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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Importância da Actividade Industrial e Comercial

Introdução
Como já é sabido por todos, a actividade industrial consiste no processo de produção que visa transformar matérias-primas em mercadoria através do trabalho humano e, de forma cada vez mais comum, utilizando-se de máquinas. Por sua vez, o comércio baseia-se na troca voluntária de produtos. As trocas podem ter lugar entre dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais do que dois parceiros (comércio multilateral). Entre estas duas actividades existe uma ligação que faz com que estas andem sempre juntas. E por sua vez são de extrema importância para o homem. Porém, estas actividades tanto como outras, trazem consigo impactos negativos fortes.
Deste modo, nesta abordagem, falar-se-á desde a Importância da Actividade Industrial e Comercial, os impactos da actividade industrial sobre o meio ambiente, da protecção e conservação dos recursos naturais numa perspectiva de desenvolvimento sustentável sobretudo em particular Moçambique.

Importância da Actividade Industrial e Comercial
Não há dúvidas em considerar que a indústria e o comércio proporcionam o crescimento das economias. É justamente por isso que se parte do princípio de que a indústria constitui o motor principal do crescimento económico, sendo o grande promotor do desenvolvimento global graças ao comércio. Ambas as actividades são indissociáveis. Neste contexto, elas desempenham um papel fundamental na elevação do nível de vida das pessoas de uma determinada região.
O mundo moderno, dominado pela sociedade de consumo, tem na indústria um dos mais importantes sectores da sua economia, pois é ela que fornece os diversos instrumentos de produção para todos os sectores económicos produtivos que são distribuídos através do comércio.
Esta última actividade proporciona as transações de capitais, bens ou mercadorias produzidos pela primeira.
A indústria estimula o desenvolvimento de actividades que lhe são complementares, como a de fornecimento de matérias-primas e de energia, produz capitais e estimula o desenvolvimento de transportes, comércio e serviços, sendo considerada um dos indicadores que permite avaliar o nível de desenvolvimento de um determinado país ou região. Tal como a indústria, o comércio possui a capacidade de fornecer fontes directas ou indirectas de emprego às populações, permite a entrada de divisas e, consequentemente, o incremento do PIB, proporciona a criação e melhoria de infra-estruturas, desenvolvimento regional e a distribuição das actividades socioeconómicas.
Permite também a aproximação dos povos, através da troca de produtos e bens específicos e diferenciadores de culturas e de identidades territoriais e civilizacionais.
Impactos da actividade industrial sobre o meio ambiente
O desenvolvimento industrial deve ter em conta cada vez mais o problema da poluição e a preservação do ambiente. Contudo, pode-se constatar que a poluição atmosférica em certos espaços industriais é determinada pela natureza das indústrias aí instaladas; as indústrias de produção de bens de equipamentos são as que constituem maior fonte de poluentes e contaminantes para o ambiente, dado que estas libertam para a atmosfera, solo e meio aquático quantidades consideráveis de substâncias tóxicas que impedem o funcionamento equilibrado dos ecossistemas, constituindo, por isso, urna ameaça à sobrevivência dos seres vivos na biosfera.
Um exemplo destes problemas ocorreu no Japão, em 1956. Nesse ano, na cidade costeira de Minamata, centenas de pessoas morreram ou ficaram paralíticas por envenenamento de mercúrio. A investigação realizada descobriu que uma fábrica da região, que produzia fertilizantes químicos, lançava resíduos no mar e baía circundantes desde 1930. Entre esses resíduos estava mercúrio, o qual era utilizado na fábrica como catalisador. Vinte anos depois começaram a surgir os sintomas de contaminação em plantas, aves e peixes do meio ambiente. Após as pesquisas realizadas para procurar descobrir qual a causa do envenenamento, concluiu-se que o mesmo teve origem no peixe pescado naquelas águas e que era consumido em grandes quantidades pela população. Este tipo de envenenamento ficou, desde então, conhecido por Síndrome de Minamata.
O facto apresentado permite-nos concluir que, apesar da indústria constituir uma actividade económica indispensável ao desenvolvimento, provoca também problemas nefastos ao meio natural. As indústrias de base são muito prejudiciais no que respeita a poluição atmosférica, pois libertam gases tóxicos (as centrais térmicas a carvão e as refinarias de petróleo lançam para a atmosfera óxidos de carbono e de anidrido sulfuroso). Os fumos e gases de alto fornos contribuem para o surgimento de nevoeiros cada vez mais tóxicos do tipo smog, que afectam cada vez mais cada vez mais as grandes concentrações urbano-industriais.
As fábricas de cimentos, de alumínio e de siderurgia constituem também indústrias altamente poluente contribuído para o acentuar efeito de estufa e do aquecimento global e, deste modo, para a fusão dos glaciares existentes nas regiões perpetuamente cobertas de neves, ulterior subida no nível médio das águas do mar, inundações de regiões costeiras e desaparecimento de ecossistemas, também como outros riscos para a biosfera.
Um outro flagelo silencioso, decorrente da actividade industrial, é a chuva ácida resultante da poluição proveniente das indústrias siderúrgicas metalúrgicas.
Só para elucidar, muitos lagos, sobretudo na Escandinávia e no Canadá, estão considerados biologicamente mortos, visto que neles desapareceu toda a fauna e flora, resultante das concentrações exageradas de amónio, cianetos, nitratos e detergentes nas suas águas. Monumentos famosos como, por exemplo, o Parténon, na Grécia, e o Coliseu de Roma, apresentam-se danificados pela acção corrosiva das chuvas ácidas. Muitos cientistas temem as suas repercussões sobre a saúde dos homens.
A problemática da redução da camada de ozono decorrente da emissão de gases pelas indústrias é uma questão bastante séria, que no futuro poderá comprometer a saúde pública neste frágil planeta.
Ainda nesta perspectiva, uma das indústrias mais problemáticas é a nuclear pois, além da poluição, levanta questões complicadas de segurança. Lembremo-nos da tragédia sem precedentes, ocorrida a 26 de Abril de 1986:0 acidente da explosão do reactor nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, antiga URSS. Os efeitos da fuga de radioactividade provocaram a morte de centenas de pessoas, persistindo ainda hoje alguns dos seus efeitos. De facto, urna imensa nuvem radioactiva espalhou-se por grande parte da Bielorrússia, Rússia, Ucrânia e outras áreas da Europa e, por fim, circundou o planeta. Durante dez dias, nuvens de material radioactivo dispersaram-se na atmosfera, expondo assim as pessoas e o ambiente nos arredores a níveis de radiação cem vezes maiores que os causados pelas bombas atómicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, no final da Segunda Guerra Mundial.
Adjacente aos impactos da industrialização sobre o meio natural, coloca-se a problemática da degradação e esgotamento dos recursos naturais, principalmente os não renováveis, devido à sua exploração não sustentável, comprometendo assim a satisfação das necessidades das futuras gerações. Alguns estudos recentes de especialistas mostram que, com o actual ritmo de industrialização e comercialização, as reservas mundiais energéticas de minerais metálicos e não metálicos estão a reduzir-se de forma crescente, o que poderá conduzir ao seu esgotamento e a implicações significativas num futuro mais próximo.

Protecção e conservação dos recursos naturais numa perspectiva de desenvolvimento sustentável
A necessidade de tomar medidas com vista à Protecção e melhoria do ambiente e à conservação da Natureza é hoje do conhecimento da generalidade dos países, isto porque existem opiniões antagónicas sobre a disponibilidade dos recursos naturais do planeta Terra, a curto, médio e longo prazo. Apesar disso, constata-se que estes recursos estão a esgotar-se, pois a industrialização crescente e o elevado crescimento demográfico têm impelido uma sobre-exploração destes valiosos recursos, comprometendo assim o usufruto destes pelas futuras gerações.
Paralelamente a essa preocupação,’ coloca-se a problemática da falta de segurança no que diz respeito à deposição e eliminação dos resíduos perigosos e radioactivos. Algumas soluções têm sido tentadas no sentido de minimizar os problemas da poluição nuclear. Nuns casos, os detritos radioactivos são introduzidos em grandes caixas de cimento que depois são lançadas para o oceano, longe da costa. Contudo, há o perigo de essas caixas poderem vir a deteriorar-se com o passar do tempo e libertar o seu conteúdo perigoso.
Noutros casos, armazenam-se os recipientes a grandes profundidades, em galerias subterrâneas.
Mas também neste caso há possibilidade de um tremor de terra (sismo) ou uma erupção vulcânica poderem vir a rebentá-las. Com a falta de outras soluções, até já se pensa em lançá-los na Lua. A reciclagem dos elementos fósseis, separando-os de outros elementos inofensivos ou perigosos, parece constituir uma das alternativas convenientes para o problema dos resíduos nucleares.
Conscientes dos adversos impactos ambientais decorrente da actividade industrial, é imperioso que se adoptem ações eficientes tendentes a proporcionar um ambiente sadio, sem no entanto renunciar ao desenvolvimento das actividades industriais. Isto porque as consequências decorrentes desta actividade não se limitam apenas aos locais circundantes ao local industrial, alcançando regiões muito distantes, o que poderá contribuir para a degradação da biosfera. Deste modo, é imprescindível que se criem sinergias a nível local, regional e global, com vista a permitir o bem-estar das populações e do ambiente, antes que seja tarde demais para reverter este cenário.
O que acontecer à Terra terá consequências nos filhos dos homens, portanto é urgente que tomemos medidas rumo à sustentabilidade ambiental. A Terra não pertence ao Homem, é o Homem que pertence à Terra.
Nesta perspectiva, deve-se:
  • Materializar a implementação de protocolos ratificados que protejam o ambiente;
  • Transferir tecnologias de ponta para os países em desenvolvimento como, por exemplo, a substituição dos obsoletos sistemas de desempoeiramento, por outros adequados (electrofiltros, chaminés industriais, etc.), ou seja, equipar as indústrias com tecnologias que reduzam o consumo de energia e torná-las menos poluidoras;
  • Aplicar catalisadores em todos os automóveis, de modo a diminuir a emissão de fumos e gases que provocam o efeito de estufa;
  • Manter a inspeção, tanto nos veículos como nas indústrias, com o intuito de abrandar os níveis de emissão de gases nocivos para a atmosfera;
  • Deve-se igualmente apostar no uso de energias limpas ou alternativas, dado que essas têm um menor poder de emissão de gases que degradam a atmosfera;
  • Adoptar o princípio dos 3R (redução, reutilização e reciclagem) tanto nos resíduos sólidos como nos diversos recursos naturais;
  • Fomentar a educação ambiental de modo a permitir uma consciencialização ecológica rumo à sustentabilidade ambiental;
  • Transferir as indústrias mais poluentes para regiões muito distantes dos aglomerados populacionais;
  • Levar a cabo a Avaliação do Impacto Ambiental nos projectos de desenvolvimento;
  • Implementar o reflorestamento, visto que as árvores absorvem grandes quantidades de CO2, contribuindo assim para a redução do teor deste gás na atmosfera;
  • Explorar de forma sustentável os recursos naturais, sejam eles hídricos, energéticos, minerais, florestais e faunísticos, com vista a proporcionar o usufruto destes pelas gerações vindouras;
  • Adoptar o princípio do poluidor-pagador (3P), visando responsabilizar os responsáveis pelos danos e a correção pelos infractores.
No caso de Moçambique
Em Moçambique, a Protecção e conservação dos recursos naturais é feita de diversas formas possíveis, temos como exemplo da criação de associações por províncias, a disciplina de Educação Moral e Cívica, o Curso de Gestão de Recursos Naturais, e várias outras formas. Esses todos métodos visam em simultâneo consciencializar os indivíduos a fazerem uma maior gestão daquilo que é a nossa riqueza natural.

Exemplo de Nampula
Mário Albino Muquissince, coordenador da Associação para Educação Moral e Cívica na Exploração dos Recursos Naturais em Nampula (ASSEMONA), afirma que a luta pela protecção dos recursos naturais deve ser equiparada à guerra que foi travada contra o colonialismo, durante a qual todos eram chamados a defender a sua pátria para o bem das actuais gerações, e chama a atenção para que os dirigentes sejam os primeiros a respeitar a legislação vigente para que o povo lhes siga o exemplo. Para Muquissince, o incumprimento da lei no que diz respeito à protecção de recursos naturais está a tomar proporções alarmantes e a permitir que as populações sejam as mais prejudicadas.
Para além da ASSEMONA, encontramos também a AMA, – Associação do Meio Ambiente é uma Organização Não Governamental Moçambicana, foi criada em 1990 na cidade de Pemba, Província de Cabo Delgado por um grupo de jovens movidos pelo interesse de salvaguardar os recursos naturais. Ama tem vindo a crescer, a desenvolver e a estabelecer-se como um actor de referência na sensibilização e no fortalecimento das comunidades na área de gestão dos recursos naturais e meio ambiente.

Constatações e Comentários
A indústria pode ser encarada no seu sentido restrito e no sentido lato. Entende-se como sendo a produção ou transformação de matérias-primas em produtos elaborados ou semi-elaborados por meios mecânicos. Em contrapartida, no seu sentido mais amplo inclui o artesanato ou produção doméstica/tradicional, através de meios manuais pela mão-de-obra familiar.
A actividade industrial está estreitamente ligada ao comércio, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento económico das sociedades modernas.
As indústrias podem classificar-se de acordo com vários critérios, nomeadamente:
  • De acordo com o estágio de elaboração da produção;
  • De acordo com a finalidade ou destinos dos produtos (bens);
  • De acordo com as afinidades tecnológicas, entre outros.
  • A localização espacial das indústrias é condicionada por factores de ordem físico natural e socioeconómica.
As indústrias que laboram quantidades rias-primas cujo transporte é caro e/ou difícil devem localizar-se preferencialmente junto às fontes de matérias-primas.
A importância económica da indústria resume-se fundamentalmente nos seguintes aspectos: estimula o desenvolvimento socioeconómico, fornece emprego à mão-de-obra, forçando a sua qualificação, produz capitais e, consequentemente, um incremento no PIB, estimula o desenvolvimento do comércio, dos transportes e outros serviços.
Apesar dos impactos positivos da indústria no âmbito socioeconómico, elas constituem uma fonte de poluentes e contaminantes. Este facto tem múltiplos efeitos negativos ao nível ambiental, concretamente na degradação dos ecossistemas e na saúde pública.

Conclusão
Terminada a abordagem, temos como conclusões e constatações o seguinte: a importância da actividade industrial consiste no valor agregado (mais empregos, com maiores salários, com maior movimentação da economia, com maiores garantias de atenção aos direitos trabalhistas e previdenciários) que os produtos da indústria possuem frente aos das demais actividades econômicas, em especial em actividades que visam apenas o fornecimento de matérias-primas, tais como a agricultura, a agropecuária, e a mineração.

Apesar dos impactos positivos da indústria no âmbito socioeconómico, elas constituem uma fonte de poluentes e contaminantes. Este facto tem múltiplos efeitos negativos ao nível ambiental, concretamente na degradação dos ecossistemas e na saúde pública. É neste sentido que a localização espacial das indústrias é condicionada por factores de ordem físico natural e socioeconómica.


Bibliografia
MONSO, Francisco Jorge, VICTOR, Ringo, Pré-Universitário 12, Longman Lda, Maputo
SILVA, José Julião da., GEOGRAFIA - 12.ª CLASSE, Maputo, Plural Editores Moçambique, 2014


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