Mais recente

Sociedade Anónimas

Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Géneses do Nacionalismo

Introdução
É importante, antes de abordar as origens e o desenvolvimento do nacionalismo em África discutir o termo nacionalismo.  Silva (1961) define o nacionalismo como sendo reivindicações políticas de nacionalidade oprimida; enquanto: Bragança (1978) considera o nacionalismo como sendo a tomada de consciência por parte de indivíduos ou grupos de indivíduos numa nação ou de um desejo de desenvolver a força, a liberdade ou a prosperidade desta nação.
O nacionalismo africano significou a tomada de consciência ou desejo de desenvolver a força, a liberdade ou a prosperidade de África por partes de indivíduos ou grupos de indivíduos em relação a estrutura sócio económica dos países africanos.  

Géneses do Nacionalismo
Nacionalismo é um termo que tem origem no antigo latim, proveniente do verbo “nacer” (nascer) mais o sufixo “ismo”, equivalente a teoria, sistema, doutrina.
Nos tempos modernos, a utilização da palavra nacionalismo teve seu início após a Revolução Francesa, em 1789, tendo o significado de consciência da nação. Baseado no conceito de que se trata de uma ideologia, o nacionalismo é um movimento político de valorização de uma nação e o sentimento dos cidadãos em criar uma organização dentro do território desta nação.
O nacionalismo tem uma definição mais restrita que o patriotismo. Enquanto o patriotismo é a manifestação de respeito aos símbolos da Pátria, do Estado, o nacionalismo é uma ideologia que busca preservar a nação como entidade, defendendo seus territórios e seus valores linguísticos e culturais contra qualquer manifestação externa.
Assim, o nacionalismo é uma ideia que prevalece para preservar a etnia de uma nação.
Segundo Hobsbawm, no período de 1880 a 1914, o nacionalismo ganhou força com a elaboração de seu conteúdo ideológico e político identitário. De acordo com Hobsbawm, este período foi marcado pelo aumento da democratização presente em movimentos sociais e a intensificação do desenvolvimento industrial. Entretanto, Benedict Anderson compreende o nacionalismo como algo criado para homogeneizar espaços ligados a uma criação de sensação de pertencimento artificial.

Génese do nacionalismo Africano
Nacionalismo africano surge como o resultado de surgimento dos movimentos proto-nacionalista que se concretizam após da 2ª guerra mundial e caracterizou-se pelo nascimento da identidade Africana.
O nacionalismo refere-se a uma ideologia, uma forma de cultura ou um movimento social que se concentra na nação. Enfatiza o coletivo de uma nação específica. Como ideologia, o nacionalismo sustenta que "o povo" na doutrina da soberania popular é a nação. O nacionalismo, em última instância, é baseado em apoiar a própria nação. O nacionalismo africano é um movimento político para a unificação da África (pan-africanismo) e para a autodeterminação nacional.



Génese dos nacionalismos
A Filosofia política africana está estreitamente ligada ao pan-africanismo. O pan-africanismo além de lutar pelo reconhecimento dos negros no mundo, traçou, principalmente com Du Bois, linhas para uma Filosofia politica africana.
Por Filosofia africana entende-se o conjunto de pensamentos relativos à emancipação e ao reconhecimento do homem negro, quer dentro do seu continente quer lora dele. A Filosofia política africana contém o pensamento de vários autores e tem corno objectivo a libertação física c psíquica do jugo colonial do continente africano.
No 5º Congresso Pan-Africano, que teve lugar em Manchester, em Inglaterra, em 1945, Du Bois passou o testemunho político a Nkrumah. Daquele momento em diante, as principais figuras da Filosofia africana seriam Nkrumah e Senghor. Estes dois homens esforçaram-se por lançar as bases da política dos Estados africanos.
Kwame Nkrumah e Leopold Sedar Senghor lideraram dois grupos e dois pontos de vista que não chegaram a conciliar-se:
Nkrumah defendia a independência imediata dos Estados africanos, enquanto Senghor acreditava que urna independência gradual dos Estados seria o ideal.
A Ideologia adoptada pelos Estados africanos foi o socialismo, talvez pela influência do consciencismo» de Nkrumah e de outras conjunturas políticas. Nesta ideologia, hipertrofia-se o espírito comunitário do africano, o que levou Nkrumah a postular o socialismo, como prova o seguinte excerto: «O vulto tradicional da África implica urna atitude em relação ao homem que nas suas manifestações sociais não pode deixar de ser classificada como socialista.»
O consciencismo constituiu urna autêntica defesa do materialismo, pois alguns africanos achavam-no incompatível com a espiritualidade africana. Nkrumah defendia que o ateísmo não era condição indispensável da adesão ao marxismo, ou pelo menos ao materialismo. Por outro lado, pretendia mostrar que o conteúdo essencial do socialismo, o igualitarismo, era conforme às tradições socioculturais africanas. O consciencismo pretendia assegurar o desenvolvimento de cada indivíduo.
Nkrumah teve o mérito de ser o promotor do conceito African Personality, tendo trabalhado bastante para conduzir o seu país, o Gana, à independência. Com efeito, o Gana foi a primeira nação negro-africana a ser independente.
Outros políticos de renome, como Senghor, Luís Cabral, Júlio Nyerere e Agostinho Neto, aliaram-se também ao socialismo, tendo-o abordado do ponto de vista da realidade africana, dando origem áquilo que se chama, com o pensamento de Nkrumah, o socialismo africano. Senghor apoia o socialismo africano, defendendo que a alma negra é essencialmente coletiva e solidária, por isso, a África é, por natureza do seu povo, socialista.
O verdadeiro mérito de Nkrumah foi o seu ideal de unidade africana. Concebida cm 1953, por Majhemout Diop, a unidade africana baniria as fronteiras traçadas arbitrariamente em Berlim e traçaria novas fronteiras mais racionais, de modo a estabelecer relações económicas entre as grandes zonas de produção africanas. Nkrumah concebeu uma unidade africana politicamente organizada que transformaria o continente africano num só Estado, com um governo central, inspirado na constituição americana. Nkrurnah estava convicto de que os Estados africanos, considerados individualmente, não eram suficientemente fortes Iara competirem com as grandes potências do Ocidente. Segundo Nkruniah, esta fraqueza levava-os a procurar a sua segurança em acordos com as ex-potências coloniais ou com as potências coloniais, Nkrumah partilhava o ponto de vista de Diop sobre a arbitrariedade com que lotam definidas as fronteiras, dividindo as populações de uma mesma cultura em diferentes Estados, o que poderia a todo o momento originar conflitos intra-africanos.
Na década de 1960, nasceram dois grupos: uni de Monróvia (Califórnia, EVA) e outro de Casablanca (Marrocos). O grupo de Monróvia defendia a criação dos Estados Unidos da África e o de Casablanca defendia a criação das nações e assim fundou a OUA — Organização de Unidade Africana. Este último grupo acabou por ganhar a batalha.
A OUA, criada a 25 de Maio e 196, em Addis Abeba, Etiópia, através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes, tinha os seguintes objectivos:
  • Promover a unidade e a solidariedade entre os Estados africanos;
  • Coordenar e intensificar a cooperação entre os Estados africanos, rio sentido de proporcionar urna vida melhor aos povos de África;
  • Defender a soberania, integridade territorial independência dos Estados africanos (os Estados-membros não deviam imiscuir-se nos assuntos internos);
  • Erradicar Iodas as formas de colonialismo em Africa;
  • Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
  • Coordenar e harmonizar as políticas dos Estados-membros nas esferas política, diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem-estar, ciência, técnica e de defesa.

Todavia, alguns críticos condenaram o carácter fechado dos Estados-membros da OUA, urna vez que nela não havia inibição de comportamentos ditatoriais, em nome da condição de não se intrometerem nos assuntos internos. Este facto levou a que ocorre sem muitos golpes de Kiado em África, concretamente no Gana, com Nkruinah, no Congo e em outros países africanos.
A partir da década de 1960, os Estados africanos começaram a ganhar a sua independência. Aderindo ao socialismo africano, â luz das filosofias dos políticos africanos que lideravam o processo.

História do nacionalismo Africano
Após a Primeira Guerra Mundial, os nacionalistas promoveram movimentos para a autodeterminação. De uma forma geral, o nacionalismo africano na África subsariana pode ser visto, como todas as ações políticas e elementos ideológicos para melhorar o status, os direitos e a posição dos africanos na sociedade emergente impostas pela intrusão e conquista branca. O nacionalismo africano, na África subsariana, também abrange o conceito de um Pan-africanismo. É um fenômeno moderno que tenta construir uma nação dentro de uma área geográfica específica.
O ideal para a África subsariana entre os membros do movimento nacionalista africano era uma sociedade multiracial e democrática ", ou seja, o nacionalismo mais amplo e inclusivo - com igualdade e equidade; haveria um fim para discriminação, desigualdade e barreiras baseadas em cor ou raça. Procurou unir todos os grupos indígenas na luta pela liberdade e contra o racismo e a discriminação, que evoluíram ao longo do tempo para as condições em mudança para um africano sulista inclusivo.
As tensões entre este e o nacionalismo exclusivo africano estreito, baseado na raça, são questões que ainda estão sendo enfrentadas por diferentes escolas de pensamento. A titulo de exemplo, na África do Sul o nacionalismo africano e o nacionalismo afrikaner branco foram desenvolvidos e evoluíram ao longo do tempo. 

Conclusão
Terminado trabalho, pôde concluir-se que de uma forma sintetizada, pôde concluir-se que existem várias formas de poder; de uma forma mais sintética, podemos diferenciar: poder económico poder ideológico e poder politico.
A partir da 2ª Guerra Mundial os Africanos observaram algumas fraquezas das potências Europeias, reconheceram que no fundo não era a cor que os separava um dos outros, mais sim a dignidadehumana e com guerra os Africanos ganharam o espírito de revolta, porque alguns Africanos perdiam a vida e outros regressavam deficientes, isso fez com que alguns começassem a reivindicar contra o colonialismo nos seus países, forçando a liberdade da sua nação.
Outros factores que contribuíram também para o despertar do Nacionalismo Africano, excepto a 2ª Guerra Mundial já mencionado, foi a Guerrafria, a Politica anti-colonial da URSS e EUA, a fragilidade económica das colónias e contradições internas do próprio colonialismo e o papel da ONU, esses também contribuíram para o desenvolvimento do Nacionalismo

Bibliografia
  • BIRIATE, Manuel Mussa, GEQUE, Eduardo R. G., Pré-Universitário – Filosofia 12, 1ª ed. Pearson Moçambique, Lda, Maputo, 2014
  • HOBSBAWM, Eric J. A Era dos Impérios: 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015, 588 p.
  • ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2008, 330 p.


Encomende já o seu trabalho!!! +258 84 67 22 756