Formação do Feudalismo
Introdução
A sociedade feudal é aquela que se formou durante o feudalismo na Idade Média europeia. Tem como origem, portanto, a mistura de elementos do Império Romano e dos povos germânicos invasores. Esta sociedade tinha como ponto principal de organização o feudo (principal unidade de produção e organização territorial da Idade Média). Por outro lado, nas abordagens teóricas sobre a concepção da origem Estado, descrevem-se os primeiros estados moçambicanos por exemplo, a penetração mercantil estrangeira, onde tange-se os estados de Zimbabwe, Nwenemutapa, Marave, que colidem com o ciclo do ouro, do marfim e dos escravos.
Formação do Feudalismo
O feudalismo começou a se formar na Europa a partir do século V com a invasão dos povos germânicos no Império Romano. A formação do feudalismo foi favorecida por várias condições presentes no continente europeu. (BLOCH, 1982)
Entre estas principais condições, podemos citar:
- Desagregação política, económica e social do Império Romano do Ocidente com a invasão dos povos germânicos;
- Criação de vários reinos germânicos (francos, visigodos, burgúndios, anglo-saxões);
- Êxodo urbano: com as invasões e a insegurança, muitas pessoas saíram das cidades e foram morar no interior;
- Enfraquecimento do comércio
- Diminuição das actividades económicas, sociais e culturais realizadas nas cidades.
Características da Sociedade feudal, segundo (BLOCH, 1982)
- A sociedade feudal era hierarquizada e estamental. Hierarquizada, pois era muito difícil para uma pessoa passar de uma posição social para outra. Estamental, pois cada pessoa assumia um papel muito bem definido na sociedade, geralmente de acordo com o grupo em que nasceu.
- Este modelo de organização social durante o feudalismo recebeu total defesa da Igreja. Esta defendia a ideia de que Deus definia a condição em que a pessoa veio ao mundo, cabendo a esta se manter naquele nível social sem questionar.
- A posição e o status social de uma pessoa eram determinados pelo nascimento e pela posse de propriedades, principalmente terras.
- Havia uma grande disparidade de renda entre a camada dos mais ricos (senhores feudais e nobres) e os mais pobres (servos camponeses). Portanto, a sociedade feudal era marcada por forte desigualdade social.
Ordens sociais (camadas da sociedade) e suas funções:
Clero
Esta ordem social era composta pelos integrantes da Igreja Católica (padres, bispos, monges, abades e papa). Cabia ao clero, na sociedade feudal, cuidar da vida espiritual de toda sociedade. Embora a função desta ordem fosse rezar, exercia influência política, moral e psicológica na sociedade. (BLOCH, 1982)
Nobres (guerreiros)
Ordem composta por senhores feudais e cavaleiros (guerreiros). A função dos integrantes desta ordem era garantir a protecção da sociedade, utilizando de recursos militares. Concentravam poder em função da propriedade de terras, além de exercer o controle da justiça (no caso dos senhores feudais). Moravam em castelos, com suas famílias, que eram verdadeiras fortalezas militares. (BLOCH, 1982)
Camponeses (servos)
Estavam presos às terras dos senhores feudais, através de obrigações em forma de prestações de serviços e de pagamentos de impostos e taxas. Compunham a grande maioria da população feudal. Dificilmente um servo tinha condição de sair de sua condição de vida. Eram os que trabalhavam de fato, para sustentar as outras duas ordens, pois os integrantes do clero e os nobres não pagavam impostos. (BLOCH, 1982)
A formação dos Primeiros Estados
O surgimento da diferenciação social
Afirma NHAPULO (2013), que o estado pode ser visto como um órgão especial que surgiu como resultado da revolução estorrica das sociedades. A medida ouve uma diferenciação social, começou a haver um grupo social dominante. O estado nasce como uma máquina da classe dominante, cujo objectivo é garantira manutenção do domínio desta classe sobre a sociedade.
Na comunidade primitiva não existia estado. Todos trabalhavam e o produto final era distribuído de forma de todos os membros da comunidade. Não havia nestas sociedades primitivas diferenciação social e, como tal, não havia qualquer classe dominante como o estado.
Quando as sociedades primitivas se tornarão sedentárias passarão a praticar a agricultura e introduzirão estiramentos de trabalho mas eficaz nos seus ofícios, provocarão um aumento da produção. Uma parte da produção era absorvida pela própria comunidade mas havia excedente.
Muitos chefes locais compensaram a apropriar-se dos excedentes de produção. E usava-nos como moeda de trocas de outros bens. Foi nesta base que começaram a surgir, os primeiros sinais de diferenciação social. Ao terem um bem de troca, o excedente da produção, os chefes locais estavam a diferenciar-se dos demais membros da comunidade.
Assim, para defender os seus interesses, os chefes criaram equipas de pessoas para administrar e organizar a sociedade em seu próprio benefício e o nascimento do estado.
Os homens dividem-se em governados e em especialistas na arte de governar. Estes últimos são os que estão acima da sociedade e se chamam governante, representantes do estado. Estes grupos de pessoas que governam os outros servem se com feculência de estramentos ideológicos coercivos: policia, exercito, tribunais, prisão, religião, impressa, educação, para impor o seu domínio sobre as populações governadas.
TIPO DE ESTADO
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CARACTERÍSTICAS
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Esclavagista
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Modo de produção esclavagista.
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Exploração da mão-de-obra escrava no sector
produtivo sendo estado a principal força produtiva.
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Feudal
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Modo de produção feudal.
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A terra é a base da riqueza sendo a
mão-de-obra explorada e dos servos, principal força produtiva
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Burgues-Capitalista
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Modo de produção capitalista.
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Exploração da mão-de-obra assalariada, sendo
esta a principal força produtiva.
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Socialista
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Modo de produção socialista.
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Centralização da produção, controlo da
população pelo povo através das unidades produtivas sendo o povo principal
força produtiva.
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Democrático
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Modo de produção capitalista.
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Exploração da mão-de-obra assalariada, o
governo e responsável pela gestão coisa pública garantido deste modo a
melhoria das condições básicas do povo; saúde, emprego, educação, etc.
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A origem do estado foi alvo de várias concepções. Aqui apresentam-se as teorias promovidas pelos marxistas, liberais e regimes totalitários:
- A concepção Marxista
Foi um sistema doutrinário promovido pelo economista alemão Karl Marx (1818-1883), segundo o qual é a produção dos bens materiais que condiciona, de modo geral, a vida social, intelectual e política. Para os marxistas o estado e uma organização do poder político numa sociedade de classes. O estado e uma máquina reguladora destinada a manter o domínio de uma classe social sobre a outra. Segundo esta teoria, o estado tem funções do tipo técnico-administrativo e do domínio político. O estado surgi onde, quando e no grau em que as contradições de classe não podem, objectivamente conciliar-se. E vice-versa: a existência do estado demonstra que as contradições de classe são irreconciliáveis.
- A concessão Liberal
Liberalismo foi uma política segundo a qual convém dar aos cidadãos as melhores garantias contra o arbítrio do Governo, onde está garantida a separação dos poderes: executivo, legislativo e judicial. Na política económica, o Estado não é quase que auto-regulada. Para os liberais a missão do estado consiste em eliminar todos obstáculos que se opõem a uma vida agradável. Isto e, a função do estado reduz-se a assegurar a manutenção da ordem estabelecida, em que os interesses individuais e o jogo livre dos mesmos constituem o interesse geral. O liberalismo teve grande expressão na economia. Adam Smith (1776) foi um dos grandes defensores do Estado Liberal.
- A concepção totalitária
Totalitário foi um sistema político que todas as actividades sociais dominadas pelo Estado, sem qualquer forma legal de oposição. Para os totalitários, o Estado é controlado por uma única pessoa e regula todos os aspectos da vida pública e privada dos seus cidadãos.
O estalinismo e o nazismo são exemplos de totalitarismo. Estaline e Hitler (1934) foram os protagonistas de dois Estados totalitários onde a propaganda, o culto do líder, o partido único e o domínio total da economia eram as características dominantes.
Conclusão
Chegado ao fim da abordagem, tem-se como conclusão que o feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e económicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.
Quanto a formação dos primeiros estados, constatamos que nas comunidades primitivas, não existiam estados, porém ao longo do tempo, pelas necessidades de uma administração justa e organizada das produções agrícolas, do comércio, etc. Isto foi acontecendo espontaneamente, na medida em que alguns iam tomando algumas responsabilidades e outros com mais bens materiais. Desde a antiguidade até os dias de hoje existiram vários estados, alguns com características semelhantes e outros, com características mais distintas ainda.
Segundo Max Weber, Estado é responsável pela organização e pelo controlo, pois detém o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal).
Bibliografia
- BLOCH, Marc, A Sociedade Feudal, ed. 70, Lisboa, Editions Albin Michel, Paris, 1982
- NHAPULO, Telésfero de Jesus, História 12ª classe, Plural Editores, Maputo, 2013