Transição de capitalismo de livres
Introdução
Neste presente trabalho iremos falar da transição de capitalismo. Dizer que o Capitalismo é um sistema econômico e uma ideologia baseada na propriedade privada dos meios de produção e sua operação com fins lucrativos. As características centrais deste sistema incluem, além da propriedade privada, a acumulação de capital, o trabalho assalariado, a troca voluntária, um sistema de preços e mercados competitivos. Em uma economia de mercado, a tomada de decisão e o investimento são determinados pelos proprietários dos fatores de produção nos mercados financeiros e de capitais, enquanto os preços e a distribuição de bens são principalmente determinados pela concorrência no mercado.
Transição de capitalismo de livres
A chamada transição do feudalismo para o capitalismo (ou do sistema econômico feudal para o sistema econômico capitalista) começou no período da Baixa Idade Média, especificamente a partir do século XIV. Entretanto, a expressão “transição” supõe um processo de continuidade progressiva, como se não houvesse, nesse período, processos complexos de avanço e retrocesso econômico tanto no campo quanto na cidade medieval.
Esse tema da “passagem” ou “transição” da economia feudal para a capitalista foi (e ainda é) objeto de discussão entre várias correntes historiográficas. Dentro do campo marxista, autores como – além do próprio Marx – Maurice Dobb, Paul Sweezy e Ellen M. Wood estão entre os que mais debateram essa questão. Além dessa corrente, outros autores como Henri Pirenne, Max Weber, Ludwing Von Mises, Vilfredo Pareto, entre outros, também deixaram importantes contribuições a esse debate.
Mas o fato é que o sistema feudal entrou em profunda crise no século XIV em razão de fatores como a ascensão da burguesia nas cidades medievais, que passaram a ter uma intensa movimentação comercial nesse período; a crise no campo, as revoltas camponesas, a Peste Negra, entre outros. Essa crise forçou tanto os senhores feudais quanto os burgueses que estavam em ascensão a traçarem estratégias de desenvolvimento de suas estruturas econômicas.
Não se pode dizer, portanto, que as forças do capitalismo estavam em latência apenas nos comerciantes das cidades. Estavam elas também no campo, nos feudos, haja vista que o desenvolvimento comercial acabou favorecendo, em alguns casos, os senhores feudais. Não há uma causalidade direta que implique a passagem do feudalismo para o capitalismo centrada no renascimento comercial e urbano.
O declínio do feudalismo e a origem do capitalismo foram, em grande parte, dois fenômenos históricos independentes, apesar de se desenrolarem simultaneamente. Foi do campo que nasceram as bases materiais para a indústria, sobretudo no caso inglês, e, ao mesmo tempo, a experiência do comércio nas cidades criou a sofisticada relação de troca monetária, que foi a base do crédito e do sistema financeiro que se desenvolveu a posteriori.
A Revolução Inglesa do século XVII foi decisiva para o fomento das condições de aparecimento da industrialização. Com a indústria, o sistema capitalista passou a ser imperativo e complexo, gerando a divisão acentuada do trabalho nas cidades e o aumento do grande fluxo da massa de operários.
Toda a complexa rede industrial e comercial, a nível mundial, que vemos hoje, atrelada ao também complexo sistema financeiro – bancos, bolsas de valores etc. – é fruto desse processo de ascensão do sistema capitalista, que começou no século XIV.
Consequências para o imperialismo na segunda metade do século XIX
Nesse contexto, o sistema e o modo de produção feudal foram profundamente afetados. As consequências da crise foram:
- dissolução dos laços de servidão; os servos se revoltaram e começaram a fugir dos feudos (sob o domínio da nobreza fundiária, proprietária de terras);
- a nobreza feudal, temerosa diante das revoltas camponesas, reagiu criando os Estados absolutistas, que podem ser entendidos como uma reorganização do poder político;
- o poder político, que estava concentrado no âmbito da aldeia (feudo), projetou-se numa escala mais ampla, de modo a ficar concentrado na pessoa de um rei. Os Estados absolutistas foram responsáveis pela introdução dos exércitos permanentes, com o objetivo de aumentar a eficácia da repressão contra as revoltas camponesas e manter os camponeses nos feudos;
- portanto, os Estados absolutistas eram "máquinas de guerra" que serviram aos interesses da classe nobre. Foi uma compensação pelo fim da servidão.
- em razão da necessidade de recursos para manter em funcionamento os exércitos permanentes, as monarquias centralizadas européias introduziram os primórdios das burocracias permanentes e do sistema tributário unificado.
A concentração monopolista ate o capitalismo bancário
O enorme incremento da indústria e o processo notavelmente rápido de concentração da produção em empresas cada vez maiores constituem uma das particularidades mais características do capitalismo. Os censos indústriais modernos fornecem os dados mais completos e exactos sobre o processo.
Na Alemanha, por exemplo, em cada 1000 empresas indústriais, em 1882, 3 eram grandes empresas, quer dizer, empregavam mais de 50 operários assalariados; em 1895 eram 6, e 9 em 1907. De cada 100 operários correspondiam-lhes, respectivamente, 22, 30 e 37. Mas a concentração da produção é muito mais intensa do que a dos operários, pois o trabalho nas grandes empresas é muito mais produtivo, como indicam os dados relativos às máquinas a vapor e aos motores elétricos. Se considerarmos aquilo a que na Alemanha se chama indústria no sentido lato desta palavra, quer dizer, incluindo o comércio, as vias de comunicação, etc., obteremos o seguinte quadro: grandes empresas, 30 588 num total de 3 265 623, isto é, apenas 0,9 %. Nelas estão empregados 5 700 000 operários, num total de 14 400 000, isto é, 39,4 %; cavalos-vapor, 6 600 000 para um total de 8 800 000, ou seja, 75,3 %; energia eléctrica, 1 200 000 quilowatts para um total de 1 500 000, ou seja, 77,2 %.
Menos da centésima parte das empresas tem mais de 3/4 da quantidade total da força motriz a vapor e eléctrica! Aos 2 970 000 pequenos estabelecimentos (até 5 operários assalariados), que constituem 91% de todas as empresas, correspondem unicamente 7% da energia eléctrica e a vapor! Algumas dezenas de milhares de grandes empresas são tudo, os milhões de pequenas empresas não são nada.
Em 1907 havia na Alemanha 586 estabelecimentos com 1 000 ou mais operários. Esses estabelecimentos empregavam quase a décima parte (1 380 000) do número total de operários e quase um terço (32 %) do total de energia eléctrica e a vapor. O capital-dinheiro e os bancos, como veremos, tornam ainda mais esmagador esse predomínio de um punhado de grandes empresas, e dizemos esmagador no sentido mais literal da palavra, isto é, milhões de pequenos, médios, e até uma parte dos grandes «patrões», encontram-se de facto completamente submetidos a umas poucas centenas de financeiros milionários.
A operação fundamental e inicial que os bancos realizam é a de intermediários nos pagamentos. É assim que eles convertem o capital-dinheiro inativo em capital ativo, isto é, em capital que rende lucro; reúnem toda a espécie de rendimentos em dinheiro e colocam-nos à disposição da classe capitalista.
À medida que vão aumentando as operações bancárias e se concentram num número reduzido de estabelecimentos, os bancos convertem-se, de modestos intermediários que eram antes, em monopolistas onipotentes, que dispõem de quase todo o capital-dinheiro do conjunto dos capitalistas e pequenos patrões, bem como da maior parte dos meios de produção e das fontes de matérias-primas de um ou de muitos países. Esta transformação dos numerosos modestos intermediários num punhado de monopolistas constitui um dos processos fundamentais da transformação do capitalismo em imperialismo capitalista, e por isso devemos deter-nos, em primeiro lugar, na concentração bancária.
No exercício de 1907-1908, os depósitos de todas as sociedades anônimas bancárias da Alemanha que possuíam um capital de mais de um milhão de marcos eram de 7.000 milhões de marcos; no exercício de 1912-1913 tinham subido para 9800 milhões. Um aumento de 40 % em cinco anos, com a particularidade que, desses 2.800 milhões de aumento, 2.750 milhões correspondiam a 57 bancos com um capital de mais de 10 milhões de marcos.
Conclusão
Terminado o trabalho concluímos que a transição para o capitalismo não representa tão-somente uma mudança de padrão produtivo da esfera estritamente econômica, mas também na esfera cultural. As primeiras gerações de trabalhadores precisaram ser disciplinadas para se adequarem aos imperativos da exploração capitalista. Esse processo foi marcado por um conflito latente;
Bibliografia
- BACHER, Christian (2007) Capitalism, Ethics and the Paradoxon of Self-exploitation Grin Verlag. p. 2
- GEORGE, Richard T. De (1986) Business ethics p. 104
- Obrinsky, Mark (1983). Profit Theory and Capitalism. [S.l.]: University of Pennsylvania Press. 1 páginas
- www.escolademoz.com
- www.semnegativa.blogspot.com