A contestação da situação colonial 1945 à 1961
A contestação da situação colonial 1945 à 1961
Uma das bases fundamentais da crescente exploração que Portugal quis implementar em Moçambique após 1930 era a representação política fascista que impediu o desenvolvimento de organizações anticoloniais com divisão racional do movimento associativo como a criação do Instituto Negrófilo.
Embora houvesse uma pequena abertura para a expressão antifascista logo após a segunda guerra mundial, a representação a actividade política moçambicana tomou novas formas, neste período.
No fim da década de 50, incentivada pela crescente representação interna e4 pelo avanço da luta anticolonial no contexto regional e continental, a reclamação pelo fim do domínio colonial, e a sua substituição por um estado independente ganhou uma nova dimensão.
Por seu turno bastante algumas mudanças na organização da economia, o regime colonial respondeu com uma repressão mais feroz a exigências das mais elementares performances politicas, como se verificou, por exemplo no massacre da moeda em 1960.
Perante a intransigência do regime colonial formaram-se fora do país, os movimentos que na fase posterior se juntariam fundando a FRELIMO.
Uma crise sociopolítica em torno do desemprego do trabalhador branco e da crescente militância dos trabalhadores negros que se manifestou, especialmente na greve dos ferroviários da Rodésia do Sul, em 1945, e na Grande greve dos mineiros da África do Sul.
Na mesma altura verificou-se mais uma intensificação do controle sobre os trabalhadores negros, nas cidades de Lourenço Marques e Beira.
Apesar da extensão geográfica e politicamente limitada da sua acção, Chovale Simango e os seus Co-dirigentes menos cautela e prudência que o governo colonial exigia para o funcionamento do seu sistema de enquadramento associativo. O governo reagiu por encerrando definitivamente o núcleo negrófilo de Manica e Sofala.
Marcelino dos Santos, Noémia de Sousa e Mário de Andrade (Um dos fundadores da MPLA) eram os principais participantes com objectivos evidentemente diferentes dos regimes, o centro não podia deixar de interessar a política em segurança PIDE.
Esta contradição agudizou-se no ano seguinte o que levou a destituição do próprio presidente do CAN, com a luta de libertação já iniciada, ou período de maior dinamismo político cultural de núcleo. Contudo, pouco tempo depois a sua actividade foi mudada pela infiltração crescente de agentes coloniais, em 1965, foi oficialmente banida.
No período de 1945 a 1961, a luta anticolonial foi desenvolvida em várias formas entre as quais se destacam a resistência contra aspectos da exploração económica colonial a formação de movimentos políticos dentro e fora do país e o seu acompanhamento cultural e intelectual.
A repressão colonial fascista de todas as actividades políticas impediu que estes movimentos se pudessem desenvolver dentro do país. Foi lhes nega a possibilidade de evoluir através de um processo de elaboração de programas e de formas de organização em consulta aberta com o povo. Da mesma forma foi impossível o seu inter-relacionamento ou unificação impedindo a construção no interior do país, de um movimento unificado, que representasse as várias camadas essências em as regiões. Deste modo a luta anticolonial moçambicana foi bastante diferente das lutas nos territórios vizinhos. Por exemplo mesmo na Rodésia do Sul a interligação entre os sindicatos africanos legalizado e o movimento político constituía uma parte do movimento nacionalista. Na África do Sul os múltiplos movimentos que, em 1955, formaram “aliança do congresso” para enfrentar “Apartheid”, tinha um passado muito rico de acção aberta.
As organizações moçambicanas que se encontravam no Tanganhica em 1961, reflectiam as circunstâncias da origem diversa, em migrantes moçambicanos radicados no estrangeiro. A MANU estava virada quase exclusivamente para a maioria das condições dos residentes de Cabo Delgado. Desta forma, nos fins de 1961, a fase de avanço da luta anticolonial, tratava, não meramente da unificação dos movimentos existentes, mais da construção de um programa e de um aparelho político, capazes de derrubar a forma específica do colonialismo em Moçambique.