O movimento Nacional de Libertação nos Territórios Franceses
Introdução
Os territórios das colónias francesas tiveram que também que conquistar as independências através de guerras, os nacionalistas argelinos, agrupados na Frente de Libertação Nacional (FLN), lutaram contra as tropas francesas e contra a OAS, movimento militar de extrema-direita, favorável à manutenção da Argélia sob o domínio francês. Entretanto, nesta abordagem têm-se como foco principal a descrição dos Movimentos de Libertação Nacional nos Territórios Franceses.
O movimento Nacional de Libertação nos Territórios Franceses
As características das colônias francesas
A França tinha dois tipos de colônias, as do norte de África e da Ásia e as da África Negra. Logo após a Segunda Guerra Mundial, a França envolveu-se em conflitos nos seus territórios coloniais da Argélia e da Indonésia, depois de ter dado a independência aos territórios de Marrocos e da Tunísia 1956.
Em Setembro de 1958, face ao crescimento do movimento independentista dos territórios franceses, a França realiza um referendo para saber quem queria continuar ligado a si.
Mas o resultado referendo não se manteve por muito tempo e, a partir de 1960, a França decidiu reconhecer a independência da maioria dos seus territórios coloniais na África Negra.
O presidente francês, Charles Gaulle, pretendia criar a V República Francesa, numa transformação da França colonial em comunidades francesa. As colônias africanas, no referendo de 1958, decidiram fazer parte da comunidade francesa, com excepção da guiné-conacri que reclamo a independência imediata.
A conferência de Brazzaville, 1944
A conferência de brazzaville foi uma reunião de políticos franceses e oficiais coloniais a fim de se discutir as formas sociais, económicas e políticas necessárias nas colónias africanas do império francês.
Ação de forças psíquicas que e guerra desencadeou, cada população, cada indivíduo, levanta a cabeça, olha para além do dia de hoje, e interroga-se sobre o seu destino. (E a terminar) compre a nação francesa, e é só a ela, proceder no momento indicado para formas imperiais de estruturas que a França decidirá na sua soberania.
General De Gaule, citado em Ki-Zerbo, Joseph, história da África Negra, vol. II, p. 197
No entanto, as autoridades francesas estavam perante um dilema. Por um lado, queriam manter o poder colonial, e por outro lado, estavam dispostas a trabalhar no sentido de preparar os territórios coloniais para a autodeterminação e Independência.
Assim, na conferência de Brazzaville tomaram-se decisões importantes.
Decisões da conferência de Brazzaville
Reformas políticas
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Constituição
de uma assembleia Federal, como instituição do império, onde estriam
representadas as colônias francesas, como mecanismo para se estabelecer
etapas para uma descolonização efetiva.
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Criação
de assembléias representativas, compostas em parte os europeus e em parte por
população indígena, representantes dos autóctones eleitos por sufrágio
Universal, sendo concebido as colônias um prazo máximo de cinco anos para que
se estabelecessem.
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Os
cidadãos nascidos nas colônias tem os mesmos direitos dos nascidos nas
metrópoles.
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Os
cidadãos das colônias podem eleger os representantes no Parlamento francês.
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Reformas económicas
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Substituição
do trabalho forçado pelo trabalho assalariado.
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Reformas sociais
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A
população de cada colônia pode se candidatar a cargos públicos para a
administração da mesma.
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A seguir à Segunda Guerra Mundial a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia e na Indochina e depois de já ter perdido Marrocos e a Tunísia, em 1956, como resultado de movimentos independentistas aos quais foi obrigada a ceder, tentou em Setembro de 1958, através dum referendo uma manobra de dar uma “autonomia” às suas colónias, que continuariam a fazer parte da “Comunidade Francesa”. Com excepção da Guiné, que votou pela independência imediata, a Côte d'Ivoire, o Níger, o Alto Volta e o Daomé decidiram formar a “União Sahel-Benin” e, mais tarde, o “Conselho do Entendimento”, enquanto o Senegal se unia ao “Sudão Francês” para formar a “Federação do Mali”. Estas uniões não duraram muito tempo e a França, em 1960, reconheceu a independência da maioria da sua colónia africanas.
A Argélia, no entanto, só se tornou independente depois de 8 anos duma guerra que causou milhares de mortos, não só na própria colónia, como também na França, após o que o governo francês, dirigido pelo general Charles de Gaulle, decidiu entrar em conversações com o principal movimento independentista (a Frente de Libertação Nacional ou FLN) e conceder-lhe a independência.
Djibouti foi uma das colónias fancesas que decidiu, em 1958, manter-se na “Comunidade Francesa” mas, devido a problemas de governação, a população local começou a manifestar-se a favor da independência. Depois de um novo referendo, em 1977, o Djibouti tornou-se finalmente um país independente. Nas Comores, a história foi semelhante, mas com uma declaração unilateral de independência, em 1975, que foi reconhecida no mesmo ano, mas que não abrangeu a ilha Mayotte, onde a população votou por manter-se como um território francês. A ilha da Reunião é igualmente um departamento francês, governando, para além da ilha principal, várias outras ilhas que são reclamadas por Madagáscar e Maurícia.
Conclusão
Neste presente trabalho, concluiu-se que a conferência de Brazzaville foi uma reunião de políticos franceses e oficiais coloniais a fim de se discutir as formas sociais, económicas e políticas necessárias nas colónias africanas do império francês. E esta por sua vez deu um grande ímpeto para a libertação de colónias francesas.
Em Setembro de 1958, face ao crescimento do movimento independentista dos territórios franceses, a França realiza um referendo para saber quem queria continuar ligado a si. Mas o resultado referendo não se manteve por muito tempo e, a partir de 1960, a França decidiu reconhecer a independência da maioria dos seus territórios coloniais na África Negra.
Bibliografia
- NHAMPURO, Telesfero, CUMBE, Graça, História 11ª classe, Plural Editores, Maputo, 2016