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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

O Xeicado de Sangaje

Introdução
Um dos resultados entre os mercadores árabes e população moçambicana foi exactamente a islamização progressiva dessas comunidades, principalmente no litoral onde surgiram, como consequência, núcleos linguísticos como:  Mwani, Nahara e Koti  e adopção por estes, de modelo de organização social e políticos arabizados. Em resultado disso, estruturaram-se unidades políticas moçambicanas como Xeicados e Sultanatos.Entretanto, neste presente trabalho falará-se doXeicado de Sangaje.


Os Estados afro-islâmicos da Costa
A partir do século XII, começaram a aparecer os povoamentos comerciais islâmicos na costa oriental africana, com destaque para quatro importantes:
  • Sancul, na baía Mokambo, mesmo a sul da Ilha de Moçambique, entre Lumbo e Mongincual;
  • Sangaje, no rio Metomode;
  • Quitangonha, que Ocupava toda área da península de Matibane e o Norte da Ilha de Moçambique.

Com a presença Portuguesa na baía de Sofala iniciou-se uma nova era que se caracterizou pelopermanente Confronto entre estes estados e os portugueses. A relação entre estes dois povos não foi linear nem idêntica em todos os Xeicados e sultanatos. Aparentemente, os Xeicados e sultanatos da costa estavam subordinados à administração portuguesa, mas, na prática, a situação não era essa. A subordinação existia e parecia ser do foro comercial quando as autoridades portuguesas não se envolviam em questões de soberania dos mesmos.
Xeicado - É um sistema de governo dirigido por um xeque, chefe de tribo árabe.
Sultanato - Sistema de governo dirigido por um sultão, título dado a certos príncipes maometanos, senhores poderosos e despóticos.

O Xeicado de Sangaje
De acordo com MEDEIROS, (1988:133), o Xeicado de Angage desde s sua formarão esteve nominalmente sujeito ao sultanato de Angoche estabelecendo a sua autonomia nos primeiros quartel do século XIX e os seus dirigentes procurando se assegurar a sua independência estabeleceram suas alianças com a administração portuguesa e mesmo com os dirigentes de Sancul e com mercadores Baneanes da Ilha de Moçambique a aliança com os mercadores Baneanes provocou reacções na parte dos sultanato de Angoche e dos moradores de origem portuguesa cuja a sua hostilidade era conhecida de longa data.

Formação
O Xeicado de Sangaje parece ter estado sob o controlo do sultanato de Angoche desde a sua formação. Na tentativa de conseguir uma certa autonomia, os seus dirigentes estabeleceram alianças com os portugueses, com dirigentes de outros estados vizinhos e com mercadores baneanes da Ilha de Moçambique.

Estrutura social e aparato ideológico
Tal como nos demais Xeicados da costa de Moçambique, neste também se professava o Islão. A islamização influenciou a religião tradicional, a língua, o vestuário, os costumes e tradições.
As formas de sucessão neste Xeicado eram definidas via linha matrilinear, pelo que se estabeleceram fortes laços económicos e de sangue entre poucas famílias do Xeicado.
À frente deste combate esteve o xeque Mussa-Phiri, aproveitando uma pequena desavença com os portugueses (prisão de um sobrinho seu), mobilizou os seus soldados e pediu apoio dos chefes Makuas do Mongicual e do Mogo volas.
História de Moçambique, vol. I, p. 121

Sucessão do Xeicado de Sangaje
De acordo com MEDEIROS, (1988:133), na linha sucessória do Xeicado de sangage era definida por via matrilinear pois se estabeleceram fortes laços económicos e de sangue de um numero reduzido de famílias de Xeicaddos entre dirigentes de um numero de mulheres macua. 
Foi em 1912 que teve lugar em Sangage o ultimo movimento de resistência primmaria em terras da costa contra a ocupação portuguesa na altura o Xeiqueb era Mussa-Phiri, os xeiqies de sangage muitas vezes tinha obtido apoio dos portugueses contra os seus vizinhos mais fortes de sancul e angoche pois esse apoio permitiu-lhes uma certa independência e prosperidade com o comercio de escravos e com o avanço da ocupação colonial no inicio do mesmo século, Mussa-Phiri colocou-se ao lado dos portugueses cobrando impostos e contribuindo com os homens para as campanhas coloniais contra Farelai. (Medeiros, 1988:134)
Instalou-se a fiscalização do comércio regional e sobre tudo do comércio de escravos por parte dos portugueses e dos ingleses bem como a penetração dos interesses capitalistas nas terras de Xeicados de tal que a instalação foi de (impostos, comercio, implementação da produção agrícola familiar) e para ale do domínio politico colonial tudo isso foi a causa do levante do Xeique e da aristocracia local em 1912. (Medeiros, 1988:134)
Pois por outro lado Mussa-Phiri se aproveitando do pequeno conflito com os portugueses por causa da prisão do seu sobrinho mobilizou os seus homens e obteve auxilio dos chefes macua de Mogingual e Mogovolas depois de mandar cortar as linhas telegráficas na região lançou-se contra os tropas coloniais alastrando a luta de Mogingual a Moma ate as terras de Morrupula contudo foi preso e levado para Timor tendo sido morto, e as terras de Xeigado tendo sido ocupadas pelos portugueses e transformadas num regulado e frente foi colocado um chefe colaborador. (Medeiros, 1988).

Decadência do Estado de Sangaje
O último acto de resistência primária contra os portugueses dá-se em 1912. Foi o início do fim do Xeicado. Mas este combate não foi a causa da decadência, foi a gota de água numa insatisfação que já vinha de trás.
A principal causa da decadência do Xeicado de Sangaje era o processo de ocupação feito pelos portugueses no quadro da ocupação colonial. A penetração dos interesses capitalistas nas terras do Xeicado e a consequente introdução de impostos e outras imposições agressivas aumentaram as contradições e criaram as condições para o conflito.

Conclusão
Terminado o trabalho, concluiu-se que os portugueses tentaram regulamentar e ganhar o seu apoio na luta contra os chefes macuas agradando-lhes com cargos administrativos-militares, subalternos, capitão-mor do mesmo jeito que haviam feito com a nobreza escravocrata dos estados militares do vale do Zambeze, bem como as remunerações pelo exercício desses cargos, mas os xeiques e os sultões encararam essas remunerações como tributo que lhes eram devidos pelos portugueses.

Bibliografia
  • BICÁ, Firoza, MAHILENE, Ilídio, Saber História 10, 1ª edição, Longman Moçambique, Lda., Maputo, 2010
  • NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013



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