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Introdução O presente tópico aborda um tema bastante importante, tema este que diz respeito a sociedade anónima, onde veremos que uma Socied...

Primeira Guerra Mundial


Introdução
No século XIX, viveu-se na Europa várias transformações, tanto a nível industrial assim como a nível comercial, obrigando assim a expansão. Porém esta expansão levou à luta pela posse de novos mercados, conflito entre as potências imperialistas, registros da questão da Alsácia e da Lorena, a corrida aos armamentos, o atentado de Sarajevo a 28 de Junho de 1914. Todos esses aspectos desencadearam a primeira grande guerra mundial. Portanto, este trabalho visa abordar sobre a primeira guerra mundial.

A Primeira Guerra Mundial – (1914-1918)
A guerra que decorreu entre 1914 e 1918 foi o primeiro conflito armado que se desenvolveu a uma escala global nunca antes vista, e daí ter sido designada por Primeira Guerra Mundial ou Grande Guerra. O conflito opôs, de um lado, a Tríplice Entente (Inglaterra, Franca e Império Russo), liderada pela Inglaterra, e, do outro lado, a Tríplice Aliança Império Alemão, Império Austro-húngaro e Itália), liderada pela Alemanha. Após perdas humanas na ordem dos milhões e a destruição de vários países, o conflito terminou com a vitória dos primeiros e impôs ao mundo, e em especial a Europa, uma nova configuração e ordem política.

As causas da Primeira Guerra Mundial

Luta pela posse de novos mercados
No século XIX, o crescimento acelerado da indústria e o desenvolvimento do modo de produção capitalista levaram a uma cada vez maior procura por matérias-primas e a necessidade de encontrar novos mercados para escoar a crescente produção industrial. Isto levou alguns países mais desenvolvidos a procurarem novos territórios – as colónias –, onde pudessem impor o seu domínio militar, político e económico. Á este movimento deu-se o nome de imperialismo. Este movimento porém, fez surgir novas zonas de tensão entre as potências europeias, que entravam em confronto por causa dos novos territórios que pretendiam ocupar, quer em África, quer na Ásia.

Conflito entre as potências imperialistas
Como já vimos, no fim do século XIX as rivalidades e os conflitos entras grandes potências europeias, provocados não só pelo expansionismo territorial, mas, sobretudo crescente luta pelo poder e influência a nível mundial, aproximavam-se do ponto de ruptura, quer na Europa, quer nos territórios coloniais. As tensões acumulavam-se e sucessivos incidentes e conflitos localizados faziam prever o desencadear de um conflito de grande dimensão.
Na Europa, para além da questão dos Balcãs, que deu mesmo origem a duas guerras entre 1912 e 1913 (como vimos anteriormente), registaram-se outros conflitos, como, por exemplo, a disputa entre a Franca e a Alemanha pela posse da Alsácia e Lorena.
No mundo, houve ainda disputas territoriais entre a Franca e a Alemanha no Norte de África; revoltas na China contra os interesses e intervenção europeia na política chinesa; a guerra entre o Império Russo e o Japão, provocada pela oposição japonesa ao crescente interesse e intervenção da Rússia na sua área de influência.
Acirra de tudo, o sistema de alianças político-militares que tinha vindo a ser desenvolvido desde os finais do século XIX fazia prever que, caso ocorresse um conflito entre alguns dos países dos dois blocos, seria muito difícil evitar que estas alianças fossem postas em prática. Se tal acontecesse, seria praticamente impossível evitar um conflito generalizado. Parecia faltar apenas urna pequena «faísca» para que o mundo se incendiasse. E essa faísca viria mesmo a acender-se.

A Questão da Alsácia e da Lorena
Entre 1870 e 1871 teve lugar uma guerra entre a Franca e a Alemanha (na altura chamada Prússia Ocidental). A Franca saiu derrotada, e uma das condições do tratado de paz assinado entre os dois países foi a cedência pela Franca a Alemanha, dos territórios da Alsácia e da Lorena (territórios que já várias vezes tinham sido disputados por ambas as potências). A humilhação sentida pelos Franceses fê-los passarem a olhar para a Alemanha (que se formou pela união da Prússia à Rússia Oriental) como um inimigo permanente.
Por outro lado, o crescimento económico alemão, ocorrido na segunda metade do século XIX e início do século XX, e que acompanhou o momento do nascimento da Alemanha, não fez aumentar a influência alemã nos assuntos mundiais. Isto provocou um certo desequilíbrio entre o poder económico e o poder político nos assuntos europeus. Os Alemães, ansiosos por afirmarem as suas posições, optaram pelo reforço da política de armamento e por uma estratégia de confronto com a Franca., esperando o momento certo para afirmar o seu poderio.

A corrida aos armamentos
Ao mesmo tempo que a Europa se dividia em dois blocos político-militares, assistiu-se a uma corrida ao armamento, ao reforço do crédito para o financiamento militar, ao desenvolvimento da indústria de guerra, ao incremento da legislação militar e ao aumento da duração do serviço militar obrigatório. A situação europeia tornava-se, assim, cada vez mais perigosa.
A unificação alemã após a guerra franco-prussiana (1870-187 1) e a indemnização de guerra paga pelos Franceses permitiu a Alemanha desfrutar de um período de grande prosperidade. Uma das indústrias que mais se desenvolveu nessa altura foi a indústria do armamento, ou seja, a Alemanha preparava-se já para, a qualquer momento, expandir o seu império, quer nas colónias, quer, ate, na própria Europa.
Outros países europeus investiram também no seu rearmamento: em Franca (que esperava uma oportunidade para se vingar da Alemanha), na Inglaterra (que tinha um grande império colonial a defender e, por isso, uma indústria militar naval muito forte), na Rússia (que perdera uma guerra Contra os Japoneses em 1905 e ansiava por alcançar vitorias militares e políticas) e no Império Austro-húngaro (que comprava muito armamento a sua aliada Alemanha, esperando ter de afirmar as suas pretensões nos Balcãs pela força). Esta corrida aos armamentos foi mais um dos factores que viria a contribuir para o eclodir da Primeira Guerra Mundial.

O atentado de Sarajevo a 28 de Junho de 1914
Este acontecimento foi a faísca que faria desencadear o início da guerra. A 28 de Junho de 1914, o príncipe herdeiro do Império Austro-húngaro, o arquiduque Francisco Fernando, visitava Sarajevo, na Bosnia. Este território, habitado maioritariamente por sérvios, manifestava uma major simpatia pelo reino sérvio do que pelo Império Austro-húngaro.
Este atentado foi aproveitado pelas potências da Tríplice Aliança para «ajustar» velhas contas e, numa sequência muito rápida, o conflito generalizou-se, envolvendo a maioria dos países da Europa. E, por isso, considerado como a causa directa do início da Primeira Guerra Mundial.
Existem porém, para além deste acontecimento, três explicações que são apontadas para o eclodir da Primeira Guerra Mundial.
A primeira e segunda explicação apontam a Alemanha como a principal responsável pelo conflito: a primeira, pelas suas pretensões de expansão e reforço bélico; a segunda, denominada risco de cálculo, afirma que a Alemanha convenceu-se de que podia gerir o conflito dos Balcãs, tomando em consideração que o Império Austro-húngaro atacaria os Sérvios e que estes, por sua vez, não teriam qualquer hipótese de obter auxílio da Franca no conflito.
A terceira explicação defende ter existido, na realidade, uma culpa colectiva de todos os envolvidos, baseada na pressão que foi efectuada junto dos dirigentes políticos dos diferentes países pelos movimentos nacionalistas e militaristas. Embora o apoio da Alemanha a Austro-húngara tenha contribuído para o início das hostilidades, as outras potências, visando essencialmente a defesa dos seus interesses, deixaram-se também envolver no conflito.

As frentes fases da guerra

1ª Fase – Guerra de Movimento (Principais Características)
A Alemanha tinha, na altura, urna superioridade militar terrestre (metralhadoras, artilharia pesada e tropas bem treinadas). A Inglaterra era superior em força naval, garantindo a Entente o domínio dos mares.
No início da guerra vivia-se, nalguns países europeus, um clima de euforia. As pessoas acreditavam que a guerra seria breve e a mobilização fez-se em ambiente de festa. No entanto, ela duraria cerca de quatro anos e teria custos pesadíssimos, quer em destruição material, quer, especialmente, em vidas humanas.
Numa primeira fase, a guerra foi essencialmente um conflito terrestre, tendo-se desenrolado em duas grandes frentes: a frente ocidental, que se estendia do mar do Norte ate a fronteira suíça, e a frente oriental, na Rússia.
Esta primeira fase, a qual se deu o nome de guerra de movimento, decorreu durante o ano de 1914, envolvendo os dois blocos compostos pelas principais potências europeias, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. O principal cenário desta fase desenrolou-se no Nordeste da Franca. Segundo o Piano Schlieffen — concebido pela Alemanha, em 1905, para fazer frente a aliança franco-russa — a guerra seria curta e ofensiva para, num período de 4 a 6 semanas, conseguir derrotar os Franceses na frente ocidental e, de imediato, os Russos na frente oriental. Isso permitiria a Alemanha sucessivas vitorias. Assim, as tropas alemãs invadiram a Bélgica, país neutro, e entraram rapidamente e de surpresa em Franca, derrotando o exército francês. Mas, de Agosto a Novembro, nas batalhas do Marne (a primeira, de 5 a 12 de Setembro) e de Ypres (10 de Outubro a 10 de Novembro), não houve avanços significativos.

2ª Fase – Guerra de trincheiras
Nesta segunda fase, que decorreu entre 1915 e 1916, o conflito teve dois momentos diferentes. Num primeiro momento, que se prolongou por todo o ano de 1915, o impasse e a estagnação marcaram o conflito. No primeiro ano de guerra nenhum dos dois blocos conseguiu resultados rápidos. Adoptaram, por isso, uma estratégia diferente: reforçaram as linhas da frente ocidental com fortificações ligadas entre si, procurando desgastar o inimigo através de ataques que obrigavam os soldados a defenderem as posições conquistadas até aí.
Os exércitos de ambas as partes abriram então trincheiras, onde os soldados se protegiam e a partir das quais lançavam os ataques ao inimigo.

A entrada dos EUA na guerra (razões e significado)
A Alemanha, devido as melhorias verificadas nos equipamentos e ao reforço dos exércitos aliados, assim como a problemas internos no próprio país, não conseguia vencer as potências aliadas. Decidiu, assim, intensificar a guerra submarina, atacando todos os navios de guerra, de passageiros e de abastecimentos, não poupando sequer as potências neutrais, como os EUA.
Perante esta atitude, os EUA declararam guerra a Alemanha. A entrada dos EUA no conflito, em 1917, trouxe um novo alento as tropas aliadas, cansadas e desgastadas com a guerra que se arrastava.

3ª Fase – Retorno a guerra de movimento (1917-1918)
Nesta última fase, ocorrida entre 1917 e 1918, deve destacar-se a revolução russa de 1917 e a declaração de guerra as potências centrais por parte dos EUA.

A Saída Da Rússia Da Guerra (Razões E Significado)
Como vimos, a Rússia foi um dos países a entrar na Primeira Guerra Mundial ao lado das forças aliadas. Porém, a Rússia vivia uma época muito difícil da sua história, cheia de conflitos sociais e lutas de poder. A revolução de Marco de 1917 levou ao derrube e a morte do czar (e da sua família) e permitiu que, algum tempo depois, com a Revolução Soviética, ocorrida em Outubro de 1917, Lenine e Os socialistas russos do partido bolchevique tomassem o poder e instaurassem uma república socialista soviética.
Esta nova situação política na Rússia tornou muito difícil manter os exércitos russos em campanhas militares tão exigentes. A Rússia assinou, então, com a Alemanha, o Tratado de Brest-Litovsk, através do qual sala da guerra e obtinha a paz com os Alemães. Em contrapartida, a Rússia teria de ceder os territórios das repúblicas do mar Báltico, isto é, a Estónia, a Letónia e a Lituânia, territórios que seriam incorporados na Polónia e na Bielorrússia (Rússia Branca).
Para os Aliados esta era uma situação difícil, pois perdiam um precioso aliado a Leste. A saída da Rússia da Grande Guerra contribuiu também, em grande medida, para o fortalecimento dos ideais antibelicistas, isto é, das ideias contra a guerra, que se espalhavam por todos países envolvidos no conflito, mas sobretudo entre os socialistas e sindicalistas destes países.
Os Alemães, revitalizados por este desenvolvimento, concentraram as suas forças, na frente ocidental. Lançaram, então, uma forte ofensiva, a 21 de Marco de 1918, chegando a estar a 80 quilómetros de Paris. Porém, o seu esgotamento humano e material e o papel dos EUA no conflito levaram a sua derrota, já no fim de 1918.

A Participação Dos Africanos
O papel dos Africanos na Primeira Guerra Mundial
A guerra afectou profundamente África, a medida que crescia a necessidade de pessoas para o esforço de guerra, havendo carência de mão-de-obra barata. Ocupando os lugares deixados livres pela população branca envolvida na guerra, os negros assumiram, assim, postos administrativos e comerciais em todas as colónias europeias. As necessidades económicas da guerra impulsionaram também o aparecimento de novas indústrias em territórios africanos.
Porém, as colónias africanas sofreram também graves consequências económicas. As necessidades bélicas provocaram falta de bens de consumo e inflação, para além do descontentamento generalizado em países como Madagáscar e o Senegal.
Estas perturbações chegaram ao Sul de África, onde se organizou um número sem precedentes de sindicatos multirraciais, com o objectivo de exigir melhorias económicas aos governos coloniais e denunciar o «saque» de recursos que debilitava seriamente a população africana.
Em algumas zonas da África Oriental e Central a fome espalhou-se e algum tempo depois eclodiram várias epidemias. A grande epidemia de gripe, proveniente da Europa, que ocorreu nos finais da guerra, foi a pior de todas, originando a morte de milhões de pessoas. Em alguns lugares, pereceu cerca de 6% da população. Apesar de, em termos militares, África ter sido considerada um teatro militar secundário, o continente sofreu consideráveis baixas humanas.
África foi também palco de uma série de revoltas contra o jugo colonial. O afrouxar do controlo que havia sobre as populações submissas, devido a guerra, facilitou as insurreições. Por todo o continente, os rebeldes pegaram em armas contra os Franceses, contra os Italianos, contra os Ingleses e contra a administração europeia em geral. Um outro estímulo para a revolta foi a proposta de paz apresentada no final da guerra pelo presidente americano Wilson, intitulada «14 pontos», a qual incluía uma referência ao direito a autodeterminação.

Focos de confrontação em África durante a Primeira Guerra Mundial
Entre 1898 e 1914, a Alemanha, governada pelo Kaiser Guilherme II, decidiu implementar urna política de agressividade, principalmente da sua marinha de guerra, a fim de guarnecer os protectorados alemães fora da Europa. A reacção inglesa foi rápida e, apesar da marinha alemã nunca se ter equiparado em número a marinha real inglesa, a sua acção desencadeou um intenso movimento de demonstrações de força entre os dois países.
Neste contexto de disputas entre as potências europeias, podemos destacar, de entre várias, a crise de Marrocos, um dos confrontos que antecederam o desencadear da Primeira Guerra Mundial.
Entre 1905 e 1911, a Franca e a Alemanha quase entraram em guerra por causa da disputa pela região de Marrocos, no Norte de África. Em 1906 foi convocada uma conferência internacional, na cidade espanhola de Algeciras, com o objectivo de resolver as disputas entre Franceses e Alemães. Essa conferência deliberou que a Franca teria supremacia sobre Marrocos, enquanto a Alemanha caberia uma pequena faixa de terras no Sudoeste Africano.
A Alemanha não se conformou com esta decisão, que considerou desfavorável, e em 1911 surgiram novos conflitos com a Franca pela disputa de territórios em África. Para evitar a guerra, a Franca concedeu a Alemanha uma parte considerável do Congo francês.

O fim da Primeira Guerra Mundial
O Armistício de 11.11.1918
No fim da Primeira Guerra Mundial foi definida uma nova ordem política mundial: desapareceram quatro impérios (Alemão, Russo, Austro-húngaro e Otomano); ocorreram profundas alterações no Leste europeu que fizeram nascer novos Estados (Finlândia, Estónia, Letónia, Polónia, Áustria, Checoslováquia, Hungria e Jugoslávia); os EUA ganharam um papel de relevo na cena mundial, iniciando uma época de profunda intervenção no futuro da Europa e do mundo.
Em 1918, após várias batalhas renhidas, os soldados e marinheiros alemães amotinaram-se e recusaram-se continuar a combater.

A Conferência de Paris
Finda a guerra, os países vencedores reuniram-se numa conferência, em Paris, em Janeiro de 1919, para elaborar uma ordem de trabalhos que garantisse uma paz duradoura. Os países vencidos não foram convocados.
Entre 1919 e 1920 realizaram-se várias reuniões dos países vitoriosos, com o objectivo de estabelecerem as condições a impor aos derrotados e definirem o novo mapa da Europa, devido ao desmembramento dos impérios Austro-húngaro, Alemão e Otomano. Havia ainda que estabelecer as indemnizações a pagar pelos países vencidos.
Nesta conferência de paz, os países participantes manifestaram divergências. Enquanto alguns, como a Franca, eram mais exigentes quanto as condições de paz, a Inglaterra e os EUA (através do seu presidente, Wilson) defendiam, por seu turno, uma atitude mais moderada em relação aos vencidos.
Os trabalhos terminariam com a assinatura do Tratado de Versalhes, a criação da Sociedade das Nações (SDN) e a definição de novas fronteiras.

O Tratado de Paz de Versalhes
O Tratado de Versalhes foi assinado pela Alemanha a 28 de Junho de 1919, tendo ficado estabelecido que: a Alemanha, principal responsável pela guerra, deveria reduzir os efectivos do seu exército, que passaria a ser apenas constituído por voluntários; a Alemanha deveria entregar a Franca a Alsácia e a Lorena, e a Polónia a sua parte da Prússia Ocidental; o território do Sarre passaria a ser administrado pela Sociedade das Nações ate 1935 e as minas daquele território seriam cedidas a Franca, que teria direito de as explorar durante 15 anos. Através de actos separados, foram aplicadas medidas semelhantes aos outros países vencidos; os impérios Austro-húngaro e Otomano foram desmembrados; surgiram novos Estados independentes: Polónia, Hungria, Checoslováquia, Jugoslávia, Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia.

A criação da Sociedade das Nações
Em Abril de 1919, as potências da Entente Concluíram o Pacto da Sociedade das Nações, sendo o texto da sua criação baseado no Tratado de Versalhes.
Este organismo tinha em vista a manutenção da paz e a independência política dos Estados, a redução dos armamentos de vencidos e vencedores, a protecção das minoria nacionais e das populações indígenas e a cooperação social, cultural e financeira entre as nações. Foi também instituído, sob a sua alçada, o Tribunal Internacional de Haia, que tinha como missão a arbitragem dos conflitos internacionais.

As consequências da Primeira Guerra Mundial para África e para a Europa
Após 1918, mais guerras iriam surgir em todo o mundo. O militarismo impôs-se como estratégia defensiva e expansionista. A nível político, as ideologias do fascismo, em Itália, do nazismo, na Alemanha, e de ditadura, no Leste europeu, iriam preparar a eclosão de novos conflitos. Vejamos a seguir, com major detalhe, as consequências aos vários níveis.

A nível demográfico
Registaram-se perdas humanas de dimensões gigantescas: cerca de 20 milhões de mortos em todo o mundo; milhões de mutilados; excedente da população feminina em relação a população masculina; grande número de viúvas e órfãos; envelhecimento da população.

A nível Social
Desemprego e miséria, gerados pela destruição das infra-estruturas económicas e pelo aumento galopante da inflação; crescimento do movimento sindical e das greves operárias; enriquecimento de alguns empresários (Os «empresários de guerra»); aumento da emigração.

A nível económico
Decréscimo generalizado em todos os sectores de produção, com a destruição das infraestruturas económicas; encarecimento do custo de vida (inflação); perda de mercados pela Europa a favor dos EUA; a Europa passou de credora a devedora dos EUA; desenvolvimento industrial de algumas colónias (Nova Zelândia, Austrália e Índia); contração de enormes dívidas para a reconversão da indústria bélica e para a reanimação das correntes comerciais; endividamento dos Estados.

O significado da Primeira Guerra Mundial 
A Primeira Guerra Mundial, com toda a destruição e morte que provocou, originaria, na Europa e um pouco por todo o mundo, uma nova ordem e uma nova mentalidade. Era preciso evitar que o mundo voltasse a entrar numa guerra semelhante, expectativa que seria frustrada em 1939, com Mundial.
Por outro lado, e tendo estado o mundo mergulhado em algo tão horrendo durante tanto tempo, era hora do optimismo e de ver a vida de outra forma, mais aberta, mais feliz. Por todo o lado proliferaram os clubes, os cafés, as esplanadas, a vida boémia. Mas também este optimismo seria curto, duraria apenas uma década — a crise de 1929 mergulharia o mundo numa depressão económica como nenhuma outra vivida até então, com graves consequências um pouco por todo o planeta.

Conclusão
Terminado trabalho pôde então concluir-se que por tudo que vimos viu-se que a Primeira Guerra Mundial terminou com a rendição da Alemanha em 11 de Novembro de 1918. A partir daí, a Europa e África passaram por uma reconfiguração de poder política, demográfica, económica e sociocultural.
Constatou-se também que as principais transformações do pós-guerra ocorreram com a edição do Tratado de Versalhes e com as novas definições no mapa político-económico mundial com o surgimento de novas grandes potências. Além disso, constatou-se que cerca de 8 milhões e meio de pessoas morreram e perto de 20 milhões ficaram feridas. Queda dos grandes impérios e o aparecimento de novos estados, definiu-se um novo mapa político na Europa. Fome, desemprego alarmaram a Europa. As classes sociais empobreciam cada vez mais, provocando uma certa agitação social, as mulheres que antes não trabalhavam fora de casa entraram no mundo de trabalho e conquistaram também direito de voto.

Bibliografia
  • HOBSBAWN, Eric J.. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914 – 1991. 
  • C.M. Andrew and A.S. Kanya-Forstner, «France, Africa, e a Primeira Guerra Mundial» in Journal of African History, XIX, 1978, p. 11.
  • ANDREW D. Roberts, «Introduction» in A.A.V.V., The Cambridge History of Africa c.1905-c.1940, (Ed.) A.D. Roberts, Vol. 7, Cambridge, Cambridge University Press, 1986, p. 3.