Revolução Industrial
Introdução
De uma forma directa e, define-se a revolução industrial como sendo a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão.
Entretanto, nesta abordagem, visamos abordar desde as causas, as Fases, as consequências, o comércio depois da Revolução Industrial e na actualidade, o comércio nos países em desenvolvimento atéaos principais grupos de produtos e as grandes regiões comerciais do mundo.
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial refere-se ao conjunto de profundas transformações tecnológicas,económicas e sociais que ocorreram na Inglaterra na segunda metade do século XVIII.
Este processo expande-se, a partir daí, por toda a Europa, especialmente pela França e Bélgica,na primeira metade do século. XIX, Alemanha e Rússia durante a segunda metade do século XIXe fora da Europa, pelos Estados Unidos da América e Japão, na segunda metade do século XIXe princípios do século XX. Contudo, neste século, após a Segunda Guerra Mundial, expandiu-sepor todos os continentes quando, em ritmo acelerado, países como a China, a Índia, o Brasil, oMéxico, a Austrália, a África do Sul e outros se começaram também a industrializar.
A Revolução Industrial introduziu no processo produtivo várias técnicas que foram diminuindoa necessidade de mão-de-obra e que possibilitaram a aceleração e aumento da produção demercadorias. A oferta foi largamente ampliada e diversos produtos, antes apenas consumidosnos países mais desenvolvidos e por pessoas das classes mais altas, passaram a ser consumidosà escala mundial pela classe média e até pela classe de mais fracos recursos. É, pois, um dosaspectos-chave responsável pelo moderno processo de globalização.
Causas da Revolução Industrial
Inúmeros foram os factores condicionantes da eclosão da Revolução Industrial. Assim, estefenómeno é considerado, por alguns investigadores, como um dos passos mais importantes dacivilização dos tempos modernos pelos reflexos que teve nos diversos campos da actividade humana. Esta revolução surge na Europa, concretamente no Reino Unido, onde, desde o séculoXVII, o incremento do comércio externo originou uma burguesia endinheirada, pronta a investirna indústria dado o seu espírito de aventura e a existência de um vasto mercado interno e externo(colônias). A somar a estes factores, a existência de abundantes matérias-primas, a situaçãogeográfica e política privilegiada (estabilidade e independência), as boas redes de transportes ecomunicações e a existência de mão-de-obra contribuíram substancialmente para a eclosão daRevolução Industrial. Foi neste conjunto de factores favoráveis que os novos inventos técnicossurgiram, trazendo consigo a Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII.
Assim, das causas responsáveis para a eclosão deste fenómeno destacam-se:
De uma forma directa e, define-se a revolução industrial como sendo a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão.
Entretanto, nesta abordagem, visamos abordar desde as causas, as Fases, as consequências, o comércio depois da Revolução Industrial e na actualidade, o comércio nos países em desenvolvimento atéaos principais grupos de produtos e as grandes regiões comerciais do mundo.
A Revolução Industrial
A Revolução Industrial refere-se ao conjunto de profundas transformações tecnológicas,económicas e sociais que ocorreram na Inglaterra na segunda metade do século XVIII.
Este processo expande-se, a partir daí, por toda a Europa, especialmente pela França e Bélgica,na primeira metade do século. XIX, Alemanha e Rússia durante a segunda metade do século XIXe fora da Europa, pelos Estados Unidos da América e Japão, na segunda metade do século XIXe princípios do século XX. Contudo, neste século, após a Segunda Guerra Mundial, expandiu-sepor todos os continentes quando, em ritmo acelerado, países como a China, a Índia, o Brasil, oMéxico, a Austrália, a África do Sul e outros se começaram também a industrializar.
A Revolução Industrial introduziu no processo produtivo várias técnicas que foram diminuindoa necessidade de mão-de-obra e que possibilitaram a aceleração e aumento da produção demercadorias. A oferta foi largamente ampliada e diversos produtos, antes apenas consumidosnos países mais desenvolvidos e por pessoas das classes mais altas, passaram a ser consumidosà escala mundial pela classe média e até pela classe de mais fracos recursos. É, pois, um dosaspectos-chave responsável pelo moderno processo de globalização.
Causas da Revolução Industrial
Inúmeros foram os factores condicionantes da eclosão da Revolução Industrial. Assim, estefenómeno é considerado, por alguns investigadores, como um dos passos mais importantes dacivilização dos tempos modernos pelos reflexos que teve nos diversos campos da actividade humana. Esta revolução surge na Europa, concretamente no Reino Unido, onde, desde o séculoXVII, o incremento do comércio externo originou uma burguesia endinheirada, pronta a investirna indústria dado o seu espírito de aventura e a existência de um vasto mercado interno e externo(colônias). A somar a estes factores, a existência de abundantes matérias-primas, a situaçãogeográfica e política privilegiada (estabilidade e independência), as boas redes de transportes ecomunicações e a existência de mão-de-obra contribuíram substancialmente para a eclosão daRevolução Industrial. Foi neste conjunto de factores favoráveis que os novos inventos técnicossurgiram, trazendo consigo a Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII.
Assim, das causas responsáveis para a eclosão deste fenómeno destacam-se:
- A riqueza do subsolo inglês (carvão e ferro) — a abundância de minérios de ferro e carvão mineral permitiram uma produção abundante de aço e ferro, indispensáveis ao fabrico de maquinarias diversas, bem como a disponibilidade de fontes energéticas para o funcionamento das indústrias existentes na época. Por isso, alguns autores consideram que a riqueza do solo inglês em carvão mineral e hulha foram o pão da indústria, tanto mais que, para além de serem aplicadas como matéria-prima, desempenhavam um importante papel energético.
- A acumulação de enormes capitais — como resultado do intenso comércio externo,sobretudo com as suas colónias, a Inglaterra tornou-se a maior potência comercial e colonial do mundo e investiu os dividendos deste comércio na indústria.
- A posse de um gigantesco império colonial — a metrópole conseguiu obter matérias-primas(minerais e agrícolas) através das suas colónias. Como possuía um poderoso mercado para a colocação dos seus produtos industriais, acumulou riqueza.
- Revolução agrícola - o desenvolvimento da agricultura proporcionou, por um lado, o aumento acelerado da produção agrícola, capaz de alimentar uma população em rápido crescimento e cada vez menos ligada à agricultura, e, por outro, a libertação de muita mão-de-obra rural de que a indústria necessitava. Na senda desta, constatou-se que a agricultura exigia novos instrumentos técnicos que estimulassem maior produção e produtividade. Daí surgiram novos instrumentos que possibilitaram maior produtividade agrícola e asseguraram a satisfação das necessidades da população.
- Revolução demográfica — este foi um dos factores que aumentou extraordinariamente a procura de produtos fabricados e pôs à disposição da indústria vastos recursos humanos, com uma forte proporção de jovens, ansiosos por abandonarem os campos e procurarem na actividade industrial uma ocupação mais bem remunerada.
- Invenções técnicas — assiste-se, também nesta altura, à sucessão de grandes invenções técnicas — foram inventadas e aperfeiçoadas diversas máquinas, como, por exemplo, as máquinas de tecer, fiar, cardar e a máquina a vapor, e novos métodos de produção de ferro e de aço, etc. O trabalho mecânico, porém, exigia instrumentos resistentes e as várias peças feitas em madeira tiveram de ser substituídas pelo ferro, o que veio a provocar uma intensificação da mineração deste metal e também do carvão.
- A situação geográfica — a boa localização geográfica junto das vias de transportes e comunicação (rios navegáveis e acesso a bons portos, por exemplo) com fácil acesso às vias mais importantes do comércio mundial, proporcionaram também um comércio muito activo,a que se soma grande experiência técnica, como, por exemplo, na navegação marítima (indústria naval principalmente).
- Espírito de iniciativa — dispor de capitais, matérias-primas abundantes, vastos mercados,riqueza do subsolo em minérios, etc., nada seria possível se os ingleses não tivessem espírito de iniciativa. Com efeito, foi graças a esse espírito que eles foram bem-sucedidos.
Fases da Revolução Industrial
A Revolução Industrial subdivide-se em três fases distintas, relacionadas com as fontes de energia, nomeadamente: a fase do carvão, ferro e máquina a vapor (Era da força mecânica), a fase da electricidade e do motor de explosão (Era da energia) e a fase da energia atómica e da automatização (Era da energia nuclear e da cibernética).
1ª Fase: A Força Mecânica (1750-1875)
Designada, por alguns autores, como a fase da revolução do carvão-ferro e da máquina a vapor,marcou a passagem da manufactura para a maquinaria. Na sua primeira fase, a Revolução Industrial foi essencialmente mecânica, para responder à crescente procura, resultante do acentuado crescimento demográfico, que exigia um maior consumo de bens primários, bem como secundários. Assim, a indústria teve de melhorar a sua produtividade, fazendo, por isso,um apelo às máquinas. A indústria têxtil foi a primeira beneficiária desta transformação, coma invenção da máquina de tecelagem por Jonh Kay, em 1733.
Surgem várias invenções,como a máquina de fiar, o descaroçador de algodão, entre outras. Porém, a máquina a vapor foi a conquista mais importante da 1•a fase da Revo
lução Industrial. Permitiu passar das fontes de produção de energia mecânica, tal como a tracção animal e a roda de água, para o carvão e a hulha,que se tornam a nova fonte de energia. Surgiu, assim, uma nova indústria, a siderurgia.
A maior parte das indústrias localizavam-se junto às bacias carboníferas devido às dificuldades de transporte do carvão. Por vezes, estas podiam localizar-se ao longo dos cursos de água, para aproveitar a energia hidráulica, e até nas florestas, dado que aí aproveitavam a energia proveniente da biomassa — lenha e carvão vegetal.
Inicia-se uma revolução nos transportes com a invenção do navio a vapor e, mais tarde, da locomotiva a vapor, que irá resolver o grande problema dos transportes e comunicações internos.
Este facto, aliado à invenção da debulhadora e da ceifeira mecânica e melhores arados, contribuíram para o progresso da agricultura. Nesta mesma altura, surgem os movimentos sindicais e abrem-seos canais do Suez e Panamá. A Revolução Industrial também contribui para o aumento da importância das actividades bancárias devido à necessidade de capital para investimento. É também nesta altura que nascem as companhias de seguros.
2ª Fase: Revolução energética (1880-1950)
Esta fase é também designada por Revolução da electricidade e do motor de explosão e vai dos finais do século XIX à primeira metade do século XX, quando são descobertas novas fontes energéticas como a electricidade, o petróleo e o gás natural. A invenção do motor de explosão, aturbina e o dínamo vão revolucionar novamente as indústrias, acabando com o condicionalismo energético, devido à dificuldade de exploração e de transporte de carvão que obrigava as indústrias a localizarem-se junto às fontes de energia (bacias carboníferas). Assim sendo, estas deslocam-separa as cidades onde encontram mercados e mão-de-obra.
O petróleo não só constituía fonte energética, como também desempenhava um papel preponderante no fornecimento de matéria-prima para a indústria química, fornecendo fibras sintéticas, matérias plásticas, amoníaco,tintas, etc. É, portanto, o eclodir de novas indústrias (metalurgia do alumínio,indústria química) e da produção em massa estimulada pelo incremento e evolução dos meios de transportes(invenção do automóvel, do navio e do avião) e expansão dos mercados. Assim,surge a indústria moderna nos países desenvolvidos, caracterizada pela produção em larga escala, fabrico em série, trabalho em cadeia, estandardização, especialização,publicidade para alcançar e estimular a venda e pesquisa com intuito de lançamento de novos produtos.
3ª Fase: Revolução da energia atómica e da automatização
Esta fase é também denominada por Era da energia nuclear, da electrónica, da automatização e dos computadores. A investigação não pára e com ela novas técnicas vão sendo descobertas.
É a era da cibernética, também conhecida por revolução científica.
Iniciou-se após a Segunda Guerra Mundial, chegou aos nossos dias e continuará, a menos que os progressos tecnológicos nos coloquem perante outra nova fase da Revolução Industrial.
A característica marcante desta fase é a submissão da mecanização pela automação e automatização.
O trabalho humano é substituído pelo robot e/ou computador. O trabalho, que até há pouco tempo era feito por um grande grupo de operários, passa a ser feito por um único operário cuja tarefa é carregar em botões.
Nesta, assiste-se ao desenvolvimento da indústria electrónica, pois o seu campo de acçãoé cada vez mais vasto, abrangendo as telecomunicações, radiodifusão, televisão,radioastronomia, radar, electromedicina, ajuda à navegação marítima e aérea, sistemas de telecomando e media, sistemas de investigação científica, etc.
Hoje em dia, com a possibilidade de esgotamento do petróleo e os problemas da energia nuclear,o Homem procura novas alternativas, As energias renováveis (solar, eólica, geotérmica, bioenergia,etc.) são cada vez mais uma preocupação universal.
Consequências da Revolução Industrial
A Revolução Industrial teve consequências socioeconómjcas e ambientais, que se sentiram, em especial, ao nível da demografia, da agricultura, dos transportes e do desenvolvimento urbano.
Assistiu-se a um vertiginoso crescimento demográfico como resultado dos progressos técnicos e científicos alcançados nos campos da agricultura e medicina. Isto contribuiu substancialmente para a supressão da fome, epidemias e, sobretudo, uma redução das taxas de mortalidade e,consequentemente, um aumento da longevidade da vida humana, que originou uma verdadeira explosão demográfica. O bem-estar das populações melhorou bastante relativamente a épocas anteriores, isto é, os homens passam a desfrutar de melhores condições de vida.
Na agricultura, a Revolução Industrial trouxe novos instrumentos técnicos que permitiram incrementar a produção e a produtividade. Assim, a introdução de diversa maquinaria agrícola,de novas culturas e de novos sistemas de irrigação, o aumento de terras de cultivo proporcionada pela mecanização e a modernização dos meios de transportes, constituíram factores indispensáveis para a maximização da produção agrícola, uma vez que há necessidade crescente de produção de alimentos para uma população que crescia e cresce a um ritmo acelerado.
No ramo dos transportes, assiste-se a uma profunda transformação, iniciada pela máquina a vapor. O desenvolvimento dos transportes ferroviários, terrestres, marítimos e aéreos permitiram o contacto imediato com o resto do mundo, possibilitando a ampliação do horizonte geográfico.
Estas inovações vêm assegurar o escoamento de produtos diversificados a partir do local de produção para o mercado consumidor, quebram-se as barreiras geográficas, facilitando, assim,o incremento do fluxo do comércio regional, nacional, continental e mundial.
No desenvolvimento urbano, é inquestionável a contribuição da Revolução Industrial, isto porque esta veio criar novas cidades de grande concentração populacional e industrial. Assim,os artesãos que viviam numa pequena aldeia no meio rural, procuram agora trabalho nas fábricas e comércio das cidades, o que os leva a migrarem para os centros urbanos. O tecido urbano expande-se em seu redor, surgindo, assim, cidades de maior diâmetro; por exemplo, em 1800 a cidade de Londres tinha um diâmetro de 10 km, já em 1914 atinge os 35 km e, em 1960, os70 km e daí em diante foi crescendo vertiginosamente. Com efeito, desde os tempos idos até hoje, constata-se que a expansão das cidades pelas áreas suburbanas está frequentemente ligada ao crescimento das indústrias e da actividade comercial.
Ao nível ambiental, constata-se que a Revolução Industrial incrementou o papel dos metais e mobilizou fontes de energia cada vez mais importantes.
Os laços entre as actividades de transformação e o meio sofreram profundas alterações. Por exemplo, a Revolução Industrial contribuiu para a de lapidação e deterioração dos recursos naturais. As paisagens transformaram-se vertiginosamente. O clima sofreu influências cujas modificações são actualmente visíveis.
Introduzindo na paisagem rural e urbana novos elementos como fábricas, armazéns, fumos,ruídos, bairros residenciais, movimentos intensos de veículos e pessoas, a indústria modificou profundamente o espaço, chegando a transformar áreas desabitadas em grandes centros de atracção populacional, criando as paisagens industriais que, apesar da existência de diferenças,todas têm algo em comum: são o resultado do processo de industrialização.
O comércio depois da Revolução Industrial e na actualidade
Comércio internacional
O comércio internacional pode definir-se como a operação de troca de bens e serviços entre países, segundo regras definidas. Após a Segunda Guerra Mundial, as trocas comerciais internacionais sofreram um incremento muito importante. Este aumento deveu-se à melhoria de vida das populações, à deslocalização industrial da produção, ao aumento da população mundial, à liberalização dos mercados com os acordos do GATT e a criação da Organização Mundial de Comércio (OMC) no sentido de regular o comércio internacional.
A distribuição geográfica do comércio internacional foi determinada pela repartição da riqueza a nível mundial, pela natureza da produção e do consumo em cada uma das áreas económicas do planeta e pela existência de diferentes sistemas económicos e políticos. Por outro lado, quando se analisa o comércio, a nível mundial, constatam-se profundos desequilíbrios na sua repartição espacial, traduzindo-se pela sua elevada concentração nos países desenvolvidos e industrializados,em detrimento dos países em desenvolvimento e menos industrializados.
Comércio nos países desenvolvidos. O fluxo comercial nos países desenvolvidos atingiu um crescimento significativo e caracteriza-se,essencialmente, pela transacção de produtos transformados, seja de bens de consumo ou de equipamentos. Com apenas 25% da população do globo, os países desenvolvidos detêm cerca de 75% do comércio mundial. À UE (União Europeia) pertencem cerca de 37% do comércio mundial, seguida dos EUA e Japão. Contudo, considerando os países individualmente, a maior potência comercial do mundo são os EUA, com 13,2% das importações e 11,7% das exportações mundiais. Na UE destaca-se a Alemanha (a maior potência comercial europeia), França, Reino Unido, Itália, Holanda e Bélgica. Na América do Norte destacam-se o Canadá e os EUA.
Comércio nos países em desenvolvimento
Contrariamente ao que acontece nos países desenvolvidos, nos países em desenvolvimento o fluxo comercial Constituído fundamentalmente por matérias-primas (ferro, cobre, algodão madeira, etc.), fontes energéticas (petróleo, gás natural e carvão mineral) e produtos alimentares(açúcar, oleaginosas, café, fruticultura, etc.). Esta situação faz com que estes últimos países detenham apenas 25% do comércio mundial, ainda que alberguem dois terços da população do globo. Assim, constata-se que o tipo de comércio dos países em desenvolvimento assenta essencialmente na exploração dos recursos naturais e produtos agrícolas tropicais e importação de bens transformados (bens de equipamento).
Actualmente, nesta mesma categoria, há a excepção de países que actualmente deram um salto qualitativo e quantitativo em termos do crescimento das transacções comerciais. Fazem parte deste grupo, os chamados «Novos Países Industrializados» (China, Coreia do Sul, Taiwan,Hong Kong, Singapura, Malásia, Tailândia, Brasil, Argentina, México, Chile), que estão a alcançar um importante lugar na produção e comercialização, tanto de bens tradicionais e ou primários,como também de elevado valor tecnológico.
Estes países conseguiram atingir este estágio graças à importação de tecnologias do Ocidente e ao baixo custo da sua mão-de-obra, bastante abundante, constituindo assim uma séria ameaça aos restantes países pela sua forte concorrência. Ao nível da disparidade entre estes dois grupos de países, destacam-se: as grandes assimetrias no desenvolvimento industrial, as tecnologias disponíveis, as políticas governamentais, entre outras.
Principais grupos de produtos e as grandes regiões comerciais do mundo
No que toca aos principais produtos transacionados a nível mundial, podemos agrupá-los em três grandes grupos: produtos agrícolas; produtos minerais e energéticos; produtos manufacturados.
No fluxo dos produtos agrícolas, os cereais tem um lugar destaque, dada a sua importância na alimentação humana. Deste modo, depreende-se o comércio mundial de cereais é dominado pelo trigo, milho e arroz. Os fluxos do trigo são dominados por países desenvolvidos, com destaque para os EUA, o Canadá e a Austrália. Em contrapartida, as principais áreas compradoras correspondem a países da Ásia Oriental e Meridional, bem como o Norte de África e sobretudo a África subsariana.
Por sua vez, o comércio mundial do arroz encontra-se fundamentalmente assente no continente asiático, facto que se relaciona com o elevado consumo deste cereal por parte de grande parte da população deste continente superpovoado. A Tailândia é o principal exportador de arroz para os países da Ásia Oriental e Meridional e África Austral.
Principais grupos de países exportadores e importadores de cereais em 1994.
Produtos (cereais)
|
Países exportadores
|
Valores em toneladas
|
Países importadores
|
Valores em toneladas
|
Trigo
|
EUA
|
31 000000
|
China
|
8000000
|
Canadá
|
21 000 000
|
Egipto
|
7 000 000
|
|
Austrália
|
13 000 000
|
Japão
|
6 000 000
|
|
França
|
13 000 000
|
Brasil
|
6 000 000
|
|
Alemanha
|
5 000 000
|
Coreia do Sul
|
6 000 000
|
|
Milho
|
EUA
|
36 000 000
|
Japão
|
16 000 000
|
China
|
9 000 000
|
Coreia do Sul
|
6 000 000
|
|
França
|
8 000 000
|
China
|
6 000 000
|
|
Argentina
|
8 000 000
|
México
|
3 000 000
|
|
África do Sul
|
4 000 000
|
Espanha
|
2 000 000
|
|
Arroz
|
Tailândia
|
5 000 000
|
Japão
|
3 000 000
|
EUA
|
3 000 000
|
Brasil
|
1 000 000
|
|
Vietname
|
2 000 000
|
Indonésia
|
600 000
|
|
China
|
2 000 000
|
China
|
500 000
|
|
Paquistão
|
1 000 000
|
Irão
|
500 000
|
Fonte:
FAO, 2008.
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