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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

O Xeicado de Quitangonha

Introdução
A partir do século X, os mercadores árabes que demandavam as costas de "Sofala" foram difundindo o islão entre as populações costeiras, mas foi apenas após a instalação em Zanzibar dum Xeicado dependente do sultanato de Oman, no século XVII, que começaram a organizar-se pequenos estados de organização islâmica. Entretanto, neste trabalho iremos falar dos Estados afro-islâmicos da Costa, mais concretamente doXeicado de Quitangonha.


Os Estados afro-islâmicos da Costa
A partir do século XII, começaram a aparecer os povoamentos comerciais islâmicos na costa oriental africana, com destaque para quatro importantes: Angoche, Sancul,Sangaje e Quitangonha.
Com a presença Portuguesa na baía de Sofala iniciou-se uma nova era que se caracterizou pelo permanente Confronto entre estes estados e os portugueses. A relação entre estes dois povos não foi linear nem idêntica em todos os Xeicados e sultanatos. Aparentemente, os Xeicados e sultanatos da costa estavam subordinados à administração portuguesa, mas, na prática, a situação não era essa. A subordinação existia e parecia ser do foro comercial quando as autoridades portuguesas não se envolviam em questões de soberania dos mesmos.
Xeicado - É um sistema de governo dirigido por um xeque, chefe de tribo árabe.
Sultanato - Sistema de governo dirigido por um sultão, título dado a certos príncipes maometanos, senhores poderosos e despóticos.

O Xeicado de Quitangonha
Formação
O Xeicado de Quitangonha surgiu por volta do século XVI e também os seus fundadores são oriundos da Ilha de Moçambique. Estes desde há muito tempo que eram aliados dos Portugueses e mantiveram essa sã Convivência até ao século XVIII.

De acordo com COSSA, (1983:56), na formação de Quitangonha verificou-se durante o século XVI, pois os seus fundadores vieram da Ilha de Moçambique entre os anos 1515 e 1585, desde o inicio aqui se estabeleceu aliança entre os dirigentes do Xeicado de Quitangonha e as autoridades portuguesas uma aliança que foi ate o ultimo quartel do século XVIII, pois este facto permitiu a manutenção por parte dos Afro-Iislamicos do tráfego marítimo, e com os lucros auferidos na venda de escravos para os franceses os dirigentes do Xeicato de Quitangonha foram ganhando uma crescente autonomia opondo-se a todas as imposições dos representantes da coroa portuguesa.


Estrutura social e aparato ideológico
O Xeicado de Quitangonha, assim como os Estados islamizados da costa, sofreu um processo de islamização, o que fez com que a religião tivesse uma influência moral e cultural na vida das populações e Constituísse um elemento ideológico muito forte para a coesão social no seio das comunidades, Também aqui, o poder político dependia, muitas vezes, da religiosidade, encontrando respaldo nos símbolos e rituais religiosos, que contribuíam para a sua legitimação.
A forte união dos povos locais reflectiu-se, por um lado, no estabelecimento, pelos chefes que dominavam os portos do litoral e o comércio no interior, de estratégias de luta comuns. Por outro lado, a grande coesão das estruturas sociais e ideológicas das linhagens contribuiu para transformar as lutas de resistência em autênticas guerras populares.

CRONOLOGIA DOS XEQUES DE QUITANGONHA
Anos
Nome dos Xeques
c. 1775-1804
TwakaliHija
1804-1817
SalimJanfar
1817-1850
BwanaSulaymanHajj
1850-1873
Ali AmisHeri
1873-1875
AbdalRahman ´Ali Sa´id
1875-1878
Vagas
1878-1884
AhmadiAbdAllah
1884-1906
MahmudAhmadibwana
1906-1909
Bem SaidAmis

Base económica
O aparecimento dos negociantes franceses, a partir de 1755, à procura de escravos para as ilhas Mascarenhas e demais ilhas do Índico, permitiu que o Xeicado de Quitangonha ganhasse maior autonomia. Depois de ganhar essa autonomia, começaram a opor-se às imposições portuguesas.
Após essa aliança comercial com os franceses, o objectivo central dos xeques de Quitangonha era o desenvolvimento e o controlo do monopólio do tráfego de escravos. Os xeques conseguiram manter a actividade comercial até finais do século XIX, estendendo-se mesmo a sua actividade ao interior da makuana.

Objectivo dos dirigentes do Xeicado de Quitangonha
O monopólio do tráfego esclavagista em toda a zona que se estendia desde a baia de Nacala ate a condição que naturalmente entrava em choques com interesses dos restantes traficantes 
O Xeiques de quitangonha mantiveram as suas actividades ate nos finais do século XIX estendendo a sua actividade ate no interior macua, nos meados do século XIX a independência dos Xeiques de Quitangonha eram bem demonstrativas em relação aos portugueses, dai desde 1831 estreitaram relacoes comerciais com as ilhas Comores e seus pangaios alvorando as suas bandeiras de zanzibar pois navegavam de ate quiloaquirimbasancul de angoche e Madagáscar.
Com aposição esclavagista prosseguiu-se com a venda de escravos para os Franceses, Americanos, Árabes, e Swahilis sem as autoridades portuguesas no meio para limitarem as acções dos dirigentes islâmicos, os Xeiques eram apoiados nas suas actividades pelos moradores que consideravam contra a coroa portuguesa e que também negociavam com escravos, em 1884 o XeiqueMuhamad Amadi pela morte do seu pai Amadi Abdullah manteve-se a situação de autonomia de facto continuando dirigente de quitangonha a deter a libertada de acção em defesa dos seus interesses, pois esta situação viria a prolongar-se ate ao principio de presente século.

Ultima revolta dos Xeiques de Quitangonha
Esta ultima revolta dos Xeiques de Quitangonha verificou-se em 1903-1904, quando a politica portuguesa decoria a sua ocupação efectiva tendo o xeiqueMuhamade Amadi e suas forcas atacado o Mossuril nessa altura.

Decadência
Os decretos antiescravagistas de 1836 e 1842 vieram ameaçar a principal fonte de rendimento deste Xeicado. Mesmo assim, a actividade de comércio de escravos continuou, com a venda de escravos a franceses, árabes, suaílis, americanos, para o Brasil e Cuba, não conseguindo os portugueses impedir o seu prosseguimento.
Entre 1903-1904, deu-se o último acto de revolta dos xeques contra os Portugueses. O xeque MahmudAhmadiBwana e as suas forças atacaram o Mossuril que estava sob domínio português e desde então as hostilidades nunca cessaram.
Anos depois, no âmbito da política colonial de ocupação efectiva, os portugueses submeteram o Xeicado e transformaram-no num posto militar.

Conclusão
Terminado o trabalho, pôde concluir-se queo Xeicado de Quitangonhateve muita importância nas relações comerciais com o Império dos Mwenemutapa no século XVI.
Aultima revolta dos Xeiques de Quitangonha verificou-se em 1903-1904, quando a politica portuguesa decoria a sua ocupação efectiva tendo o xeiqueMuhamade Amadi e suas forcas atacado o Mossuril nessa altura.
Após essa aliança comercial com os franceses, o objectivo central dos xeques de Quitangonha era o desenvolvimento e o controlo do monopólio do tráfego de escravos. Os xeques conseguiram manter a actividade comercial até finais do século XIX, estendendo-se mesmo a sua actividade ao interior da makuana.


Bibliografia
  • BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique, Lda., Maputo, 2010
  • NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013
  • www.escolademoz.com
  • www.semnegativa.com


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