercado consumidor final. (OLIVEIRA, Ronaldo Lopes 2008).
CONCLUSÃO
Terminada a abordagem, concluiu-se que a produção animal é uma atividade humana que está relacionada à sobrevivência e à produção de alimentos e bens de consumo que são fundamentais para a vida humana, como o leite e seus derivados, a carne, roupas, calçados e outros utensílios.A pecuária corresponde a todas as técnicas utilizadas pelo homem para a criação e reprodução de animais. Essa actividade tem fins económicos e também de subsistência. De uma maneira geral, a pecuária é realizada para suprir o mercado consumidor interno e externo.
Constatou-se também que é graças à produção animal que temos as matérias-primas para abastecer as agroindústrias, a indústria do couro, os laticínios e os frigoríficos. A pecuária é uma importante fonte de renda e um mercado essencial para a economia moçambicana. Além disso, essa área resulta na produção de carne, leite e ovos, que servem como base da alimentação moçambicana assim como mundial.
Por fim, é importante destacar que a produção animal integra a agricultura, pois ambas são desenvolvidas em um mesmo lugar e em determinados momentos uma atividade depende da outra, um exemplo disso é a ração para bovinos, a produção leiteira que necessita de cana-de-açúcar e capim cultivados e, às vezes, as fezes dos animais servem como adubos naturais no cultivo de algumas culturas, como hortas.

BIBLIOGRAFIA
  • CORRÊA, Eduardo Simões et al. Sistema semi-intensivo de produção de carne de bovinos Nelore no Centro-Oeste do Brasil. Embrapa Gado de Corte, 2000.
  • NÃÃS, I.A. Princípios de conforto térmico na produção animal. São Paulo: Ícone Editora, 1989.
  • SALOZÁBAL, José Maria, Curso de Economia, 4ª ed., Bilbau, 1985, pp.77 e s., 197
  • PORTAL DA PROVÍNCIA DE MAPUTO, http://www.pmaputo.gov.mz/por/A-Provincia/Agricultura/PECUARIA-ESTA-A-FLORESCER (visitado em 11/09/2018)
  • ZIMMER, A.H., EUCLIDES FILHO, K. As pastagens e a pecuária de corte brasileira. In. Simpósio Internacional sobre produção animal em pastejo, 1997, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 1997, p.349-379.
  • www.semnegativa.blogspot.com
  • www.semnegativa.com

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