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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Ética Empresarial

Introdução
Na ética há um ramo diretamente ligado às empresas que é referente à conduta ética das empresas, ou seja, à forma moralmente correta com que as empresas interagem com o seu meio envolvente, este ramo denomina-se Ética Empresarial. Entretanto, este trabalho visa abordar a Ética Empresarial, onde no seu seio falará-se da sua relação com o cliente e a sua relação com a concorrência.
É importante avançar de antemão que a ética na empresa visa garantir que os funcionários saibam lidar com determinadas situações e que a convivência no ambiente de trabalho seja agradável. De forma ética.

Ética Empresarial 
A ética em si é referente à teoria da ação justa e moral, tendo frequentemente um significado equivalente ao da filosofia moral. A ética também tem como função descobrir as concepções dominantes da moralidade e a origem desta. O núcleo fundamental da ética descritiva é a análise da experiência moral (consciência moral, dever, responsabilidade, decisão, etc) e dos tipos de ação que correspondem aos diversos valores particulares (ética do trabalho, da intenção, da responsabilidade, do êxito, etc.).
Da mesma forma que a ética estabelece as leis que determinam a conduta moral da vida pessoal e coletiva, a ética empresarial determina a conduta moral de uma empresa, seja ela pública ou privada.
A ética empresarial fortalece uma empresa, melhorando a sua reputação e tendo também um impacto positivo nos seus resultados. Uma empresa que cumpra determinados padrões éticos vai crescer, e vai favorecer a sociedade, os seus fornecedores, clientes, funcionários, sócios e até mesmo o governo. A ética empresarial é uma prática essencial de uma empresa, assim como a responsabilidade social e responsabilidade sócio-ambiental.
Um dos grandes benefícios da ética empresarial é que ela é reconhecida e valorizada pelo cliente, sendo estabelecida uma relação de confiança. Essa relação, baseada na satisfação do cliente, vai originar lucro para a empresa, ajudando a que ela cumpra os seus objetivos. No entanto, a confiança com o cliente é uma coisa que demora algum tempo a conseguir, e pode ser perdida com algum erro cometido a nível empresarial.
A ética empresarial é a razão de ser de uma empresa, e as empresas que não funcionam de forma ética, por exemplo, tentando ganhar dinheiro fácil enganando os clientes, estão condenadas ao fracasso.

Relação com Cliente
Com o mercado cada vez mais competitivo e os consumidores cada vez exigentes na hora de comprar, as organizações investem na construção de um diferencial em relação às demais, que comercializam o mesmo produto ou serviço, tendo sempre em vista a satisfação e fidelização do cliente. Nessa disputa, é oportuno considerar que as motivações que fazem um cliente optar por uma dentre tantas empresas que vendem o mesmo produto ou serviço está para além de uma relação meramente comercial. Trata-se, na verdade, de uma interação entre empresa e consumidor na qual interagem valores como respeito, honestidade, justiça, eficiência, responsabilidade e confiança, dentre outros.
Numa empresa, a interação do funcionário com o cliente vai além de uma troca da mercadoria por dinheiro: pressupõe como fundamento uma relação ética, sem a qual o consumidor não se sentirá propenso a tornar-se um cliente. Por isso, uma empresa deve, em relação ao consumidor em geral, ser capaz de inspirar a realização de certas exigências éticas, que se manifestam de modo mais evidentes nos seguintes aspectos: competência no atendimento às necessidades, postura verdadeira, justa e responsável.

Competência no atendimento às necessidades: o cliente busca um bem ou serviço – o produto - e uma empresa se propõe satisfazer suas necessidades oferecendo-lhe o produto que deseja. A qualidade do produto ofertado não é medida pela marca ou conceito, mas pela capacidade de atender, satisfatoriamente, às necessidades do consumidor. Os clientes estão cada vez mais céticos em relação a propaganda e cada vez mais esclarecidos a cerca dos seus direitos como consumidores. Por isso, a venda de um bem ou serviço cuja qualidade deixa a desejar, ainda que sob o pretexto de ser mais barato, pode resultar em prejuízo para o cliente e consequentemente para a empresa. O melhor produto para um consumidor é sempre aquele que satisfaz as suas necessidades. Para isso, uma segunda exigência ética se impõe naturalmente. A boa-fé ou veracidade na hora de apresentar um produto ao cliente.

Verdade na apresentação do produto: algumas empresas estimulam os funcionários a vender seus produtos, premiando-os com brindes, comissões e outras formas de incentivos e, não raro, o vendedor é orientado a omitir certas deficiências do produto e usar de má-fé com o cliente. A empresa que procede assim pode sofrer dois problemas éticos sérios: primeiro, estimula no funcionário uma conduta que, se usada contra a própria empresa, pode trazer sérios prejuízos; segundo, deixa claro que a gerência da organização não é referência ética, portanto, não é pessoa muito confiável; e, por fim, o cliente que se sente enganado é um ótimo veiculo de propaganda contra a empresa.
Por isso, o vendedor, ao ser indagado por um cliente sobre o produto, deve proceder de forma honesta e transparente, pois o uso da má-fé, motivado pela preocupação de vender a qualquer custo, pode ter sérios danos à empresa e o vendedor. Uma empresa não vende só um produto, mas a sua própria imagem. E quanto mais honesta for sua relação com o cliente mais sairá ganhando. A experiência tem mostrado que o vendedor ganha a confiança do cliente quando é honesto na hora de elucidar as razões pelas quais dois produtos que têm a mesma finalidade possuem preços diferentes; quando menciona as vantagens e desvantagens do produto. O cliente não se sente enganado por uma propaganda enganosa e estabelece uma relação de confiança com a empresa.

 Justiça no estabelecimento do preço: A conduta ética na hora de estabelecer o preço de um produto é fundamental. As pessoas pechincham, comparam, fazem listagem de preço e só então decidem comprar. É mais inteligente e ético colocar um preço justo por um produto para ganhar sempre, do que, querendo ganhar logo, perder sempre. São inúmeros os exemplos de prestadoras de serviço que cobram um preço abusivo e que não têm critérios claros de fixação de preços para os serviços oferecidos. Uma empresa que vende produto ou serviço, mas que seus preços são considerados abusivos, normalmente é vista como uma empresa desonesta, porque explora os consumidores.

Responsabilidade nos compromissos assumidos: faz parte de uma conduta ética da empresa cumprir prazos e compromissos assumidos com o cliente. Disso resulta a expressão da sua responsabilidade, enquanto empresa, e de seu respeito pelo cliente. A empresa, de modo geral, desconhece quais as motivações do consumidor ao comparar aquele bem ou serviço: um presente para uma data especial, uma necessidade urgente, etc. Independente disso, o cumprimento do prazo estabelecido para entrega do produto é fundamental para uma imagem de empresa ética. Quando, por qualquer imprevisto, não for possível cumprir os compromissos ou prazos assumidos com o cliente, é muito importante que se tenha o cuidado de avisá-lo dessa impossibilidade e, se for viável, apresentar as razões do atraso, denotando um grande respeito pelo cliente. Pois é tolerável que não se respeite um prazo, mas nunca que se desrespeite um cliente.

Relação com a Concorrência
Os concorrentes enquanto éticos são de certa forma estimulantes, pois fazem com que ninguém pretenda ser coroado por momentos bem-sucedidos, mas pelo conjunto da obra que nunca deve ser considerada acabada.

Entretanto, as empresas concorrentes devem:
  • Aplicar as leis de concorrência que regem o país;
  • Cumprir as disposições que regulam a propriedade intelectual e velar pela sua observância;
  • Cumprir as disposições sobre promoção da concorrência e práticas comerciais restritivas nos mercados nacionais;
  • Desenvolver soluções alternativas de conflito entre cliente e fornecedor; 
  • Concertar mecanismos de vigilância e seguimento para garantir a transparência dos processos de contratação pública e privada;
  • Apoiar a formação de uma comunidade empresarial com valores éticos, consciente da sua responsabilidade em busca da justiça social;
  • Amiguismo e nepotismo são dois factores que afectam a competitividade.


Relação com Governo
O quadro mundial, esboçado em novas formas de acelerar o processo produtivo através da conscientização de seus colaboradores, executivos ou empregados, para uma postura verdadeiramente comprometida com os princípios éticos, reavaliados e discutidos em condições de igualdade com aqueles que decidem, parece ser não somente um tratamento sério afeito à profissionais de empresas e grande conglomerados transnacionais. Este fenômeno também vem sendo exigido do setor público, muito mais por parte do cidadão do que propriamente por parte do próprio governo.
Os exemplos éticos da iniciativa privada, parece estar sendo matriz para as questões públicas. Estamos vivenciando em alguns países, por exemplo, reformas nos três poderes com vistas a uma maior transparência dos atos públicos, e, justificação dos mesmo à sociedade.
É inegável que esta nova força que tem impulsionado os interesses do cidadão, vem com novos valores agregados, a necessidade de posturas éticas adequadas ao discurso político partidário, por um lado, e, o cumprimento das promessas de campanha em épocas de eleição por outro, têm sido exemplos de comprometimento ético, que vem sendo cobrados pelos eleitores.
Assim, é preciso muito mais do que cobrar de políticos suas posturas éticas, é necessário antes de tudo, que cada cidadão efetivamente aprenda a exercer seus direitos, sua liberdade, e, assuma de público e conscientemente suas opções.
A tônica maior está na educação, e é esta a observação que aqui fazemos. O povo precisa ser educado a conhecer seus direitos garantidos constitucionalmente. O ensino dos direitos constitucionais deve ser matéria obrigatória em todos os períodos de estudo do cidadão. Começa com a família, tem continuidade na escola e se estende por toda a vida, sendo também gerador de informação e formação cidadã.
Talvez seja este, o grande compromisso ético do governo, criar programas de ensino que leve ao conhecimento de todos, os direitos e deveres do cidadão. Não apenas paliativos, a exemplo do que tem acontecido com as propostas de governo eletrônico. É simplesmente fantástico que o governo realmente esteja preocupado em disseminar a cultura de e-gov, e invista alguns milhões do orçamento da união para este fim. Mas, de nada resolverá, se o cidadão não estiver apto a absorver esta cultura tecnológica de forma crítica e consciente. Não adiantará de nada, se o objetivo dos esforços de governo (entendendo que sejam realmente éticos e a bem da sociedade) não contar com seu bem maior, que é o apoio do povo ao uso das informações. É preciso educar para a ética, é preciso educar para a consciência cidadã, é preciso educar para a liberdade.
Resumindo, ao nível de governo será desejável postura ética e entendimentos das limitações morais tais como a compreensão de fazer e agir estão interligados e pressupõe, em essência a busca pelo conhecimento efetivo na visão de Maturana e Varela (2001) “ O fazer é conhecer e o conhecer é fazer”. Fazer e conhecer exigem competência, que na proposta de Denhardt (2008) “ à eficiência que todo profissional ou servidor deve possuir para exercer bem a sua função.”
Decidir e agir numa situação concreta é um problema prático-moral. Investigar o modo pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a liberdade e com o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos, dentre outras questões, é um problema que exige reflexão teórica, sendo de competência da ética.

Relação com a comunidade arredor
Quando uma organização começa a se pensar em ética organizacional, ela também deve pensar em responsabilidade socioambiental. Que de acordo com o caderno de sociedade da FNQ (2008, p.6):
Este tema enfoca como a organização contribui para o desenvolvimento sustentável, por meio da minimização dos impactos negativos potenciais de seus produtos, processos e instalações na sociedade, e pela forma como envolve as partes interessadas nas questões relativas à responsabilidade socioambiental. É importante destacar que o tema trata dos impactos tanto sociais como ambientais desde o projeto até a disposição final.
Já que responsabilidade socioambiental é um conjunto de valores éticos, que preservam e ajudam a desenvolver o meio ambiente, trazendo benefícios que desenvolvam o meio ambiente e a sociedade a qual ela pertence. As atividades praticadas pelas organizações de interação social e de preservação ambiental são atualmente consideradas um fator competitivo para as organizações, já que os clientes ao analisá-la irão detectar que a mesma procura não só o seu crescimento, mais trazer benefícios para toda uma comunidade e para o planeta.
Portanto pode-se considerar que diante de um mercado cada vez mais exigente, e rigoroso, as organizações estão buscando se desenvolver, criando uma cadeia de valor com o cliente, e procurando se inserir em ações socioambientais, com o proposito de desenvolvimento social e sustentável, criando uma cadeia de valores que estão entrelaçadas a sua missão e visão. A transparência e a ética organizacional são exigências do mercado, onde os clientes estão cada vez mais exigentes, e buscando organizações que tragam fatores diferenciais, fatores competitivos, Pode-se afirmar ainda que a construção da reputação e da imagem das empresas globais depende fundamentalmente da atuação das organizações com base em valores éticos e nos parâmetros de honestidade, decência e respeito a todos os stakeholders. Considerando que a ética no contexto empresarial, tem a ver com este processo de inserção. A empresa ou entidade devem estar presentes de forma transparente e buscando sempre contribuir para o desenvolvimento socioambiental. Uma ética empresarial não consiste somente no conhecimento da ética, mas na sua prática. E este praticar concretiza-se no campo comum da atuação diária e não apenas em ocasiões principais ou excepcionais geradoras de conflitos de consciência. Ser ético não significa conduzir-se eticamente só quando for conveniente, mas agir o tempo todo. E as organizações que cumprirem esse papel ético com seus clientes e sociedade em geral, com práticas socioambientais, cria um fator competitivo no mercado, se tornando atrativa para novos clientes, pois sua imagem se tonará confiável e respeitada.

Relação com empregados
A ética empresarial também deve fazer parte das rotinas de líderes e liderados. O bom líder sabe lidar com todas as situações de uma maneira coerente. Sempre agindo com responsabilidade e seguindo as normas da empresa.
Para que todos os colaboradores possam agir em conformidade com o código de ética da empresa, esta necessita criar e divulgar as regras. Elas devem promover o desenvolvimento interno em relação ao meio social, aos clientes e o relacionamento entre líderes e liderados.
Quando se cria um código de ética empresarial, todos os colaboradores, sem exceção, devem conhecer o conteúdo, valor e os significados presentes no documento. A Roche, empresa do ramo farmacêutico, por exemplo, adotou uma política anti suborno e um código avançado de ética. O objetivo é diminuir problemas com direitos humanos, impactos ambientais e governança corporativa.

Conclusão
Após uma abordagem em torno do tema Ética Empresarial, pôde concluir-se que a importância da ética empresarial no mundo contemporâneo é cada vez mais evidente. Seja nas relações com governo, sociedade, clientes, colaboradores ou acionistas, a preocupação com a transparência é uma constante. Nas pequenas e médias empresas, nas quais as relações com seus parceiros costumam ser mais efêmeras - não poderia ser diferente, cabendo ao gestor estimular as práticas éticas no seu ambiente visando consolidar essas relações em um processo contínuo.
Constatou-se também que a ética profissional e consequentemente das organizações é considerada um factor importantíssimo para a sobrevivência delas, tanto das pequenas quanto das grandes empresas. As organizações estão percebendo a necessidade de utilizar a ética, para que o "público" tenha uma melhor imagem do seu "slogan", que permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes.

Bibliografia
  • MEUCCI, Arthur; MEGIOLARO, Lewis Santos. O código de Ética das organizações bancárias: uma análise do discurso ético dos bancos comerciais. Fólio: Revista Cientifica Digital (Metodista/IPA), V.1, ps. 16, 2008.
  • DRUCKER, P.F. O melhor de Peter Drucker: a sociedade. Tradução de Edite Scuilli. 
  • Nobel, São Paulo, 2002,
  • JACOMINO, D. Você é um profissional ético? Revista Você, São Paulo, n.25, p.28-39, jul.2000.


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