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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

O sultanato de Angoche


Introdução 
No presente tópico abordar-se-á sobre o sultanato de Angoche, que se fez entre os anos 1842 e 1910.
Portugal deixou seu parecer sobre o comércio de escravo em África, neste casa eles proibiam o comércio de escravos, de acordo com o tratado entre Portugal e Inglaterra no de 1942. E em 1910 o sultanato de Angoche foi ocupado por Portugal.
No seio do mesmo, falar-se-á dos principais factores desencadeadores da resistência organizada pelo sultanato de Angoche, e das formas de mobilização, da organização da resistência dos diferentes grupos étnicos existentes nessa região enquanto era liderada pelo sultão Fareay, e muito mais aspectos inerentes ao tema. 

Angoche
Angoche é um distrito da província de Nampula, em Moçambique, com sede na cidade de Angoche. Tem limite, a norte com o distrito de Mongicoal, a noroeste com o distrito de Mogovolas, a sudeste com o distrito de Moma e a este com o oceano índico. 

Os Estados afro-islâmicos da Costa
A partir do século XII, começaram a aparecer os povoamentos comerciais islâmicos na costa oriental africana, com destaque para quatro importantes:
  • Angoche
  • Sancul, na baía Mokambo, mesmo a sul da Ilha de Moçambique, entre Lumbo e Mongincual;
  • Sangaje, no rio Metomode;
  • Quitangonha, que Ocupava toda área da península de Matibane e o Norte da Ilha de Moçambique.

Com a presença Portuguesa na baía de Sofala iniciou-se uma nova era que se caracterizou pelo permanente Confronto entre estes estados e os portugueses. A relação entre estes dois povos não foi linear nem idêntica em todos os Xeicados e sultanatos. Aparentemente, os Xeicados e sultanatos da costa estavam subordinados à administração portuguesa, mas, na prática, a situação não era essa. A subordinação existia e parecia ser do foro comercial quando as autoridades portuguesas não se envolviam em questões de soberania dos mesmos.

Xeicado
É um sistema de governo dirigido por um xeque, chefe de tribo árabe.

Sultanato
Sistema de governo dirigido por um sultão, título dado a certos príncipes maometanos, senhores poderosos e despóticos.

O sultanato de Angoche
Formação
Quelimane e a Ilha de Moçambique foram fundados, segundo a tradição xiraz”, pelos refugiados de Quíloa, muito antes da chegada dos portugueses.
Os seus chefes expedicionários, conhecidos por Mussa e Hassani, fixaram-se, respectivamente, na Ilha de Moçambique e em Quelimane. Mussa reconheceu mais tarde que Angoche reunia melhores condições e instalou lá o herdeiro de Hassani (que entre tanto morrera), dando origem ao sultanato de Angoche. Xosa foi então o primeiro sultão de Angoche.

Base económica
Este Estado teve muita importância nas relações comerciais com o Império dos Mwenemutapa no século XVI. Mas, em 1511, os portugueses atacaram Angoche, incendiando a povoação, o que causou o declínio nas trocas comerciais entre Sofala e os Mutapa.
Nos anos que se seguiram, os portugueses tentaram sem sucesso bloquear as rotas comerciais do interior. A partir de Angoche, os afro-islâmicos Continuaram a comerciar com Melinde, Mombaça, Quíloa e outras regiões, sempre fugindo ao controlo e ao patrulhamento naval imposto pelos portugueses.
No século XIX, com o incremento do tráfico de escravos, o sultanato viveu momentos de grande prospericlacte. Em meados do século, o sultanato de Angoche havia-se tornado num grande centro de exportação de escravos, cujo destino dos mesmos era não só Zanzibar, Comores e a Ilha de Moçambique, mas também os merca dos europeus e americanos.

Estrutura social e aparato ideológico
A linhagem dominante foi a de Inhanandare, filho de Xosa. Os seus filhos deram origem às linhagens que compuseram o clã matrilinear de Mwana Moapeta. Nas 3 primeiras gerações, seguiu-se a sucessão patrilinear. Só quando o 4.° sultão não teve descendentes varões, assumiu o cargo uma mulher, a sua irmã casada com lnhamilala. Sabe-se, contudo, que a sua administração tinha vários cargos e a complexidade ligada sobretudo ao comércio de marfim e escravos assim o exigia.
A fé islâmica era dominante neste sultanato e conferia ao sultão propriedades teológicas importantes.

Decadência
Este Estado, para além de conflitos com os portugueses, também entrou em conflito com alguns chefes de Estados Militares do Zambeze. Q afro-português João Bonifácio Alves da Silva, devido às ambições imperiais que passavam pelo controlo do comércio negreiro e do Estado de Angoche, envolveu-se em grandes disputas com o sultão de Angoche.
Os Portugueses só conseguiram dominar totalmente Angoche e outros estados da região em 1910, no período de ocupação portuguesa.
Face à política portuguesa de “ocupação efectiva’ iniciada por Mouzinho de Albuquerque [naquilo que foi conhecido como “campanhas de pacificação “], a qual punha em causa as actividades esclavagistas com base em Angoche, organizou-se uma coligação de escravocratas que atacou os portugueses em Outubro de 1896.
História de Moçambique, vol. I, p. 117
Conclusão 
Terminado trabalho pudemos concluir que durante muitos anos havia sido Sofala o entreposto que controlava todo comércio com o interior, com a fixação portuguesa neste ponto em 1505, esta perdeu a sua importância. O declínio do comércio em Sofala, em 1511, os portugueses atacaram sem sucesso Angoche, tendo prendido o Sultão e minar a influência, mesmo assim, os sultanatos mantiveram a sua hegemonia comercializando com Melinde, Mombaca, Quiola e outras regiões, evitando o patrulhamento português. 
Percebemos também que com o comércio de escravo o sultanato de Angoche recupera a sua importância transformando-se num grande centro exportador de escravos para Zanzibar, Camores e Ilha de Moçambique fugindo mesmo ao patrulhamento naval Luso-Britânico.

Bibliografia 
  • AIRES DE ORNELAS As operações em Moçambique Outubro de 1896-abril de 1897.
  • Revista do E,érclto e cia Armada, v.9. n. 52, Lisboa, 1897. Reproduzido em Aires de Orr-ielas Colectiea das suas princjpais obras militares e coloniais. Lisboa. Divisão de Publicações e B bliotecas, 1934.
  • AMORIM. Pedro F. Massano de felatcw-io sobre a ocupação de Angoche operações de campanha e mais serviços realizados (Lourenço Marques): Imprensa Nacional,1911.
  • www.semnegativa.blogspot.com 

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