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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Evolução do Pensamento Geográfico na Idade Média

Introdução 
O presente trabalho aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito à Evolução do pensamento Geográfico na Idade Média onde veremos que à semelhança do que aconteceu noutras áreas do conhecimento científico, a evolução da geografia reflectiu e acompanhou as progressivas transformações operadas na sociedade.
Desde a criação do termo pelos gregos, durante o período da Antiguidade Clássica, ate meados do século XIX, apenas se podia falar de um pensamento com incidência geográfica. Só nos meados do século XIX, é que a geografia adquire o estatuto de ciência autónoma, concretizando-se a sua institucionalização em 1870.
Histórico do Pensamento Geográfico 
Desde os tempos mais remotos, no período da Antiguidade, os povos viviam em grupos os quais se deslocavam em busca de meios de subsistência e assim conheciam o espaço em que viviam. Tinham conhecimento do mecanismo das estações do ano e, através dessas migrações, novos caminhos eram percorridos. A partir daí, os primeiros esboços com representações da superfície terrestre eram construídos, surgindo os primeiros mapas. O mapa mais antigo já registrado foi encontrado na cidade de Ga Sur, na Babilónia, datado de 2500 a.C. 
Neste mapa havia representações do vale de um rio que possivelmente representava o rio Eufrates acompanhado de montanhas, assinalando os pontos cardeais. As civilizações do Egipto e Mesopotâmia desenvolviam a agricultura, e por isso, dependiam das irrigações, servindo de grande importância para o estudo hidrológico da região. Ainda na Antiguidade com a expansão política, comercial e marítima no Mediterrâneo, aconteceu a construção de mapas marítimos contendo a descrição de lugares e de seus habitantes. Segundo Andrade (1992), deve-se ressaltar a importante contribuição de Aristóteles para o desenvolvimento do conhecimento geográfico. Este filósofo admitiu a esfericidade da Terra, mas não apenas tratou deste tema, fez também relações aos aspectos físicos e humanos, como a variação do clima com a latitude e a relação entre as raças humanas. Os gregos na costa do Mediterrâneo instauraram colónias em que desenvolviam o comércio e o conhecimento dos lugares. Entre os romanos pode-se destacar a expansão do Cristianismo, religião oficial de Roma no século IV. Neste período, estudiosos afirmavam que os princípios religiosos sobrepunham às ideias científicas já estabelecidas pelos gregos, como por exemplo, a negação aos estudos feitos sobre a esfericidade da Terra, dificultando assim o avanço do conhecimento científico. Ferreira e Simões (1994) relatam que na Idade Média a reorganização do espaço vem com a queda do Império Romano no Ocidente, já que mudanças territoriais foram ocorrendo, pois por meio das invasões bárbaras, guerras foram acontecendo e novas fronteiras foram sendo consolidadas. 

O pensamento geográfico passa a não ser formalizado em termos científicos. “Neste ambiente, a Igreja torna-se o maior poder, já que é o único poder central europeu. As respostas às questões colocadas passam a ser dadas a partir de interpretações bíblicas.” (FERREIRA E SIMÕES, 1994, p. 45). O sistema feudal desencadeado a partir da crise romana é instaurado. Este sistema dominou a vida dos reinos europeus do século X ao século XIII, quando o comércio havia se tornado uma actividade de muito pouca importância. 

No final da Idade Média temos importantes relatos de viagens como as Cruzadas, tendo como consequência a dinamização das relações comerciais entre Ocidente e Oriente. Segundo Ferreira e Simões (1994), com o ressurgimento das curiosidades pelo mundo desconhecido, há o renascimento do comércio entre a Europa e o Oriente e as peregrinações aos lugares santos. Sendo assim, torna-se necessário o desenvolvimento dos instrumentos de navegação, com a utilização de uma Cartografia denominada realista e não mais uma Cartografia religiosa como no início da Idade Média quando a busca por respostas se encontrava numa ordem religiosa. A Cartografia foi reformulada, passando a ser produzidos os chamados portulanos, que para Ferreira e Simões (1994, p. 52) “O nome portulano vem provavelmente da designação <> (do italiano portolano)”, que são os mapas que tinham a capacidade de descrever com detalhes as rotas marítimas. 

Descrições de viagens entre o Ocidente e o Oriente eram feitas, trazendo importantes informações das regiões desconhecidas. Ao mesmo tempo em que o conhecimento do espaço geográfico vinha sendo ampliado, o relacionamento entre sociedade e natureza era estabelecido. Entre os séculos XV e XVIII há o aperfeiçoamento do estudo sobre o magnetismo terrestre, estabelecendo com melhor exactidão a medida das longitudes, podendo-se fazer correcções em antigos mapas. Para Ferreira e Simões (1994) este é um período importante para a ciência geográfica, pois a Geografia retoma os dois rumos que vinha seguindo na Antiguidade, a Geografia matemática e a descritiva. 

Através das viagens e da grande expansão das navegações ao novo mundo, os cientistas puderam fazer observações astronómicas e descrever os lugares. Ferreira e Simões (1994, p.53) descrevem que “A concepção geográfica do mundo mudou mais rapidamente no primeiro quartel do século XVI do que qualquer outra época.” Correcções de mapas eram feitas; o primeiro globo terrestre foi construído nessa época e, no século XVII por meio das observações de estudiosos como Galileu, Copérnico e Kepler, muda-se a concepção sobre a posição da terra no Universo, deixando de ser geocêntrica e passa a ser heliocêntrica. Ferreira e Simões (1994) relatam que na França desenvolve-se uma cartografia de maior escala podendo atender às necessidades de representações territoriais, como administração política, engenharia: estradas e canais; estratégias de guerra, entre outras. 
Porém, com o tempo, a manipulação das experiências praticadas pelo homem vinha sendo feita, alargando a capacidade do desenvolvimento das actividades humanas. Com a manipulação desses problemas respeitando uma ordem preestabelecida por meio de técnicas, surgiu o que chamamos de ciência.

Idade Média
Idade Média instituiu o feudalismo na Europa, tornou a agricultura sua actividade principal e consolidou o poder da Igreja Católica após aliança com os reinos bárbaros.
A Idade Média é o período da história geral que se inicia no século V, logo após a queda do Império Romano do Ocidente, e termina no século XV, com a conquista de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano. Foi um período marcado pela síntese da herança romana com a cultura dos povos bárbaros que invadiram o Império Romano.

A Igreja Católica tornou-se uma instituição poderosa e influente não apenas na religião, mas também na sociedade medieval. A invasão bárbara provocou a fuga da cidade em direcção ao campo. A Europa ocidental ruralizava-se, e a riqueza era a terra. A agricultura tornou-se a principal actividade económica, e a produção dos feudos era para o próprio sustento.
A partir do século XIII, por conta dos renascimentos comercial e urbano, o mundo medieval começou a entrar em crise. A centralização do poder nas mãos dos reis derrotou os senhores feudais, pacificou as revoltas servis e abriu as portas da Europa para a Idade Moderna.

Resumo sobre a Idade Média
Idade Média corresponde ao período entre a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, e a tomada de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano, no século XV.
Economia: agricultura
Política: descentralizada (senhores feudais)
Sociedade: clero, nobreza e servos
Crise: peste, fome e guerra

Evolução do Pensamento Geográfico na Idade Média (séculos V-XIV)
Muitos pensadores consideram a idade medieval uma fase de retrocesso face ao desenvolvimento científico iniciado no período grego.
A derrocada do império romano do Ocidente em 476 d.C. criou condições de fragmentação e isolamento do grande império, ao mesmo tempo que ocorria o estabelecimento de povos invasores (germânicos, hunos, mongóis e turcos) no espaço do antigo império Romano.

 
O Mundo nos séc. XI e XII, representado no mapa de roda.

Por outro lado, as invasões criaram no império um clima de caos e de vazio de poder que criou condições para a implantação do Cristianismo no ocidente e a afirmação do pensamento cristão como forma de pensamento dominante.
O contexto histórico da época medieval contribuiu para a fragmentação e isolamento no antigo império, retraindo tanto o desenvolvimento científico, como a circulação de homens de ideias. Por outro lado, a cultura científica passou a ser dominada pelos monges que vão desenvolver um ambiente fechado e orientado aos interesses pessoais e divinos.
A idade medieval é, portanto, dominada pelo Teocentrismo, isto é, a visão do mundo luz de Deus. A religião sobrepõe-se à ciência. A bíblia passou a dar resposta as interrogações do Homem relacionadas com os fenómenos da Natureza.
No que concerne à Geografia, a época medieval foi marcada por um certo retrocesso, pois a cartografia perdeu o carácter científico alcançado na idade grega, enquanto o mapa-mundo passou a ser uma espécie de disco circular, com o nome de mapa T em O onde Jerusalém; o principal Pólo da cristandade, ocupava o centro e o T separava os três (3) continentes até então conhecidos: Ásia, África e Europa.
Mas a Idade Média registou igualmente alguns progressos como o aumento do horizonte geográfico graças à expansão árabe a partir do século VIII e a divulgação das obras geográficas helenísticas-Romanas no vasto império árabe, do Afeganistão ao Atlântico. Por outro lado, melhorou o conhecimento geográfico e cartográfico movido pelos interesses económicos, políticos e religiosos dos árabes.

Finalmente, a expansão dos árabes e o contacto com os indianos, chineses, resultou em descrições geográficas de qualidade, particularmente as de Ibn Batuta e Al-Idrisi, dois viajantes e geógrafos árabes.
O conhecimento geográfico na Idade Média também se ampliou como resultado da acção dos normandos, povos vindos do norte da Europa. Grandes aventureiros do mar, os normandos enfrentaram as difíceis condições do Mar do Norte até alcançar o Atlântico Norte, a Islândia e a Groenlândia. Estas viagens ampliaram o espaço geográfico conhecido, apesar do pouco aproveitamento comercial e científico.
Estes povos dirigiram-se, igualmente, à Ásia, movidos por interesses comerciais e religiosos. Neste âmbito foram destacados embaixadores para a Mongólia com o objectivo de estabelecer relações com o grande Khan, chefe Mongol. A primeira viagem ocorreu em 1245, organizada pelo Papa Inocêncio IV e chefiada por Piar de Carpine em 1252; o rei de Franca organizou a 2.a missão comandada por Guilherme Rubruck.
Outra contribuição importante dada pela Geografia na época medieval foram os relatos descritivos das viagens de Marco Polo (1271-1291), incidindo sobre a cultura, o comércio, os produtos do solo, desenvolvimento industrial e as rotas a seguir.
Esta obra, conhecida como o livro das maravilhas, contribuiu para o alargamento do conhecimento do mundo dado que estas viagens permitiram aos europeus conhecer novos espaços culturais e povos.

Geografia no fim da Idade Média e no Renascimento
 
Mapa pictórico: publicado em Veneza, no ano de 1556. Este é um dos primeiros mapas a mostrar o Brasil individualmente. Este raro documento faz parte do Atlas Delle Navigazione e Viaggi, de Giovanni Battista Ramusio.

Parece ter havido um declínio na Geografia, como um todo, durante a Idade Média, que permaneceu até o reaparecimento da cartografia, no fim da Idade Média e início do Renascimento (século XV), impulsionando os primeiros tempos dos descobrimentos europeus. Apesar desses avanços, as tradições da astronomia e da Geografia, verdades da Antiguidade, estiveram presentes em muitos trabalhos de Geografia cristã, que continuaram a aparecer ainda no século XVII. Algumas dessas obras tentaram mostrar uma preocupação em manter o estudo do Universo como suporte da religião, reforçando, mais uma vez, a relação entre a ideia platônica do cosmo e os ensinamentos bíblicos sobre a história do mundo e isto também ocorreu com as obras geográficas. No fim da alta Idade Média, mesmo um pouco antes da passagem para o Renascimento (1100-1200), começaram a surgir estudiosos preocupados com uma nova maneira de se fazer ciência, ou, se preferirmos, uma maneira “séria” de se pensar. Naquele tempo, podem ser encontrados vestígios de um início de empirismo (conhecimento baseado nos sentidos) um considerável número de estudiosos repetia a ideia de Aristóteles de que “nada há no intelecto que não existia primeiro nos sentidos”. 

Idade Média, Renascimento e Iluminismo
"Nova Orbis Tabula in Lucem Edita" (Frederik de Wit, c. 1665)  

Devido à queda do Império Romano no Ocidente, o conhecimento geográfico greco-romano foi perdido na Europa. Porém, entre os séculos XI e XII foi preservado, revisto e ampliado por geógrafos muçulmanos da Península Arábica. Mas os acréscimos e acertos feitos pelos geógrafos árabes Edrisi, ibne Batuta e ibne Caldune foram ignorados pelos pensadores europeus. Durante as cruzadas, foram retomadas as primeiras teorias. Assim, os erros de Ptolomeu continuaram no Ocidente até as Grandes Navegações. As Grandes Navegações passaram a reabastecer a Europa de informações mais detalhadas e exactas sobre o restante do mundo. Em 1570, o cartógrafo flamengo Abraham Ortelius organizou diversos mapas num livro só. Seria este, talvez, o atlas mais antigo do mundo.

Uma importante personalidade que retomou os estudos de geografia foi o alemão Bernhardus Varenius (Bernhard Varen). O livro Geographia generalis (1650; Geografia geral) sofreu várias revisões. Este livro continuou sendo a principal obra de referência durante um século ou mais. O cartógrafo mais importante do século XVI também era de Flandres: Gerardus Mercator. Gerardus Mercator (Gerard de Cremer) ficou famoso por criar um novo sistema de projeções. O então cartógrafo aprimorou os sistemas de projecções que utilizavam longitudes e latitudes.
No século XVIII, James Cook fez a fixação de novos padrões precisos e técnicos em navegação. Foi responsável pelas viagens científicas. Na segunda viagem, circunvagou o globo. Esta viagem científica ocorrida entre 1772 e 1775 foi o mais famoso de seus itinerários. Na França foi criado o primeiro estudo de pesquisadores sobre topografia detalhada de um grande país. Este trabalho intelectual foi realizado entre os séculos XVII e XVIII por quatro gerações de especialistas em astronomia e profissionais de pesquisa da família Cassini. A partir do trabalho, o atlas nacional da França foi publicado pela primeira vez em 1791. 
Como muitos que o antecipavam, Alexander von Humboldt fez uma proposta de conhecimento sobre as demais partes do mundo. Apesar dessa proposta, acabou por fazer a distinção por dois objectivos. Primeiro, pela cautelosa elaboração que antecipava suas viagens bem-sucedidas. E, segundo, pela busca e exactidão de suas análises. São de especial interesse seus estudos sobre os Andes. Estes estudos foram feitos numa viagem às Américas Central e do Sul. Isso ocorreu entre 1799 e 1804. Inicialmente, foi feita uma descrição sistemática e inter-relacionada de cinco características. São elas: altitude, temperatura, vegetação e agricultura em montanhas que se localizam em regiões de latitude em direcção à linha do Equador.

Conclusão 
Terminado trabalho pudemos concluir que no que concerne à Geografia destacam-se, no seu processo de evolução, dois períodos distintos. O primeiro período começa na antiguidade helenística até ao século XIX, momento em que se inicia o segundo período que se prolonga até aos nossos dias, No primeiro período não se pode falar de uma verdadeira Geografia científica, mas sim, de um pensamento com incidências geográficas, resultado das influências de conhecimentos acumuladas nas diferentes épocas históricas.

O segundo período inicia-se com o grande salto qualitativo pela Geografia a partir do século XIX com a institucionalização da Geografia em 1870, graças aos trabalhos de cientistas alemães, particularmente o A. V. Humboldt, C. Ritter, os principais modeladores da Geografia moderna.

No presente trabalho abordamos mais sobre a Evolução do pensamento geográfico na Idade Média, também conhecida por idade das trevas, é marcada pelo recuo do conhecimento científico na Europa. Isto deveu-se à influência e predominância das explicações religiosas sobre as explicações científicas, de tal modo que as respostas às questões colocadas pelos estudiosos deixaram de ser dadas pela ciência e passaram a ser dadas pela bíblia. Embora na idade média o conhecimento geográfico tenha conhecido uma relativa estagnação na Europa ocidental, confinado ao domínio eclesiástico, foram produzidos os mapas OT (orbis terrarum). O povo árabe adoptou os conhecimentos greco-romanos e aperfeiçoou-os, traduzindo do grego a obra de Ptolemeu. Destacam-se também os viajantes árabes Al-Idrisi e Ibn-Batutha que contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento geográfico e da cartografia. O desenvolvimento da navegação marítima conduziu ao abandono da cartografia religiosa e ao regresso à cartografia, real e utilitária. Surgiram, então, os mapas portulanos, que introduziram a rosa-dos-ventos, onde se procurava assinalar com exactidão os acidentes geográficos, como, por exemplo, cabos, baias e rios.
Referências Bibliográficas 
  • WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
  • ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia, ciência da sociedade: uma introdução à análise do pensamento geográfico. 2.ed.São Paulo: Atlas, 1992.
  • FERREIRA, Conceição; SIMÕES, Natércia. A evolução do pensamento geográfico. 8.ed. Lisboa: Gradiva, 1994.
  • GEORGE, Pierre; GUGLIELMO, Raymond; LACOSTE, Yves; KAYSE, Bernard. A Geografia Ativa. Trad. Gil Toledo; Manuel Seabra; Nelson de la Corte, Vincenzo Bochicchio.4.ed. São Paulo: DIFEL, 1975.
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Conflito Organizacional

Projecto: Josénia Rafael 
Elaborado por: Josénia Rafael & Marcelino Muianga 
Editor de texto: Marcelino Muianga 

Introdução
O presente trabalho aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito à O Papel da Liderança na gestão de Conflitos Organizacionais, visto que no dia-a-dia, de todas as organizações, os seus recursos humanos lidam com situações que despertam vontades, desejos e procuram constantemente encontrar novas experiências. Neste caminho surgem novas oportunidades de incrementar a produtividade, mas também podem surgir situações de conflito. Nesta altura, o líder da equipa deve estar atento e canalizar as energias dos seus colaboradores para situações mais produtivas. Pretende-se estudar o papel do líder no seio de uma organização, em especial quando é necessário aumentar a produtividade e quando existem situações de conflito.
O líder possui um papel fundamental no estímulo à participação de todos os membros da sua equipa. A ausência de liderança pode levar uma equipa ao fracasso ou falta de comprometimento por parte dos seus integrantes. Um líder deverá ter a capacidade de influenciar os seus colaboradores directos para que estes realizem as tarefas com entusiasmo e contribuam para o sucesso da organização. 
O papel do líder é oferecer as condições necessárias para que a sua equipa possa executar as suas actividades. Quer isto dizer que o líder é responsável por promover um ambiente equilibrado, onde cada um saiba o que se espera dele e onde as tarefas estão bem distribuídas, de acordo com a sua exigência e capacidade de cada elemento da equipa. 
Nesta medida o líder deve estar consciente da sua importância no tratamento dos conflitos, na promoção do autoconhecimento e no estímulo à criatividade. Estudar o papel do líder ou líderes de uma organização reveste-se numa questão pertinente, num mundo cada vez mais competitivo e global.
Problema 
A actual conjuntura socioeconómica leva a criação de novas empresas privadas, e à utilização de novas formas de gestão. Os recursos humanos são cada vez mais valorizados, sendo necessário geri-los cada vez melhor. Para isso necessitamos encontrar o estilo de liderança que respeite as diferenças entre estes recursos e promova o desenvolvimento de cada um, com aumento da produtividade e bem-estar no local de trabalho.

Que comportamentos de liderança são mais adequados para reduzir e resolver os conflitos no ambiente de trabalho, ao mesmo tempo que se procura aumentar a produtividade? 


Objectivos 
Objectivo Geral 
  • Compreender o papel do líder na gestão de conflitos visando o aumento da produtividade. 

Objectivos Específicos 
  • Qual a percepção dos colaboradores sobre o desempenho dos papéis de liderança por parte dos seus líderes; 
  • Identificar os estilos de gestão de conflitos entre os colaboradores do Ministério de Educação; 
  • Averiguar as diferenças significativas nos estilos de gestão de conflito em função das variáveis demográficas.

Hipóteses 
O problema que analisamos que comportamentos de liderança são mais adequados para reduzir e resolver os conflitos no ambiente de trabalho, ao mesmo tempo que se procura aumentar a produtividade? Abaixo destacamos as hipóteses levantadas como ponto de partida para a pesquisa.

H1: Em uma empresa que estimula a competitividade saudável o conflito pode ser positivo e motivar os colaboradores;
H2: A ausência da gestão de conflitos pode causar queda na produtividade;
H3: A gestão de conflitos é um estímulo motivacional, mas não a garantia de motivação.
Justificativa 
Com esta dissertação temos o objectivo de apresentar de um modo simples alguns aspectos relacionados com os recursos humanos de uma organização, pelo que estamos certos que será pertinente, interessante e actual. 
Temos como principal objectivo compreender o papel do líder nas organizações, especialmente no que respeita a gestão de conflitos e o seu contributo para o aumento da produtividade dos colaboradores, fruto de um bom ambiente de trabalho. Neste sentido pretende realizar-se uma investigação que se debruce sobre a problemática da gestão de conflitos, a par de uma análise da importância das relações de liderança dentro de uma organização e de como contribuem para a redução dos conflitos.
O conflito é uma das temáticas investigadas na actualidade por diversas áreas científicas, entre elas a gestão de empresas, essencialmente devido aos múltiplos aspectos relacionados com os conflitos, quer pelo facto dos mesmos trazerem contributos positivos ou negativos para o ambiente organizacional. 
Ury, Brett e Goldberg (2009), citados por Jesus (2015, p. 18) “indicam que, quando existem relações contínuas entre pessoas com interesses, é inevitável que surjam conflitos”. Sendo assim, é previsível a existência de conflitos no seio de uma organização. Contudo, estes podem ser classificados como positivos quando contribuem para o desenvolvimento de novas soluções, aumento da produtividade ou resolução dos problemas existentes, ou classificados como negativos quando se transformam numa ameaça à sã convivência, pondo em perigo a própria existência da organização.
No nosso entender é função do líder a gestão dos conflitos e a tentativa de transformá-los em algo positivo, permitindo o crescimento do grupo como um todo. Para justificar este entendimento procuraremos realçar as formas de actuação das chefias e dos seus colaboradores diante de situações em que existem conflitos e a forma como os transformam em algo positivo para a organização a que pertencem.  

Metodologia 
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a vários métodos de pesquisa, usamos primeiro a Pesquisa bibliográfica sobre o assunto com relevância para o desenvolvimento do tema, e por segundo usamos o Método comparativo, que nos permiti fazer uma análise comparativa de forma a percebermos como é tratado a matéria em análise nas outras ordens jurídicas e por fim usamos a Pesquisa qualitativa, que permitira analisar e extrair os conteúdos em volta do tema. 

Capítulo II: Referencial Teórico
1. O Conflito Organizacional 
1.1. Definição de Conflito
A palavra Conflito, advém do latim cinflictu-, «choque, pancada, luta, combate» e está presente em todas as relações humanas. Esta situação de luta é definida por Birou (1973, p. 79) que nos diz que “uma situação de luta, em que cada um dos adversários utiliza meios para obrigar o outro a capitular nas suas ambições”. A partir desta definição é possível compreender que o conflito surge sempre que duas ou mais pessoas, dois ou mais grupos, se deparam com uma oposição aberta em relação a ideias, factos e/ou interesses.
No entanto, encontramos na definição de Jones & Gerard (1967, p. 37) a possibilidade do conflito existir dentro do próprio ser humano, sendo então um “(…) estado em que um sujeito se encontra quando está motivado para dar, à questão, duas respostas”. 
Por seu turno Raven e Kruglanski (1970, p. 8) realçam a existência de uma condição de “(…) tensão entre duas ou mais entidades sociais (indivíduos, grupos ou organizações), ocasionada por respostas dadas ou pela intenção de as dar”. 
O conflito pode surgir em contextos em que existem actividades incompatíveis entre indivíduos, ou entre estes e organizações, que podem advir de competições ou divergências entre as partes, mas também podem acontecer devido a insuficiência de recursos. Quer isto dizer que o conflito corresponde a uma diferença de interesses ou crenças, em que os objectivos das partes envolvidas não são iguais, não podem ser igualmente satisfeitas ou atingidas em simultâneo.
O conflito é uma situação em que existem diferenças entre duas ou mais pessoas, as diferenças podem ser de critério, de interesses ou ainda diferenças de opinião, neste sentido surge uma situação de conflito que necessita ser resolvida. Desde cedo, da mais tenra idade devem ser dadas ferramentas para que as pessoas possam dirimir os conflitos de uma forma célere, retirando desde o maior número de aspectos ou experiências positivas. Assim podemos afirmar que o problema não está na existência de conflito, mas na forma como ele é gerido. 
Segundo Jares (2002, p. 43) o conflito é um “fenómeno de incompatibilidade entre pessoas ou grupos, e está relacionado tanto com questões estruturais como com as mais pessoais”. E acrescenta: “o conflito é um fenómeno dinâmico, dialéctico (…), é um processo social que percorre determinado itinerário com subidas e descidas de intensidade, com os seus modos de inflexão”. 
Significa que o conflito deve ter tomado como algo natural entre os elementos de uma sociedade, sendo o ponto principal a sua identificação e gestão, uma vez que faz parte da aprendizagem para a própria vivência em sociedade. 
O conflito tanto pode ter consequências positivas como negativas. Quando assume consequências negativas ou destrutivas frequentemente consome demasiada energia individual, impedindo que a pessoa apresente níveis de desempenho usuais ou mantenha as relações interpessoais ao nível anterior. 
Neste sentido Cunha (2004) refere que o conflito é um fenómeno incontornável, sendo necessário compreendê-lo e encontrar uma forma de o gerir da melhor maneira possível, destacando os aspectos positivos e desvanecendo os negativos.  

1.2. Tipos de Conflitos
De acordo com Rahim (2001) o conflito intra-organizacional apresenta quatro níveis: o conflito intrapessoal, o conflito interpessoal, o conflito intergrupal e o conflito intergrupal. Existe conflito intrapessoal, quando um indivíduo se pede para realizar uma tarefa para a qual não tem aptidão ou qualquer interesse. O conflito interpessoal é aquele que ocorre entre dois ou mais indivíduos dentro de uma organização, independentemente do nível hierárquico ocupado. O conflito toma o nome de intergrupal de atinge os elementos de um grupo ou vários subgrupos de um grupo, face a objectivos, tarefas ou procedimentos que são necessários efectuar, normalmente ocorrem entre os membros de um grupo e o seu líder. Por último, encontramos o conflito intergrupal, quando estão envolvidos vários grupos de uma mesma organização.
Segundo Burbridge e Burbridge (2012), citado por Chagas e Perini (2018, p. 689) os conflitos podem ser internos ou externos. Sendo que os internos são aqueles que envolvem apenas pessoas e os externos aqueles “que se referem a conflitos com outras pessoas, outras empresas ou a governos”. Os autores referem que em qualquer destes casos há pessoas e, portanto, também existem emoções a gerir.
Também, de acordo com Chiavenato (2004) os conflitos podem ser internos ou externos. Sendo que no interno ou interpessoal estão envolvidos dilemas de ordem pessoal. Ao passo que nos conflitos do tipo externo estão envolvidos vários níveis como o interpessoal, intergrupal, intergrupal, intra-organizacional e interorganizacional.
Segundo Chiavenato (2004), citado por Silva, Munhoz e Munhoz (2015, p. 6), o conflito pode ocorrer de “três formas:

1. Conflito percebido ou latente: ocorre quando existem vários objetivos e há oportunidades de interferência ou bloqueio de objetivos por parte dos participantes; 
2. Conflito experienciado ou velado: ocorre quando as partes envolvidas nutrem sentimentos de hostilidade, raiva, medo e descrédito, no entanto, não é manifestado externamente de forma clara; 
3. Conflito manifestado ou aberto: quando o conflito é manifestado sem nenhuma dissimulação”.
Autores como Dimas, Lourenço e Miguez (2008) fazem a distinção entre dois tipos de conflitos: o conflito de tarefa e o conflito sócio afectivo, sendo que os mesmos podem surgir em separado, em conjunto ou então como consequência um do outro provocando diferentes efeitos dentro do grupo de pessoas envolvidas.
Como o próprio nome indica o conflito de tarefa está relacionado com as ‘tarefas’ ou objectivos que devem ser concretizados pelos grupos, evidenciando diferenças nas visões e interpretações de algo relacionado com o trabalho, que afectam a forma como a tarefa deve ser desempenhada ou o modo como os objectivos podem ser atingidos. Nestes casos, os conflitos podem surgir como meios de melhorar a qualidade do trabalho em grupo.

No que respeita ao outro tipo de conflitos, o sócio afectivo, podemos afirmar que este surge nos relacionamentos interpessoais ou seja, nas ligações afectivas que existem entre os diferentes membros do grupo.
De acordo com Pais (2013, p. 5) “o conflito sócio afectivo passa pela percepção por parte dos indivíduos do grupo, da existência de uma incompatibilidade interpessoal, que engloba factores como as diferenças de personalidade, atitudinais, de estilos de preferências ou ainda de estilos interpessoais”.
De acordo com Dimas et al (2008, p. 15) os conflitos “sócio afectivos envolvem situações de tensão interpessoal entre os membros do grupo como resultado de diferenças de personalidade, de valores e de atitudes perante a vida”.

Pais (2013, p. 5) refere que estes dois tipos de conflitos apresentam diferenças quanto às consequências positivas ou negativas produzidas. “O conflito sócio afectivo é apontado como mais negativo para os sujeitos, enquanto o conflito de tarefa se diz bastante benéfico para sujeitos e grupos”. Dimas et al (2007, p. 186) alertam para o facto de que o conflito sócio afectivo “desvia a energia do grupo da tarefa para a resolução de problemas interpessoais e reduz a qualidade das relações entre os seus membros, o que produz efeitos negativos, quer no desempenho, quer na satisfação grupal”.
No que diz respeito aos efeitos positivos dos conflitos de tarefa, alguns autores como Medina, Munduante, Dorado, Martinez e Guerra (2005), referem que estes ajudam a inovar e a criar novas ideias, mantendo o grupo coeso, uma vez que tendem a evitar a ocorrência da ideia de abandono do grupo. Quer isto dizer que os conflitos para a tarefa tendem a melhorar a qualidades das decisões, consequentemente o desempenho ou resultados do grupo assim como eleva os níveis de satisfação, bem como o sentimento de integração no grupo. 

2. Conflitos Organizacionais
O conflito pode desenvolver-se nas relações interpessoais e nas organizações, por essa razão é tão importante aprender a identificar e a prevenir as situações de conflito. A importância da sua análise deve-se ao facto de poder apresentar consequências positivas ou negativas.
Rahim (2002) defende que os efeitos funcionais ou disfuncionais, isto é, os efeitos positivos ou negativos que são gerados pelo conflito, dependem do contexto em estes surgem, do tipo de conflito, das suas dimensões e ainda da forma como este é gerido.

Para Thomas (1992) citado em Medina et al (2005, p. 159) refere que
“O estudo das consequências dos conflitos em ambientes organizacionais é contínuo. Os primeiros teóricos do conflito organizacional sugeriam que o conflito era prejudicial ao funcionamento da organização, enquanto que, em contraste, os estudos mais recentes demonstram que o conflito pode ser vantajoso, de modo que possa até ser recomendado a ser estimulado (Amaon, 1996, Jehn, 1994; Van de Vliert & De Dreu, 1994)”.
Para melhor conhecer os conflitos nas organizações começamos por identificar as diferentes situações em que estes podem surgir. De acordo com Almeida (2007, pp. 163- 166) estes podem ocorrer quando existe:

1. Interdependência de funções – ocorre quando o trabalho está directo ou indirectamente dependente do trabalho de outras pessoas; pode ser evitado desde que os departamentos criem sinergias internas e bons canais de comunicação entre si; 

2. Indefinição das “regras de jogo” – para evitar este tipo de conflito todos os departamentos devem identificar as tarefas, funções e objectivos a que se propõem, uma vez que é característica do ser humano considerar que as suas tarefas são mais exigentes do que as dos outros, que os seus problemas são mais difíceis e que existem diferentes níveis de responsabilização; 

3. Interdependência de recursos – uma vez que os recursos são limitados; 

4. Existência de sistemas de recompensa competitivos – em que há necessidade de uns perderem para outros ganharem, criando conflitos entre equipas; 

5. Mudanças – pode surgir conflito quando há alterações nas equipas ou nos hábitos e rotinas enraizadas.

2.1. A Gestão de Conflitos 
A gestão de conflitos tem sido apresentada como essencial para lidar com os conflitos. De acordo com Longe (2015, p. 85) a gestão de conflitos envolve o planeamento de estratégias eficazes para minimizar as disfunções do conflito e para melhorar as funções construtivas, com o objectivo de optimizar a aprendizagem e a eficácia numa organização. 
Isso implica que a gestão de conflitos não corresponde, necessariamente, à evitação ou rescisão, mas à diminuição das possibilidades de uma fase não produtiva. Ao que o mesmo autor acrescenta a gestão de conflitos é o método pelo qual as organizações e as pessoas lidam com queixas e disputas, com o intuito de encontrar uma alternativa para a sua resolução, trabalhar em prol do consenso e oferecer um compromisso genuíno na tomada de decisões. 
Por outras palavras a gestão de conflitos é um método que pretende estudar os conflitos de modo a maximizar os seus aspectos positivos e de preferência eliminar os aspectos negativos ou apenas reduzi-los ao mínimo. 
De acordo com Cordeiro, Cunha, & Lourenço (2019, p. 8) a gestão de conflitos é justificada porque, “conflitos bem geridos podem conduzir ao aumento do comprometimento organizacional, através do reforço da participação, identificação e implicação com a organização. Já conflitos não resolvidos, ou geridos de forma ineficiente, tenderão a aumentar o desejo e a propensão para os profissionais abandonarem a organização”. 

Chiavenato (1999) refere a existência de cinco estilos de gestão de conflitos. De acordo com Jesus (2015, p.58) estes estilos 
“Dão ênfase ao desejo de satisfazer as necessidades, os próprios interesses (assertividade) e, noutro extremo, estilos que têm em conta os interesses da outra parte (cooperação). De um lado, uma dimensão assertiva (tentativa de satisfazer os seus próprios interesses e objectivos) e, de outro, uma dimensão cooperativa (tentativa de satisfazer os interesses das outras pessoas) ”. 
2.2. O Líder como Gestor de Conflitos
Proporcionar um ambiente organizacional harmonioso e ser um facilitador são a convergência entre a liderança transformacional e a gestão de conflito, como já explicitado um ambiente harmonioso não está livre de conflitos, mas a perspectiva e gestão sobre o conflito proporciona a redução de prejuízos, o aproveitamento de oportunidades e o surgimento de uma cultura em que as pessoas dissolvam seus conflitos de forma positiva.

Dizer sobre gestão de conflito não se trata apenas de resolução adequada de conflito, dado que o mínimo de conflito é necessário para a produtividade, Robbins (2002) e Burbridge e Burbridge (2012) inferem que o líder necessita conhecer maneiras de estimular o conflito de forma controlada e produtiva, exemplos de organizações que sofreram pela ausência de conflitos são citadas por Robbins, (2002) sendo a General Motors Norte Americana e a Yahoo, dessa forma o líder pensando em Gestão de Conflito além de conhecer as ferramentas de resolução necessita conhecer técnicas de estimulação de conflitos.
Quando se trata de organizações Burbridge e Burbridge (2012) insere o lucro como objetivo da organização. Contudo, quando se trata de organizações governamentais mesmo que o lucro não exista como objetivo a eficiência e eficácia devem estar presentes com a finalidade do bom uso do erário público onde o objetivo é evitar ao máximo os prejuízos e maximizar os recursos.
Para Meirelles, o princípio da eficiência é:

[...] o que se impõe a todo o agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento profissional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros, [...] A eficiência funcional é, pois, considerada em sentido amplo, abrangendo não só a produtividade do exercente do cargo ou da função como a perfeição do trabalho e sua adequação técnica aos fins visados pela Administração, para o que se avaliam os resultados, confrontam-se os desempenhos e se aperfeiçoa o pessoal através de seleção e treinamento. Assim, a verificação da eficiência atinge os aspectos quantitativo e qualitativo do serviço, para aquilatar do seu rendimento efectivo, do seu custo operacional e da sua real utilidade para os administrados e para a Administração. Tal controle desenvolve-se, portanto, na tríplice linha administrativa, económica e técnica. (MEIRELLES,2002, p.94)

Sendo assim, o líder seja ele um executivo ou gestor da administração pública, ou ainda uma liderança de menor escalão quando se trata de gestão de conflito deve considerar que uma atmosfera de conflito construtivo e pensamento crítico pode ter como consequência decisões mais bem desenvolvidas como demonstra Robbins (2002).

3. Conflitos nas Organizações 
Para lidar com os conflitos nas organizações é preciso entender suas formas e tipos de ocorrência, para então buscar a melhor forma de resolução. Primeiro iremos abordar a visão de Burbridge e Burbridge (2012), que dividem os conflitos em dois:

  • Conflito interno: Tem como raiz o conflito entre pessoas, mesmo quando ocorre entre departamentos. É o mais complexo, pois as partes divergentes estão, pelo menos teoricamente, do mesmo lado e a maior parte dos custos é oculta.
Conflito externo: Mais fácil de ser identificado e medido. Pode ocorrer entre empresas, com o governo ou até mesmo com um único indivíduo.
Já Berg (2012) afirma que existem três tipos de conflitos:
  • Conflito pessoal: É como a pessoa lida consigo mesma; entram nesse conceito as dissonâncias pessoas do indivíduo. Isso se reflecte em contraste entre o que é dito e o que é feito, o que se pensa e como se age. A consequência pode ser elevados níveis de estresse.
Conflito interpessoal: É aquele que ocorre entre indivíduos que encaram uma situação sob diferentes pontos de vistas. Esse tipo é o que mais causa atritos e por isso é o mais difícil de se lidar.
  • Conflito organizacional: Ao contrário dos dois anteriores, esse tipo de atrito não é baseado em valores pessoas e sim no resultado das dinâmicas organizacionais.
Por fim, temos a visão de Chiavenato (2004), que acredita que existem vários tipos de conflitos e eles podem se manifestar em três principais níveis de gravidade:
  • Conflito manifestado: Também chamada de “conflito aberto”, tal divergência é expressada por meio de interferência activa ou passiva por pelo menos uma das partes.
Conflito percebido: Ocorre quando as partes envolvidas entendem que o confronto existe ao perceberem que seus objectivos divergem entre si e que podem acontecer interferências. É o conflito latente.
  • Conflito experienciado: Provoca sentimentos negativos como raiva, hostilidade e medo entre as partes. Por não ter manifestado de modo claro e objectivo, pode ser chamado de conflito velado.

3.1. Formas de Administrar os Conflitos
De modo geral, a assertividade e a cooperação são estratégicas básicas de resolução de conflitos. Pensando nisso, Thomas Kilmann dividiu em cinco as formas que os gestores podem lidar com as divergências na sua empresa de modo eficaz:
  • Integração: Busca o meio-termo, uma solução que satisfaça todas as partes. Para que esse estilo dê certo é preciso que os envolvidos primeiro exponham suas visões acerca do problema e depois proponham soluções. Cabe ao mediador encontrar uma forma de equilibrar a situação.
  • Acomodação: Apenas uma parte tem seus desejos atendidos e a parte que resolve adoptar esse estilo precisa abrir mão de seus objectivos.
  • Dominar: Os objectivos de uma parte são considerados prioritários em relação aos da outra, o que torna praticamente impossível chegar a uma solução que beneficie todos os envolvidos.
  • Evitamento: Como o próprio nome sugere, tal técnica usa a fuga ou negação do conflito para não ter que lidar com ele. Esse estilo envolve adiar o máximo possível o confronto e as partes consideram até mesmo fugir caso a situação chegue aos extremos.
  • Compromisso: Assemelha-se ao estilo “integração”, mas nesse caso a solução aceitável implica que as partes devem abdicar de algo. O resultado é satisfatório, porém incompleto, e busca a realização parcial de um objectivo em prol do fim do embate.

Como evitar os Conflitos Organizacionais
As divergências são naturais e benéficas para o meio organizacional. Isso não significa, no entanto, que não possam (ou devam ser evitadas).
Como foi reforçado no tópico anterior, os combates podem gerar efeitos negativos que impactam directamente na produtividade e até mesmo na renda da empresa. 
Tudo começa com os gestores. O líder imediato costuma ser a primeira pessoa procurada para conciliar equipes em torno de um mesmo objectivo. Para isso, o responsável precisa desenvolver habilidades essenciais, como a capacidade de negociação.
Os gestores devem buscar sempre o diálogo, dar atenção igual a todas as partes e pensar com muita atenção antes de tomar uma decisão Nesse quesito é preciso evitar longas negociações, que dão a sensação de nunca acabarem, porque geram mais desgaste.
Para retardar os conflitos é preciso ter tato e identificar as divergências para agir antes que elas se tornem discussões calorosas. Fique atento a sinais que podem ser terreno fértil para divergências dentro da equipe.
Constantes erros e atrasos são um exemplo desses indicadores, bem como a queda da produtividade e uma mudança negativa no clima organizacional.
Quanto mais informações o gestor tiver, maiores são as chances de resolver a negociação e evitar que outras discórdias aconteçam.
Por fim, a boa comunicação é necessária em todas as situações do ambiente organizacional. O diálogo é o instrumento mais poderoso na hora de gerir conflitos e precisa ser usado com cuidado.
Às vezes, dialogar significa falar menos e ouvir mais para buscar o melhor dos cenários: aquele que todos saem ganhando. Isso só acontece quando todas as expectativas são atendidas ou quando surge um novo acordo que agrade as partes envolvidas.

Conclusão
Após a discussão e compilação sobre o tema, pude concluir que no ambiente de trabalho, em que pessoas convivem todos os dias, principalmente quando há uma diversidade, as chances de ocorrerem conflitos são altas.
Todos os ambientes são passivos de terem conflitos. Afinal, pessoas são diferentes uma das outras e nem sempre essa troca de opiniões acontece de modo amigável. Isso é completamente normal e deve ser esperado em um ambiente de trabalho.
O que de  fato influencia não é o conflito em si, e sim a maneira como ele é gerido. Uma simples discordância pode terminar de modo catastrófico se as pessoas envolvidas não souberem lidar com a situação do modo correto.
Assim sendo a gestão de conflitos tem grande importância nas relações de trabalho, na parte das organizações por exemplo – algumas condições podem predispor algumas consequências. As organizações são fontes onde o conflito é inevitável, quanto maior a organização, maior a tendência de ocorrerem conflitos.
Cada departamento desenvolve objetivos e metas voltados para suas respectivas missões. O modo como os gestores públicos identificam e conduzem situações de conflito reflete diretamente para consequências que podem ser positivas ou negativas para a organização e para os demais indivíduos envolvidos no conflito.

Referências
  • CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. reimp. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
  • CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas: transformando o executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier: Campus, 2005.
  • BERG, Ernesto Artur. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a dia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2012.
  • BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994.
  • BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994.
  • DAVEL, Eduardo; MACHADO, Hilka Vier. A Dinâmica entre Liderança e Identificação: Sobre a Influência Consentida nas Organizações Contemporâneas. RAC, Dezembro, 2001.
  • DRUCKER, Peter Ferdinand. Administração de organizações sem fins lucrativos. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1999.


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Radioactividade

Introdução 

Neste trabalho em grupo iremos falar sobre a Radioactividade , iremos definir a radioactividade , também iremos introduzir as partículas radioativas , iremos ver as características das radiações , a velocidade das partículas radioactivas, veremos tambem o poder de ionização das emissões radioativas naturais , como também o poder de penetração , depois veremos os impactos da Radioactividade  no organismo dos seres vivos.

Também veremos algumas aplicações da Radioactividade, veremos que a Radioactividade pode ser usada no nosso cotidiano, depois falaremos do reactor nuclear , iremos definir o Reactor nuclear , falaremos do Reactor nuclear todo ele , e por fim falaremos da bomba atômica , veremos como funciona , veremos também a bomba de urânio , veremos também os elementos usados na construção de uma bomba atômica.
 
Radioactividade

A radioatividade é um termo químico que causa muita desconfiança e pavor em muitas pessoas, isso se deve ao que ela ocasionou em certas situações como por exemplo os diversos acidentes nucleares, sendo o mais conhecido o de Chernobyl. Porém, este não é um fenômeno ruim, também pelo fato de suas diversas aplicações em nosso dia a dia que possibilitaram entre outras coisas o avanço de tratamentos como o da radioterapia.
Um elemento químico radioativo é aquele que é capaz de emitir radiações fortes a ponto de por exemplo produzir a fluorescência. O fenômeno de emissão ocorre quando o átomo se encontra com excesso de partículas e/ou cargas precisando assim liberar energia na forma de radiação para se estabilizar. 
A radioatividade pode ser espontânea ou induzida, a primeira é um processo natural e que ocorre em elementos e seus isótopos encontrados naturalmente, já o segundo caso se trata de um processo artificial provocado por transformações nucleares, geralmente em reatores

Características das particulars radioactivas
As radiações podem ser, basicamente, de dois tipos: corpusculares (constituídas de matéria) e eletromagnéticas (constituídas apenas de energia).
Em geral, as emissões radioativas mais comuns são: alfa (α), beta (β) e gama (γ). Rutherford chegou à conclusão de que os raios alfa eram o átomo de hélio (He) que tinha perdido dois elétrons. Somente após a descoberta do núcleo atômico é que ele percebeu que os raios alfa seriam mesmo o núcleo do átomo de hélio (He2+). Devido à descoberta do elétron (e) por Thomson em 1897, Rutherford concluiu que os raios beta (β) eram os elétrons, pois ambos os raios eram atraídos por placas carregadas eletricamente. Sendo assim, ele passou a chamar o raio de partícula, pois suas pesquisas identificavam a presença de massa. Como os raios gama (γ) não eram afetados por nenhum tipo de carga elétrica, mais tarde os cientistas resolveram chamá-los de ondas gama (γ), por serem ondas eletromagnéticas, assim como a luz.

Vejamos o estudo de algumas radiações ionizantes:

1o. Partículas alfa (α)
As partículas alfa têm um alcance no ar inferior a 10 cm. São barradas por papel, roupas e pela pele. Portanto,quando as partículas alfa são provenientes de uma fonte externa ao organismo humano, praticamente não oferecem nenhum perigo para o organismo. No entanto, como são constituídas por 2 prótons e 2 nêutrons, são altamente ionizantes, pois arrancam elétrons dos átomos e moléculas do meio, transformando-se em átomos de hélio. Mas se a partícula alfa é proveniente de uma fonte interna ao organismo (o material radioativo foi ingerido ou inalado ou ainda absorvido pela pele ou ferimentos), oferece sério perigo, pois a partícula alfa se move mais lentamente e causa muito mais ionização ao longo de seu trajeto. As partículas alfa têm velocidade da ordem de 20.000 km/s.

2o. Partículas beta (β)
Como as partículas beta são constituídas de elétrons bem mais leves e de maior velocidade que as partículas alfas, elas penetram mais na matéria. Assim, elas podem atravessar até 1 mm de alumínio e no ar, podem alcançar até 13 m. O seu poder de ionização é bem menor. O perigo oferecido pelas partículas beta provenientes tanto de fonte interna como externa pode ser classificado como moderado. A partícula beta é cerca de 7.000 vezes mais leve que a partícula alfa e tem velocidade bem maior, podendo atingir uma velocidade de até 95% da velocidade da luz.

3o. Raios gama (γ)
A penetrabilidade dos raios gama é muito maior, pois são ondas eletromagnéticas de comprimento de onda (λ) muito pequeno. O alcance no ar é muito grande. São barradas por placas de chumbo de 3 cm de espessura. Seu poder de ionização também é muito grande. As ondas gama provenientes de uma fonte perigo, isto porque toda a energia das radiações alfa e beta é absorvida pelo órgão, ao passo que apenas uma parte da radiação gama é absorvida pelo órgão. Devido ao grande poder de penetração do raio gama, a maior parte da energia sai do corpo. A sua velocidade de penetração é a mesma da luz no vácuo, ou seja, aproximadamente 3.108 m/s.
As radiações ionizantes têm importantes propriedades - escurecem filmes peliculados, ionizam gases, produzem cintilações (flashes de luz) em certos materiais (ex: sulfeto de zinco – ZnS), matam tecidos vivos, transportam muita energia. Deve-se notar ainda que as radiações emitidas por um átomo são as mesmas, quer o átomo esteja combinado ou não, pois elas se originam no núcleo, que não participa das combinações químicas.

Radiação ionizante é a que possui a propriedade de, ao incidir em um meio
 ou retirar elétrons dos átomos constituintes deste meio, tornando-os eletricamente carregados (ionização).

Efeitos da radiacção no corpo Humano
É de fundamental importância para quem trabalha na indústria de mineração ou de petróleo e gás saber dos riscos que está corre.
Reversibilidade e transmissão dos danos celulares
Para todos os efeitos, quando tratamos dos efeitos da radiação nesse texto, nos referimos principalmente à radiação ionizante.

Efeitos Biológicos da Radiação no Corpo Humano
Desde a descoberta da radiação mais de um século de pesquisa tem fornecido grande conhecimento sobre o assunto. Muito já se descobriu acerca dos mecanismos biológicos pelos quais a radiação pode afetar o corpo humano.
Sabe-se que a radiação pode produzir efeitos em nível celular, causando sua morte ou modificação, devido aos danos causados nas fitas do ácido desoxirribonucleico (DNA) em um cromossomo.
Quando o número de células afetadas ou até mesmo mortas for grande o suficiente, a radiação poderá resultar na disfunção e morte dos órgãos atingidos.
Outra influência da radiação sobre o DNA são os danos que não causam a morte celular. Esses tipos de dano são normalmente reparados por inteiro, mas caso isso não ocorra, a modificação resultante – conhecida como mutação celular – causará reflexo nas divisões celulares subsequentes.O resultado das mutações é o câncer.
Se as células modificadas forem aquelas que transmitem a informação hereditária aos descendentes, desordens genéticas podem surgir.Com base na observação de sua ocorrência, efeitos na saúde advindos da exposição à radiação são definidos aqui tanto como efeitos imediatos à saúde, quanto tardios.Geralmente, efeitos imediatos à saúde são evidentes através do diagnóstico de síndromes clinicamente verificadas nos indivíduos, e os efeitos tardios são verificados através de estudos epidemiológicos feitos pela observação do aumento da incidência da doença em uma população.
  


 Velocidade
5% da velocidade da luz. 95% da velocidade da luz. Quadro 1: Algumas características das radiações alfa, beta e gama.Igual a velocidade da luz 3.10^8 m/s.

 UTILIZAÇÃO DAS RADIAÇÕES:
a)Não ionizantes:
-Aquecer alimentos no interior de um aparelho micro-ondas (micro-ondas)
-Iluminar um ambiente (luz visível)
-Fabricação de vidros (infravermelho)
-Secagem de tintas e vernizes (ultravioleta)
-Tratamento de inflamações em músculos e articulações (infravermelho e ultravioleta) Soldas elétricas (infravermelho)

b) ionizantes
• Tratamento de câncer;
• Realização de exames de imagem, como radiografia e tomografia;
• Esterilização (eliminação de bactérias e fungos) de alguns alimentos industrializados;
• Esterilização (eliminação de bactérias e fungos) de materiais descartáveis, como seringas einstrumentos cirúrgicos.

RAD (Radiation Absorbed Dose) - é a quantidade de energia absorvida pelos tecidos e ossos por unidade de massa. Um rad equivale a 0,01 joule por quilograma.  No Sistema Internacional (SI) a unidade utilizada é o Gray (Gy), em homenagem ao físico inglês, Harold Gray, pioneiro em biologia da radiação. O Gray é a absorção de 1 J de radiação por 1 kg de matéria: 1 Gy = 1 J/kg.

Poder de ionização das emissões radioativas naturais
O poder de ionização ou o número de íons formados por cm3 na trajetória das emissões radioativas é maior para a partícula alfa.
São três as emissões radioativas naturais:

Emissão alfa (α): Partículas formadas por dois prótons e dois nêutrons, do mesmo modo que o núcleo de um átomo de hélio. Possuem carga elétrica igual a +2 e massa igual a 4u;


Emissão beta (β): Partículas formadas por um elétron. Possuem carga elétrica igual a -1 e sua massa é considerada desprezível;
Emissão gama (γ): É uma radiação eletromagnética semelhante aos raios X. Não possui carga elétrica e nem massa.
Essas emissões possuem energia e, por isso, quando são emitidas pelos núcleos de átomos radioativos (núcleos instáveis), atingem as moléculas de gases, como os que estão presentes no ar e conseguem ionizar esses gases, ou seja, arrancam os seus elétrons e formam íons.
Íons são átomos de elementos que perdem ou ganham elétrons e se tornam carregados eletricamente. Se um átomo perder um ou mais elétrons, ele fica com carga positiva e é chamado de cátion. Por outro lado, se ele ganhar um ou mais elétrons, ele fica com carga negativa e é chamado de ânion.
Por exemplo, após ser expulsa do núcleo atômico, a partícula alfa (24α) colide com as moléculas de gás oxigênio (O2) e captura dois elétrons, transformando-se em um átomo de hélio. Visto que o O2 perdeu dois, ele se ionizou, gerando o íon O2+2.

24α + O2 → 24He + O2+2

Visto que a partícula alfa possui a massa maior em relação às outras emissões radioativas, o seu poder de ionização é maior, ou seja, ela arranca os elétrons dos gases com maior facilidade e consegue formar um número maior de íons por cm3 na sua trajetória do que as outras emissões.
O poder de ionização das partículas beta é médio, porque a sua carga elétrica é menor que a das partículas alfa.
Já a radiação gama é a que possui o menor poder de ionização entre as três, porque essa capacidade depende quase que exclusivamente da carga elétrica e ela não possui carga, então, praticamente, não forma íons.
 
Poder de penetração
Raios gama (γ)
Os Raios gama não são tão energéticos, mas são extremamente penetrantes, podendo atravessar o corpo humano, são detidos somente por uma parede grossa de concreto ou por algum tipo de metal. Por estas características esta radiação é nociva à saúde humana, ela pode causar má formação nas células.
As radiações alfa, beta e gama são perigosas, mas quando são devidamente empregadas podem ser úteis em diversas áreas de trabalho: na saúde é usada no tratamento de tumores cancerígenos, na indústria a radioatividade é utilizada para obter energia nuclear e na ciência tem a finalidade de promover o estudo da organização atômica e molecular de outros elementos.Observando o poder de penetração dos raios alfa, beta e gama em diversos materiais pode-se concluir o seguinte:
Os raios gama atravessam todas as barreiras que os raios alfa e beta não conseguem atravessar, e só são contidos por uma parede de concreto, inclusive conseguem penetrar até mesmo uma placa de chumbo.


Aplicações da radioactividade
A radioatividade é um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos chamados radioativos são capazes de emitir radiações. As radiações emitidas pelas substâncias radioativas são: partículas alfa, partículas beta e raios gama. Apesar dos efeitos nocivos à saúde, a radioatividade está presente em muitas áreas. Muitas pessoas fazem a associação da radioatividade com apenas coisas negativas como bombas atômicas ou armas nucleares, mas a energia nuclear é mais do que isso. Conheça algumas aplicações benéficas da radioatividade:

Medicina 
Vários isótopos radioativos são usados na medicina. Um exemplo é quando vamos fazer uma cintilografia com o intuito de verificar as condições de nossos órgãos internos, e introduzimos no organismo uma pequena quantidade de material radioativo. Os isótopos que apresentam essa característica são denominados radiotraçadores, eles possuem a proprieadade de se acumularem em um determinado órgão. Assim, o radiologista poderá determinar o nível e a localização das radiações emitidas pelos isótopos após o paciente receber uma dose de material radioativo. As radiações beta (β) ou gama (γ) incidem sobre filmes fotográficos, e refletem imagens do órgão que se pretende estudar.
 
Agricultura e alimentação 
Muitos alimentos frescos (carnes, peixes, mariscos, etc.), não podem passar por métodos convencionais de eliminação de bactérias como a pausterização térmica. Sendo assim, para impedir o crescimento de agentes produtores da deterioração, esses alimentos são submetidos a radiações que destroem fungos e bactérias. 

Reactor nuclear
Um reator nuclear (AO 1945: reactor nuclear) é uma câmara de resfriamento hermética, blindada contra a radiação, onde é controlada uma reação nuclear para a obtenção de energia, produção de materiais fissionáveis como o plutônio para armamentos nucleares, radioisótopos para a medicina nuclear, propulsão de navios, submarinos e satélites artificiais ou para pesquisas.

Uma central nuclear pode conter vários reatores. Atualmente apenas os reatores nucleares de fissão são empregados para a produção de energia comercial, porém os reatores nucleares de fusão estão sendo empregados em fase experimental.

De uma forma simples, as primeiras versões de reator nuclear produzem calor dividindo átomos, diferentemente das estações de energia convencionais, que produzem calor queimando combustível. O calor serve para produzir vapor de água, que irá fazer funcionar turbinas a vapor para gerar electricidade. Um reator produz grandes quantidades de calor e intensas correntes de radiação neutrónica e gama. Ambas são mortais para todas as formas de vida mesmo em quantidades pequenas, causando doenças, leucemia e, por fim, a morte. O reactor deve estar rodeado de um espesso escudo de cimento e aço, para evitar fugas prejudiciais de radiação. As matérias radioactivas são manejadas por controle remoto e armazenadas em contentores de chumbo, um excelente escudo contra a radiação. Segundo relatórios da IAEA, em 2014 existiam 435 reatores nucleares em operação em 31 países ao redor do globo.

Bomba atómica
A bomba atômica, ou bomba nuclear, é uma arma de explosão com um grande poder de destruição, em virtude da grande quantidade de energia que ela libera. Essa bomba funciona por meio do processo de reação nuclear de fissão dos átomos, que possibilita uma grande liberação de energia a partir de uma pequena quantidade de matéria.

Como funciona uma bomba atômica?
O funcionamento das bombas nucleares é semelhante, diferenciando-se apenas pelo elemento utilizado na composição. Os principais elementos que compõem as bombas são urânio-235 e plutônio-239. A bomba nuclear funciona pelo princípio da fissão nuclear, que é a divisão de um átomo instável pelo bombardeamento de partículas, como um nêutron. Isso gera uma reação em cadeia que vai provocando a fissão nuclear dos outros átomos presentes.

Bomba de urânio
Um dos elementos usados na construção de bombas atômicas é o urânio, mas não é qualquer isótopo de urânio que pode ser utilizado – apenas o U-235 é considerado instável suficiente para esse fim. A seguir, está representada a reação de fissão de um átomo de urânio-235:

n + 235U92 → 91Kr36 + 142Ba56 + 3n + energia

Note que cada átomo de urânio que sofre desintegração libera outros três nêutrons, que, na bomba atômica, são utilizados para partir outros três núcleos, gerando a reação em cadeia e liberando uma grande quantidade de energia, como é mostrado na imagem a seguir:
 
A reação em cadeia provocada pela fissão nuclear do urânio é usada como princípio das bombas atômicas.

Poder de destruição das bombas atômicas

O poder de destruição de bombas nucleares é medido em quiloton ou em megaton, unidades relacionadas com o poder de destruição de dinamites (TNT). O quiloton equivale à explosão de 1000 toneladas de dinamite, e o megaton corresponde a 1.000.000 (1 milhão) de toneladas de TNT.

Para efeito de comparação, a bomba atômica lançada em Hiroshima (conhecida como Little boy) possuía um poder de destruição equivalente a 16 mil toneladas de TNT, ou seja, 16 quilotons, e a bomba lançada em Nagasaki (a Fat man), em torno de 20 mil quilotons. Apesar dos danos causados, as bombas nucleares usadas na Segunda Guerra Mundial não estão entre as mais poderosas já feitas no mundo.
Para se ter ideia, a bomba com maior capacidade de destruição que se tem relato na história, a Tsar Bomb, possuía um poder destrutivo de 50 megatons. 
Conclusão 

Podemos concluir que a Radioactividade é a propriedade que alguns átomos , que emitirem espontaneamente energia na forma de partícula e onda , tornando se elementos químicos mais estáveis e mais leves 

A radioactividade é maléfica ao ser humano pois destrói células boas , tecidos e afetam sistemas , embora seja muito utilizado em tratamentos contra câncer , a radioterapia 

Podemos concluir também que a energia nuclear requer experiência e conhecimento das consequências do uso dessa forma de energia, investimento em segurança e consciência por parte dos governantes, pois , se armar com armas nucleares é cometer suicídio. Além de muitos considerarem uma fonte limpa de energia , ela gera resíduos quão mais perigosos do que os tradicionais combustíveis fósseis , por não se enquadrar com uma fonte limpa , porque causa alteração prejudicial no meio ambiente 
A bomba atômica tem um poder incrível de destruir até uma cidade inteira.

 
Referências bibliográficas

Imagens e apontamentos:
  1. http:// www.semnegativa.blogspot.com
  2. http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/radioatividade.pdf
  3. http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01001/radio.pdf
  4. http://veja.abril.com.br/noticia/saude/os-efeitos-da-radioatividade-no-corpo-humano

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Roma: Localização geográfica e povoamento

Roma: Localização geográfica e povoamento
Roma, localiza-se no Continente Europeu, na Península Itálica, junto ao rio Tibre. A Península, é banhada pelo mar Mediterrâneo (entre os Mares Adriático e Tirreno).

Condições naturais
A região, possui óptimas condições para a fixação humana, terras férteis para a agricultura, clima ameno, com colinas defensivas, um curso de água (rio Tibre) navegável e a sua proximidade ao mar.

Povoamento
A península itálica, ficou habitada pelos povos indo-europeus: os Etruscos, Gregos, Latinos, cartagineses, Úmbrios, Sabinos, Semitas, etc.
Nos meados do século VIII a.n.e. (ano 753 a.n.e), os Latinos fundaram a Cidade de Roma. No século VI a.n.e, os Etruscos, conquistaram e apoderaram-se de Roma e no século V a.n.e, iniciaram o processo de expansão, tendo conquistado toda a Península Itálica, as colónias gregas do Sul, a Ilha de Sicília, o Norte de África, Sul da Europa, Península Balcânica, Ásia Menor e Médio Oriente, na Europa Central e Ocidental.
No século I a.n.e, Roma era a capital de um vasto império, que se formou ao redor do Mar mediterrâneo, o “lago romano”. Esta Cidade, deu origem a uma das mais importantes civilizações da Antiguidade clássica, a Romana.
Origem e características da escravatura em Roma
Os escravos, eram a riqueza romana, porque contribuíam para o crescimento económico do Império Romano, assegurando a maior parte das actividades económicas. 
Era em Delos e em Cápua que se comercializava escravos, vindos inicialmente da Ásia e de África. A maioria dos escravos era prisioneira de guerra, também, eram escravos:

  1. As crianças abandonadas que pertenceriam a quem as recolhessem;
  2. A venda do filho pelo pai;
  3. A venda da própria pessoa para pagar dívidas;
  4. A venda de peregrinos capturados;
  5. A venda de vassalos por alguns dos reis do oriente e;
  6. Ser filho de uma escrava.
Os escravos recebiam tratamentos desumanos e eram utilizados em vários serviços, como o trabalho nas minas, nas obras públicas e nas oficinas.
Os donos possuíam sobre eles, todos os direitos, os de vida e morte. Não lhes era permitido ter nome, participar na vida política, possuir bens da sua propriedade ou casar-se.
Tipos de escravos
- Os escravos letrados, os gregos, trabalhavam para os aristocratas como pedagogos e criados domésticos e cozinheiros.

- Os escravos agrícolas ou rurais, trabalhavam-nas propriedades dos senhores e;
- Os escravos gladiadores, lutadores que divertiam ricos e pobres em espectáculos públicos.
No fim das conquistas militares, os escravos tentaram revoltar-se varias vezes. Uma das maiores e popular revolta, foi a organizada por Spartacus (73 a.n.e). Este escravo foi vendido a uma escola de gladiadores e meses depois usou as suas técnicas para lutar pela liberdade dos escravos. Esta revolta estendeu-se por toda a Península Itálica e fracassou, mas forçou aos senhores dos escravos a fazer algumas reformas e mesmo libertar alguns escravos.
A libertação de um escravo fazia-se através da alforria, concedida pelo proprietário ou comprada pelo próprio escravo. Quando um escravo adquirisse a liberdade, tornava-se um liberto e subia um estrato na hierarquia social.

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Os reinos Afro-Islâmicos, o sultunato de Angonche e o Xeicado de Sancul e Quitangonha

1- Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de História e tem como tema: Os estados afro-islâmicos do Costa. Falar-se-á sobre o sultanato de Angoche, de Quitagonha e o Sancul.
De salientar que Um dos resultados entre os mercadores árabes e população moçambicana foi exactamente a islamização progressiva dessas comunidades, principalmente no litoral onde surgiram, como consequência, núcleos linguísticos como:  Mwani, Nahara e Koti  e adopção por estes, de modelo de organização social e politico arabizados. Em resultado disso, estruturaram-se unidades políticas moçambicanas como Xeicados e Sultanatos.
A origem do sultanato de Angoxe está ligada à fixação em Angoxe de refugiados de Quiloa já estabelecidos em Quelimane e Ilha de Moçambique. O primeiro Sultão provavelmente tenha sido Xosa, filho de tal Hassani que viera em Angoxe, por ter constatado que Angoxe reunia condições para o comércio. Com efeito, Angoxe ganhou importância crescente quando a capital de estado mwenemutapa mudou para próximo de Zambeze e na abertura das rotas comerciais seguindo os ris Mazoe e Luanga.


1.1- Os Reinos Afro-Islâmicos
Um dos resultados dos contractos entre mercadores árabes e populações moçambicanas foi a islamização progressiva destas comunidades, principalmente no litoral onde surgiram como consequência núcleos linguísticos como os Mwani, nharra e Koti e a adopção por estas modelos de organização social e politico arabizados. Em resultado disso estruturam-se comunidades políticas moçambicanas como os Xeicados e Sultanatos.
Os Reinos Afro-Islâmicos são resultado da chegada dos Árabes a Moçambique no século IX, provenientes do Golfo pérsico e instalando-se progressivamente na costa moçambicana, concretamente na Ilha de Moçambique e em Quelimane, numa primeira fase, e mais tarde, no Vale de Zambeze e no Planalto do Zimbabwe, no século XIII.
Numa primeira fase os Reinos Afro-Islâmicos dedicavam-se ao comércio do ouro, marfim e peles de leopardo. A partir do século XVIII, quando a procura dos escravos ultrapassou o comércio do marfim, os Reinos Afro-Islâmicos especializaram-se neste comércio. No século XIX, quando medidas abolicionistas foram decretadas por Portugal, em 1836 e em 1842, estes reinos continuaram a praticar a escravatura, assegurando o comércio clandestino de escravos para Zanzibar, Ilhas Francesas do Oceano Indico e Golfo Pérsico.

1.2- Relações entre os Reinos Afro-Islâmicos e Portugal
Analisando a relação destes com os Portugueses, repete-se o que se passava com os Estados Militares: Portugal procurou aliciar os sultões e xeiques, dando-lhes cargos administrativos -militares como os de Capitão-mar. Agindo assim, garantia, pelo menos teoricamente, que os Sultanatos e Xeicados se subordinassem à administração portuguesa. Na prática, esta subordinação era feitiça, pois existia enquanto os portugueses não interferissem contra os seus interesses.

Os Reinos Afro-Islâmicos continuaram autónomos porque os portugueses não possuíam recursos humanos, financeiros e militares para os conseguir dominar, embora quisessem convencer o mundo de que efectivamente ocupavam Moçambique.


1.3- Aspectos comuns dos Reinos Afro-Islâmicos
Os Reinos Afro-Islâmicos da costa tinham muitos aspectos em comum, a saber:
Praticavam o comércio de escravos;
Tornaram-se muito importantes na região da Makuana;
Praticavam a religião islâmica;
Teoricamente encontravam-se subordinados aos portugueses, mas, na prática a, eram autónomos.

Entre eles destacam-se:
O Sultanato de Angoche e Sultanato de Moma;
O Xeicado de Sancul; o Xeicado de Quitangonha; o Xeicado de Sangage e Xeicado de Tungue.

2- O Sultanato da Angoche
2.1- Origem
Segundo Melto Machado, citado por Souto (1996:99), a História de Angoche pode dividir-se em três períodos:

Período do domínio nativo, anterior à chegada dos muçulmanos;
Período do domínio muçulmano que começa com a chegada dos árabes à costa de Moçambique e se estende ate à conquista e Angoche, em 1861, por João Bonifácio, chefe do estado militar de Maganja da Costa;
Período do domínio português, que começa com as campanhas de pacificacao e se estendem ate à derrota final de Angoche, no inicio do século XX.

Segundo a tradição “xiraz”, Quelimane e Ilha de Moçambique teriam sido fundados por refugiados de Quiloa (Mussa e Hassani), antes da chegada dos portugueses que fixaram respectivamente na Ilha de Moçambique e Quelimane.
Hassani morre durante a viagem e Mussa em visita ao túmulo de Hassane, reconheceu as potencialidades de Angoche (em termos de condicoes sócio-economicas e comercias do que Quelimane) como ponto estratégico do tráfico de escravos, por isso instalou Xisa, filho de Hassani como o primeiro sultão de Angoche.


2-2- Base Económica
Durante longos anos havia sido Sofala o entreposto que controlava todo o comércio com interior. Porem, com a fixação portuguesa neste ponto em 1505, esta perdeu a sua importância. Os Arabes Swahilli, em defesa do monopólio comercial de há anos, desviaram a rota do ouro com términos em Angoche donde continuaram a comerciar. Isto significa que Angoche adquiriu o lugar de entreposto comercial do ouro proveniente do Mwenemutapa.
O declínio do comércio em Sofala, em 1511, os portugueses atacaram sem sucesso Angoche, tendo prendido o Sultão e minar a influência, mesmo assim, os sultanatos mantiveram a sua hegemonia comercializando com Melinde, Mombaca, Quiloa e outras regiões, evitando o patrulhamento português.
Portanto, no século XIX, a principal actividade económica era o comércio de escravos, praticando-se em menor escala o comércio de marfim e do ouro. Angoche transformou-se num importante entreposto comercial quando a capita dos estados dos Mwenemutapa mudou para próximo do rio Zambeze e a abertura de rotas comerciais seguindo os rios Mazoe e Luenha.
Com o comércio de escravo o sultanato de Anoche recupera a sua importância transformando-se num grande centro exportador de escravos para Zanzibar, Comores e Ilha de Moçambique fugindo mesmo ao patrulhamento naval luso-britânico.

2.3- Organização política e social
A sociedade de Angoche era fundamentalmente patrilinear. Os filhos de Xosa e sua esposa macua Mwana Moapeta deram origem a quatro linhagens angocheanas: Inhanandare, Inhamilala, Mbilinzi e Inhaitide que recebiam colectivamente a designação de Inhapaco, clã matrilinear de Mwana Moapeta.

A linhagem dominante era inicialmente, a do Inhananare. Durante três gerações a sucessão do Sultanato seguiu o modelo patrilinear. A situação mudou quando sucção morreu sem deixar filhos varões.
Sucedeu-lhe a sua irmã Milidi casada com a linhagem Inhamilala. E por morte da sultana sem filhos descendentes, conduziu à guerra civil de sucessão que culminou com a evolução da linhagem Inhanandare de Angoche na segunda metade do século XVI e retantes linhagens patrilineares partilharam entre si os cargos.
Estes acontecimentos provocaram o declínio do comércio e enfraquecimento do poder politica de Angoche e facilitaram a dominação portuguesa que em fins do século VXI já dominavam a região.
O renascimento da hegemonia do sultão data do século XIX, período do incremento do tráfico de escravos destinados à Ilha de Moçambique, America, Comores e Zanzibar.
Em 1849 Hassan Issufo da linhagem Inhamilala usurpou o poder com o apoio dos portugueses e Mussa Mohamed Sahib conhecido por Mussa quanto tornou-se o comandante militar do Sultanato.
Em 1854 entrou em conflitos com Bonifacio da Silva (Mˋpasso) rei do Estado Militar da Maganja da Costa, que ambicionava Angoche. Este com o apoio dos portugueses, atacaram Angoche em 1861 e Mussa quanto foi obrigado a refugiar-se em Madagáscar onde se tornou sultão.
A partir de 1862, com o apoio da Magascar, Ilhas Mascarenhas e dos traficantes da Ilha de Moçambique, Mussa iniciou a reconquista de Angoche numa luta com carácter de “Jihade” (guerra santa) que duros 15 anos. Este começou por atacar os aliados dos portugueses (sangage, Sancul, Imbamela) e reinstala-se no poder em finais da 1864 ate 1877, altura da sua morte.


2.4- Aparato ideológico
A religião dominante era o Islao, que os angocheanos souberam utilizar para manter unida e coesa a sociedade de Angoche.

2.5- Decadência
São várias as causas que, associadas, explicam a decadência deste Sultanato:

Enfraquecimento político ocasionado pela morte do sultão, que não deixou um sucessor masculino;
As rivalidades internas e as lutas entre linhagens;
O declínio de comércio de escravos;
As campanhas de ocupação e de conquista levadas a cabo pelos portugueses a partir de 1885. Nestas campanhas, destacaram-se os sultões Ibrahimo, Farelay e Mussa Quanto, que ofereceram uma tenaz resistência à presença portuguesa. So em 1910 é que Angoche foi dominada pelos portugueses, face à política de pacificação.

3- Xeicado de Sancul
3.1- Origem
Foi formado no século XVI por imigrantes da ilha de Moçambique. A sua localização goza de uma favorável posição geográfica, entre Luambo e o Mogiccual (na Bia deMocambo), com números braços de mar de fácil acesso, permitindo-lhe grande intercâmbio comercial com o exterior.

Base económica: a principal actividade económica era o comércio de escravos.
Organização política e social: no Xeicado de Sancul, a sucessão do poder fazia-se por alternância de linhagens, para evitar conflitos entre estas. Tal situação trouxe uma certa estabilidade ao Xeicado, pelo menos ate ao século XIX.

Aparato ideológico: a religião dominante era o Islamismo.


3.2- Decadência
O Xeicado de Sancul manteve uma certa lealdade à coroa portuguesa, pelo menos ate 1753, altura em que o Xeique de Sancul é assassinado por um comandante português porque albergava escravos foragidos dos portugueses o que contrariava os interesses dos portugueses. A partir de então as relacoes entre os portugueses e Xeiques sucessores romperam-se, o que terá contribuído para a decadência do Xeicado no fim do século XIX e no princípio do século XX.
No século XIX, dirigentes de Sancul traficavam escravos e toda a tentativa de impedir o tráfico de escravos foi infrutífera pois os benefícios se estendem aos governantes portugueses, facto que conduziu aos conflitos entre os intervenientes.
A partir de 1877 verificaram-se mudanças movidas pelos conflitos que culminaram com a captura, em 1880 de Makusi Omar, capitão-mor de Sancul. Em substituicao de Omar, os portugueses nomearam Molid Vulai, em 1886, demonstrando a sua incapacidade de controlar o poder, os traficantes e de transformar Sancul num posto administrativo militar do capitão-mor.
A partir de 1885, Portugal levou a cabo campanhas de conquista e ocupação, em cumprimento das decisões da Conferencia de Berlim (ocupação efectiva), encontrando uma forte resistência dirigida por Suali Bin Ibrahimo, também chamado Marave, mas este foi obrigado a seguir a política moderada a partir de 1988.

4- Xeicado de Quitangonha
4.1- Origem
Tal como Sancul, este Xeicado foi formado no século XVI (1515 – 1585), por imigrantes da Ilha de Moçambique situava-se na Península de Matgibane, a norte da Ilha. Estes aliaram-se aos portugueses nos séculos XVI e XVIII o que contribuiu para a sua manutenção no tráfico marítimo.

A aliança ficou ameada a partir de 1755 coma chegada dos franceses em busca de escravos para as suas plantações. Com os lucros auferidos com os franceses, os dirigentes Xeicado impuseram-se a todas imposições dos portugueses.

Os objectivos dos dirigentes de Quitangonha eram o monopólio do trafico em toda a zona entre Nacala ate Conduzia entrando em choque com os restantes traficantes. O Xeique manteve sua hegemonia ate ao século XIX e independente dos portugueses, mantinham relações com as Ilhas Comores – 1831.
Mesmo com os decretos de 1836 e 1842, os Xeique decorreu entre 1903 – 1904 período da “ocupação electiva” portuguesa, tendo o Xeique Muhmud e suas forcas atacado Mossuril. Primeiro Xeique: Amade Abdulah, morto em 1884 (filho).


4.2- Base económica
A principal actividade económica era o comércio de escravos. A aristocracia de Quitangonha monopolizava toda actividade esclavagista na zona compreendida entre a Baia de Nacala e a de Conduzia, estendendo-se ate ao interior macua. Mantinha relações comerciais com Comores, Zanzibar e Madagáscar.

4-3- Organização política e social
A sociedade de Quitangonha era essencialmente matrilinear e a sucessão era hereditária.

Aparato ideológico

A religião dominante era o Islamismo, que garantia a unidade a coesão desta sociedade.

4-4- Decadência
Tal como os restantes reinos atrás referidos, Quitangonha mantinha relações amistosas com autoridades portuguesas, desde que estas não interferissem na sua estruturas económicas, política e ideológica. Quando foram impostos na região os decretos anti-esclavagistas de 1836 e 1842, os portugueses passaram a ser hostilizados pelas aristocracias de Quitangonha.

Quitangonha manteve a sua autonomia e resistiu à dominação portuguesa ate ao século XX. Nesta resistência destacou-se Muhamud Amade, que se opôs à penetração portuguesa.

5- Xeicado de Sangage
5.1- Origem
Desde a sua formação esteve ligado ou dependente do Sultanato de Angoche, estabeleceu a sua autonomia no primeiro quartel do século XIX na base de aliança com a administração portuguesa, com os dirigentes de Sancul e com comerciantes baneanes da Ilha de Moçambique provocando hostilidade entre Angoche e os portugueses.

5.2- Base económica
A principal actividade económica era o comércio de escravos. Graças ao apoio português contra os seus vizinhos de Sancul e Angoche, Sangage possuía uma certa independência e prosperidade no comércio de escravos.

5.2- Organização política e social
A sucessão dos Xeiques de Sangage era definida por via matrilinear, o que garantiu o estabelecimento de fortes laços económicos e de parentesco entre um número reduzido de famílias do Xeicado.
Aparato ideológico: a religião dominante era o Islamismo, que garantia a unidade e a coesão desta sociedade.

5.3- Decadência
No prosseguimento da sua campanha de conquista e ocupação, na primeira década do século XX, as terras do Xeicado foram ocupadas por portugueses e transformadas num regulado.
Em 1912 deu-se a ultima batalha dirigida por Xeique Mussa Phiri contra os portugueses, mas com o avanço da ocupacao colonial Mussa aliou-se a estes passando a cobrar tributos e participando na campanha colonial contra Farelah. Com a prisão dum dos seus sobrinhos, Mussa Phiri mais tarde mobilizou os seus homens e com o apoio dos chefes macuas de Mongucual e Mogovolas atacou sem sucesso aos portugueses. Mussa morreu no exílio no Timor e a região foi transformado num regulado português.


6- Conclusão
Chegado ao fim da pesquisa percebesse que, a partir do século X, os mercadores árabes que demandavam as costas de “Sofala” foram difundindo o islão entre as populações costeiras, mas foi apenas após a instalação em Zanzibar dum xeicado dependente do sultanato de Oman, no século XVII, que começaram a organizar-se pequenos estados de organização islâmica.
Na província de Nampula, no norte de Moçambique, formaram-se o “Xeicado de Quitangonha”, “Reino de Sancul”, “Xeicado de Sangage” e “Sultanato de Angoche”.
No período do tráfico de escravos estes reinos islamizados tomaram-se influentes na costa de Moçambique assegurando esse comércio, mesmo depois da sua abolição oficial. Entre eles destacamos: o Sultanato de Angoxe, o Xeicado de Sancul, Quitangonha e o Xeicado de Sangage.

Bibliografia
  • NHAPULO, Telesfero. História de 12ª Classe. Maputo plural editora, 2015.
 

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